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05/05/2016     1 comentário

UPA Central de Santos é alvo de inquérito no Ministério Público

Além das supostas irregularidades na contratação de funcionários pela Fundação do ABC , um homem morreu no banheiro da unidade inaugurada este ano e há muitas queixas de problemas no atendimento.

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No dia da inauguração da UPA Central de Santos, em 15 de janeiro deste ano, o prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) e os demais apoiadores de seu governo estavam bastante entusiasmados. Repetiam nos discursos do evento que contou até com a presença do ministro da Saúde, Marcelo Castro (PMDB), que Santos estava dando um salto de qualidade ao inovar na modalidade de gestão de unidades municipais. Afinal, a nova UPA seria gerida pela Organização Social (OS) Fundação do ABC.

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O Ataque aos Cofres Públicos e um grupo de servidores públicos de Santos protestou no evento e nos dias anteriores (veja aqui aqui e aqui), denunciando os incontáveis problemas e irregularidades que constam na ficha desta OS. A prefeitura ignorou, assim como ignorou os protestos contra a Lei das OSs, votada sem qualquer discussão com a população, de forma antidemocrática, no apagar das luzes de 2013, graças a fidelidade canina dos vereadores governistas.

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Na época perguntamos:R$ 19,2 milhões por ano sairão dos cofres públicos para empresários da saúde cuidarem dos santistas. A que custo? 

Cadê o salto de qualidade senhor Prefeito? Cadê o salto de qualidade senhores vereadores aliados?

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Não há e nem haverá! O que há é isso o que o Diário do Litoral publica nesta quinta-feira (5/5): denúncias de irregularidades na contratação de funcionários e queixas de mau atendimento, agora investigadas pelo Ministério Público.

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Veja abaixo a transcrição da matéria do DL, na íntegra.

UPA Central de Santos é alvo de inquérito no Ministério Público

Além das supostas irregularidades, um homem morreu no banheiro da unidade inaugurada este ano

Mal inaugurou e já é investigada. A 18ª promotora de Justiça de Santos, Marisol Lopes Mouta Cabral Garcia, instaurou inquérito civil para apurar possíveis irregularidades na nova Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Central, localizada na Rua Joaquim Távora, 260, na Vila Mathias, inaugurada em 15 de janeiro último.

O procedimento – que pode ser tornar ação civil pública – ocorre por conta de denúncia do vereador Evaldo Stanislau (Rede), que apontou inúmeros procedimentos supostamente irregulares e, além disso, a morte de um paciente dentro do banheiro da unidade, que vinha sendo mentido sob sigilo (veja nesta reportagem) e que o parlamentar está exigindo explicações da Administração Paulo Alexandre Barbosa (PSDB).

Num requerimento, Stanislau aponta possíveis problemas trabalhistas, patrimoniais e técnicos dos profissionais contratados pela Fundação ABC, que venceu a concorrência e gerencia o equipamento. Ele quer saber horários, local de trabalho e função dos profissionais contratados, incluindo a formação de médicos, enfermeiros, farmacêuticos, dentistas e outros contratados pela organização social e a Universidade Lusíada (Unilus), parceira da Prefeitura.

O parlamentar também denuncia o envio de veículos, mobiliário e equipamentos médicos de outras unidades de saúde do Munícipio para a UPA Central e quer saber detalhes de todos os protocolos operacionais realizados na unidade, desde a triagem até operações em situações especiais.

Morte

Em outro requerimento, também encaminhado ao Ministério Público (MP), o vereador Evaldo Stanislau relata reclamações de munícipes sobre equipamentos quebrados e falta de medicamentos e insumos. Além disso, quer explicações sobre as circunstâncias que envolveram a morte de um paciente num dos sanitários da UPA Central. A Prefeitura já estaria analisando o caso.

Procurado pela Reportagem, o vereador disse que entre as questões técnicas e administrativa está uma que chama a atenção pela gravidade que é a morte de um cidadão.

“Uma unidade que tem como meta a excelência, que teoricamente teria uma triagem por gravidade do atendimento e um número de médicos e profissionais de saúde suficientes bancados por uma terceirizada, é inaceitável a morte de um paciente que procura um atendimento de um paciente no banheiro. Seguramente, houve alguma falha. A Prefeitura respondeu que está apurando e eu estou aguardando explicações”, disse o parlamentar que é médico, ratificando que o MP deverá tomar providências para apurar responsáveis e corrigir as falhas.

