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01/06/2016     nenhum comentário

Grávida com óbito de feto confirmado espera 24h por parto no Irmã Dulce, em PG

Familiares da dona de casa reclamam de demora para realização de exame no hospital, gerenciado pela Fundação do ABC.

 

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Foi publicado no Jornal A Tribuna desta terça (31), uma matéria que mostra o sofrimento de uma gestante em busca de atendimento no Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, gerenciado pela Fundação do ABC.

Esta não é a primeira vez que gestantes denunciam problemas no atendimento. (Veja qui).

Segundo a reportagem, a dona de casa Giselle da Silva, de 20 anos, teve de procurar atendimento em uma clínica particular na tentativa de obter uma resposta para saber como estava o feto, já que no hospital o exame de ultrassom estava demorando. E para piorar a situação, houve demora também para o procedimento de retirada do bebê depois de constatado o óbito.

Como é praxe, a Prefeitura se posicionou em uma nota. Nela se exime de responsabilidades e não cita em nenhum momento que checará o que ocorreu junto à Organização Social (OS) contratada para gerir o hospital. Apenas culpa a família, que teria solicitado uma cesária para terminar logo o drama da mãe com dores físicas e emocionais.

OSs no SUS são empresas que não pensam na humanização dos serviços. A lógica é comercial. O objetivo é o lucro.

Veja a matéria:

Grávida com óbito de feto confirmado espera 24h por parto em PG
Familiares da dona de casa reclamam de demora para realização de exame

Aa dona de casa Giselle Mendes da Silva, de 20 anos, estava na reta final de sua segunda gravidez. Faltando duas semanas para completar nove meses de gestação, restava apenas definir a data do nascimento e o nome da irmãzinha de Maria Eduarda, de um ano. A chegada da nova integrante da família, porém, não acontecerá mais.

Preocupada com a falta de movimentação do feto, Giselle foi ao Hospital Irmã Dulce, no último domingo (29), para realizar um exame de ultrassom. Segundo ela, a demora para realização do procedimento fez com que sua família procurasse uma clínica particular, que comprovou o óbito do bebê em um exame realizado ontem (30). Desde então, a tristeza e a aflição só aumentaram. Até a manhã desta terça-feira, a dona de casa ainda esperava pela retirada do feto.

Além da dor de perder o bebê, Giselle diz sofrer com as dores dos remédios utilizados para indução do parto. “Pensava que seria uma cesariana, mas não fizeram. Ela passou a noite inteira com dores por conta das medicações, que não vem fazendo efeito. Não aceito ver minha filha chorando e gritando de dor, sendo que eles podem levá-la para um centro cirúrgico”, reclama a mãe de Giselle, a também dona de casa Andreia Gonçalves da Silva, de 41 anos.

Se tivessem feito isso (a cesariana), eu já estaria enterrando minha neta”, diz a avó do bebê
Andreia reclama do hospital desde que tiveram de procurar uma clínica particular para realizar o ultrassom. “Precisei pagar para ser mais rápido. Já estou há duas noites em claro, preocupada com essa situação. Não estou de acordo com o que estão falando. Ninguém me deu parecer de nada, enquanto ela sofre com remédios para induzir o parto e também para parar as dores”, lamenta.

Resposta

Procurado, o Hospital Municipal Irmã Dulce disse que a conduta médica prevê o parto normal para que o feto seja conduzido e expelido com ajuda de medicação. A paciente, no entanto, teria inicialmente se recusado a receber a medicação, conforme indicação médica regular para o caso, exigindo o procedimento de cesárea.

Por volta das 15 horas de hoje, como complemento à resposta acima enviada nesta manhã para à Redação, a Diretoria Técnica do Hospital Municipal Irmã Dulce reforçou em nota que “os procedimentos no cuidado à paciente seguiram protocolos normais, mas que (inicialmente) não foram aceitos pelos familiares da paciente”.

Ainda de acordo com o Hospital, “o atendimento à mulher se deu no domingo à noite, quando a paciente já chegou ao hospital com a suspeita de que o bebê poderia estar sem vida. Após ser avaliada, foi providenciado o exame de ultrassonografia para às 15 horas da segunda-feira, período disponibilizado pelo sistema. Por decisão da família, se providenciou a antecipação do exame na rede particular, ao meio-dia, sendo constatado o óbito do bebê”.

O Irmã Dulce complementa ainda que, “sem aceitar a orientação médica para ser submetida ao estímulo com uso de medicação adequada para favorecer o parto normal, conforme protocolo médico internacional para o caso, parentes confrontaram a conduta médica, exigindo a realização de procedimento de cesárea, o que foi refutado uma vez que a mãe já havia sido submetida à recente cirurgia quando teve seu primeiro bebê e, ao passar por novo procedimento, isso poderia representar riscos ao útero da paciente em futura gravidez, inclusive também à vida da mãe”.

O Hospital finaliza a nota afirmando que, na tarde desta terça-feira (31), a paciente aceitou “receber a medicação para condução do trabalho de parto, que já está em curso”.

 

Confira nos links abaixo outros casos em que a ineficiência no hospital terceirizado compromete a qualidade do atendimento:

Idosa com AVC morre após dias em jejum e sem medicação no Hospital Irmã Dulce

Histórias do Irmã Dulce, da Fundação ABC, que a Prefeitura de PG não mostra

Mais um caso de suspeita de erro médico e negligência no Irmã Dulce, terceirizado pela Fundação ABC

Vídeo mostra suposta omissão de socorro no Hospital Irmã Dulce

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