MP investiga contratação da OS Iabas, contratada para PS terceirizado de SP

O Governo de Fernando Haddad (PT) segue decepcionando a cada mau passo que dá em direção ao caos na saúde municipal de São Paulo.

Com a reestruturação das organizações sociais (OSs) que irão administrar as unidades de saúde de São Paulo,  uma das entidades contratadas é o Instituto de Atenção Básica de Avançada à Saúde (Iabas), que possui diversas irregularidades e dívidas no Rio de Janeiro.

O Iabas assumirá a partir de segunda-feira Pronto-Socorro de Santana, na Zona Norte. Lá 97 trabalhadores, entre médicos, enfermeiros e auxiliares, perderam o emprego devido à mudança na administração, que passa a ser terceirizada após a entrega para a organização social.

Os pacientes reclamam de falhas no atendimento, como mostrou o SPTV. Nesta quarta-feira (27), havia filas no local de mais de três horas e faltavam enfermeiros, como mostrou reportagem do G1. (Veja aqui vídeo e matéria)

Com toda essa confusão, o Ministério Público Estadual abriu inquérito para investigar a contratação do Iabas. A entidade também é investigada pelo MP do Rio de janeiro, onde tem dívidas trabalhistas.

A denúncia foi feita por movimentos populares, sociais, entidades e sindicatos da região central de São Paulo, que alertam a falta de capacidade do Iabas para o exercício das funções. Os denunciantes apontam também a falta de transparência da Secretaria Municipal de Saúde, que não dá motivos para a contratação do instituto.

Veja aqui algumas matérias que o Ataque aos Cofres Públicos já fez denunciando o Iabas:

Doze OSs estão sendo investigadas pelo Ministério Público do Rio Mudanças

Mais um golpe de OSs: arrecadação irregular de FGTS e INSS de médicos em UPAs

OSs que gerenciam UPAs do Rio recebem milhões e não prestam serviços

O percurso do dinheiro entregue às OSs no município do Rio de Janeiro

Por dentro da farra dos médicos fantasmas nas unidades controladas por OSS

MUDANCAS

Insistindo em um modelo de gestão mais caro e menos eficiente, a Prefeitura de São Paulo está renovando, desde 2014 os contratos com as organizações sociais que administram 310 unidades de saúde da capital. Por meio de chamamento público, foram contratadas 9 organizações para administrar 23 territórios da cidade.

O secretário municipal de Saúde, Alexandre Padilha, diz que a reestruturação é para melhorar os serviços e que várias organizações sociais atuavam em um mesmo bairro e em uma mesma unidade, o que dificultava a fiscalização.

Segundo Padilha,”toda a documentação apresentada [pela Iabas] do processo de avaliação, da regularidade dela, está exatamente com a mesma classificação de outras organizações sociais”. Ele alega ainda que a situação da organização no Rio não a desclassifica para contratação em São Paulo

Ao G1, o advogado dos funcionários dispensados do Pronto-Socorro de Santana, Carlos Eduardo de Freitas, irá entrar com um mandado de segurança para reverter as demissões. Ele afirma que até então o PS estava com falta de 20 profissionais e que, com as novas demissões, “fica humanamente impossível o atendimento”.