Escolha

Vale a pena lembrar que a Fundação ABC foi a única concorrente a participar efetivamente do processo público de escolha da empresa que iria comandar o equipamento. A segunda OS foi desabilitada por falta de documentação e nem apresentou proposta. A revelação foi feita extraoficialmente ao Diário durante apresentação à Imprensa das instalações da UPA, no começo do ano.

Santistas utilizam as redes sociais para criticar equipamento

É importante lembrar que o Diário publicou reportagem recente dando conta que cerca de 98% dos internautas que comentaram uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas A Tribuna (IPAT), encomendada pela Prefeitura de Santos, reprovaram a nova Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Central, há pouco mais de quatro meses em funcionamento.

As pessoas que utilizaram as redes não pouparam críticas à consulta feita pelo IPAT, que apontou a satisfação de 95,8% dos 600 pacientes que estiveram no equipamento entre os dias 9 e 11 março.
Embora o prefeito Paulo Alexandre Barbosa acredite que a experiência da UPA Central possa servir de modelo para o futuro Hospital das Clínicas e Maternidade (Estivadores) – que por sinal encontram-se com as obras em atraso – os internautas se mostraram justamente ao contrário.

Representantes da Frente em Defesa dos Serviços Públicos Estatais e de Qualidade e do Sindicato dos Servidores Municipais de Santos (Sindserv) também desaprovam a maneira como está sendo gerenciada a saúde no Município.

Eles já realizaram uma série manifestações contrárias ao repasse de equipamentos públicos para empresas terceirizadas.

Os sindicalistas acredita que em Santos há um processo de sucateamento das unidades e serviços existentes para forçar a terceirização, a privatização, principalmente na Zona Noroeste.

Prefeitura repassa problema para a Fundação resolver

A Prefeitura repassou a questão apontada pelo vereador à Fundação ABC, que esclareceu que todos os questionamentos do MP direcionados à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Central foram devidamente respondidos, conforme demanda encaminhada via Secretaria de Saúde.

Comentários (1)

  1. Anderson Silva Mendes disse:

    Quero me manifestar a respeito da morte do paciente dentro do banheiro térreo da unidade, dizendo que fui eu que o encontrei dento do box do primeiro vaso do banheiro logo no primeiro dia de trabalho na UPA como médico, na primeira segunda feira de funcionamento da UPA! Estava posição ajoelhada entre o vaso sanitário e a divisória, apoiado nesta e com a mão direita dentro do vaso sanitário, ele já se encontrava em parada cardíaca e respiratória quando tentei abrir a porta do vaso sanitário. O encontro foi acidental e retirei o mesmo para fora do banheiro, colocando no corredor no chão quando gritei por socorro, dizendo a expressão típica de parada e iniciei as compressões cardíacas externas de praxe.
    Em poucos segundos a equipe de enfermagem da sala de emergência se mobilizou e retiramos como auxílio de uma maçã o corpo do munícipe para a sala de emergência onde foi atendido pela equipe de médico e enfermeiro, assumiram o resto da conduta!
    Ao que fui informado informalmente é que o paciente teria chegado ao PS com forte dor torácica e pressão alta e que ao invés de removê -lo para a sala de emergência, a profissional teria indicado que fosse feito medicação anti hipertensiva!
    Não sei referir se o paciente foi ou não medicado, fato é que se realmente apresentava quadro de dor torácica seria conveniente ter sido removido em cadeira de rodas a sala de emergência para a medicação de emergência, a execução do eletrocardiograma e a monitorização cardíaca!
    O certo é que se locomoveu aparentemente acompanhado por um familiar até o banheiro e lá teve a parada cardíaca que teria melhores chances de ser precocemente reconhecida e tratada na sala de emergência, o que efetivamente não ocorreu e que creio contribuiu para a morte súbita do homem.
    Em verdade fui dispensado do trabalho com a alegação que não teria o perfil desejado para atender na UPA após reclamar do excesso de trabalho, da falta de profissionais em número adequado, e dá inobservância por parte da chefia médica e administrativa dos horários de almoço e repouso garantidos por lei!
    Acrescento ainda que tenho 17 anos de experiência em emergências e fui segundo lugar no processo seletivo da Fuabc para preenchimento da vaga de médico socorrista clínico! Creio firmemente que a minha dispensa foi motivada por outros motivos que não a minha inadequação ao serviço de urgência e emergência!

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