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30/09/2015     nenhum comentário

Fundação do ABC começa a selecionar trabalhadores, quem fiscalizará?

A seleção de pessoal que trabalhará na UPA a ser gerenciada pela Fundação ABC, empresa com diversas irregularidades no histórico, não terá controle público algum. Temor é de que a unidade vire um celeiro de oportunidades para apadrinhados políticos dos que disseram SIM à terceirização.

Alheia a todas as denúncias feitas sobre a Fundação ABC (veja aqui e aqui), empresa que terceirizará a gestão da UPA da Vila Mathias, a Prefeitura de Santos dá sequência aos trâmites para que a unidade seja inaugurada já completamente terceirizada no primeiro semestre de 2016.

No último dia 25, a Fundação do ABC começou a receber currículos de médicos em várias especialidades.

Agora fica mais nítida a falácia propagada pelo governo que dizia que não diminuiria os Concursos Públicos. Na prática é o contrário: O número de trabalhadores que passarão na seleção da Fundação é exatamente o número de cargos necessários que NÃO serão preenchidos por Concurso Público.

Porém, o mais grave é a falta de transparência nos critérios que selecionarão aqueles que cuidarão da saúde dos santistas no momento de maior fragilidade de suas vidas, ou seja, no momento em que eles necessitam do pronto atendimento.

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Sem controle!

A seleção de pessoal não terá controle público. Nenhum vereador, por exemplo, poderá acompanhar o processo para verificar se realmente serão contratados os melhores profissionais. Ninguém do Conselho Municipal de Saúde poderá opinar. Tribunal de Contas, Ministério Público e até mesmo o prefeito Paulo Alexandre Barbosa (principal articulador para a entrada das OSs em Santos) não poderão fiscalizar a escolha. Afinal, trata-se de uma empresa privada. E foi exatamente por isso que foi contratada, um jeitinho pra fugir dos olhos do povo.

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Quando os defensores das OSs falam que elas “têm mais agilidade e são menos burocráticas”, é disso que falam. As OSs podem contratar quem quiserem, com os critérios que quiserem e não precisam prestar contas. Podem facilitar a entrada de amigos, arrumar um carguinho para um parente ou um cabide para um cabo eleitoral de algum vereador que, sem pestanejar, disse SIM à lei que criou o Programa de Publicização.

Há dezenas de casos onde OSs chegaram ao cúmulo de contratar médicos falsos. Veja nos links abaixo:

Por dentro da farra dos médicos fantasmas nas unidades controladas por OSS

Empresa terceirizada contratou falsos médicos no interior de SP

Envolvidos em caso de falsos médicos contratados por terceirizada são presos em operação

Organização Social ICV contratou vários médicos falsos para PS de Franca (SP)

Além disso, recentemente, uma OS da Região dos Lagos, no Rio de Janeiro, contratou uma médica condenada por decapitação!

Outra “agilidade” das OSs é na hora de comprar (com dinheiro público, lógico) materiais e equipamentos. Nada de licitação, pregão eletrônico ou qualquer outra forma “burocrática” de controle social que, diga-se de passagem, a população conquistou a duras penas para restringir minimamente a corrupção.

É uma verdadeira farra o que as OSs fazem com o dinheiro público, compram materiais com preços MUUITO acima do praticado no mercado. Será que tem mutreta aí?!? Veja alguns exemplos:

Em unidade carioca gerida por OS, remédios pagos com dinheiro público saíram 346% mais caros

Gastos com materiais em UPAs terceirizadas foram maiores no Rio

Organização Social que administra maternidade dá rombo de R$ 1,1 milhão aos cofres da prefeitura

Organizações Sociais são acusadas de desviar pelo menos R$ 11 milhões no Rio

Os defensores das OSs (prefeito, secretários, vereadores, chefetes, cupinchas etc) e os que se omitiram dizendo que esperariam acontecer para depois fiscalizar (Conselho Municipal da Saúde, Sindest, Sintrasaúde,…) irão agora entrar dentro da Fundação do ABC para fiscalizar a seleção de pessoal???

Concurso Público não é perfeito, mas é a ferramenta mais avançada que a nossa democracia conseguiu elaborar para selecionar os melhores profissionais de forma impessoal, imparcial e justa.

 

 

 

 

 

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