FUABC está na berlinda em Mauá

A Fundação do ABC (FUABC) e a Prefeitura de Mauá travam uma queda de braço por conta de divergências nas contas que envolvem os repasses de dinheiro público à entidade terceirizada.

A Prefeitura alega que a Organização Social tem uma quantia a receber sete vezes menor do que seus diretores defendem. Por causa do impasse, há a possibilidade da rescisão do contrato entre as partes.  A gestão do Complexo de Saúde de Mauá”, que inclui o Hospital Doutor Radamés Nardini, é de responsabilidade da Fundação desde governos passados.

O novo prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), discorda dos valores cobrados pela OS em rapasses atrasados, de cerca de R$ 70 milhões e disse que uma auditoria será feita nos contratos.

A entidade diz que notificou o Governo da dívida que entende ser real. A atitude, segundo o jornal Diário do Grande ABC, foi encarada como ultimato da FUABC pelo núcleo duro do governo Atila, que já defendia abertamente a revisão do acordo com a entidade e até a quebra dos convênios.

Nesta terça-feira (18), ocorreu uma reunião entre representantes de ambos os lados e o clima da reunião foi tenso. Segundo o periódico, as planilhas apresentadas pela FUABC foram confrontadas com os documentos da equipe da Prefeitura e ficaram claras as divergências de informações.

Um exemplo mencionado são alguns repasses federais em que a administração municipal encara como crédito e a entidade contabiliza como débito. Para a Prefeitura, as dívidas com a FUABC são bem menores que os números apresentados pela entidade e giram em torno dos R$ 10 milhões.

Para elucidar as divergências, a auditoria nas contas foi anunciada. “O pente-fino nas planilhas não é a única medida a ser adotada. O governo Atila também afirmou que estuda enxugar o contrato com o órgão. ‘Vamos realizar uma rediscussão do acordo com a FUABC com base na realidade orçamentária do município’, antecipou o secretário de Governo, João Gaspar (PCdoB), que participou da reunião com integrantes dos setores jurídico e financeiro da Fundação”.

A FUABC atua em Mauá desde 2010 e de lá para cá recebeu R$ 744,8 milhões da Prefeitura mauaense. O atual contrato foi firmado em janeiro de 2015, na gestão do petista Donisete Braga, e prorrogado no fim do ano passado.

No atual mandato, a imprensa aponta que integrantes da gestão Atila têm tido atritos com diretores da FUABC. O mais recente resultou na saída do então superintendente do Nardini, Ricardo Carajeleascow.

Irregularidades

Alvo de várias denúncias e investigações, a FUABC, que hoje atua na UPA de Santos, deixou rastros de problemas na Baixada Santista e em outras cidades do estado. Confira, nos links abaixo, apenas alguns dos problemas:

Fundação do ABC terá de devolver dinheiro aos cofres de Praia Grande

Tribunal manda Fundação ABC devolver R$ 1,3 milhão aos cofres de Praia Grande

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