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03/05/2021     nenhum comentário

FUABC ENVOLTA EM SUSPEITA DE FURA-FILA NA VACINAÇÃO

Presidente da entidade nega, mas nomes do setor administrativo foram detectados em lista que constava de ofício solicitando prioridade na imunização

adriana

O final de semana foi para colocar em prática uma operação para minimizar os desgastes que a Fundação ABC teve ao voltar as manchetes de polícia na imprensa.

De acordo com os jornais do ABC paulista, depois da última polêmica envolvendo a nomeação de pessoas sem qualificação técnica na entidade, a presidente da FUABC, Adriana Berringer Stephan tem praticado o chamado “Fura fila da Vacinação”.

É o que aponta reportagens do jornal ABC Repórter e também do Diário do Grande ABC.

Adriana Stephan afirma que a denúncia é falsa e que era vítima de campanha difamatória, em reunião com o Conselho de Curados da Fundação.

No entanto, uma lista mostra que funcionários da área administrativa figuram na relação de prioridade da imunização, mesmo não estando eles em frentes de trabalho do combate a Covid-19.

“Todos os profissionais da Fundação do ABC mencionados pela reportagem estão qualificados como trabalhadores da saúde e foram vacinados pelo centro universitário da Faculdade de Medicina do ABC, em total concordância com o Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19”, pontuou a presidente.

Já o reitor do Centro Universitário da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Dr. David Uip, diz que solicitou 80 doses da vacina, através de ofício à Prefeitura de Santo André para aplicar em trabalhadores de ambulatórios gerenciados pela instituição.

“Não sei se essa lista foi adulterada, fabricada ou erro dentro do centro universitário que se contrapõe à ordem expressa de contemplar aqueles que estão inseridos nos grupos prioritários do Programa Nacional de Imunização. Abri a sindicância e vou apurar a fundo”, afirmou o infectologista ao Repórter ABC.

Sindicâncias
As prefeituras de São Caetano e Santo André e a Faculdade de Medicina abriram sindicâncias para apurar a denúncia.

Além disso, o prefeito de São Caetano, Tite Campanella, anunciou a instalação de sindicância para investigar se as primeiras doses aplicadas nesses funcionários ligados a Adriana foram feitas a partir da lista da FUABC com mudança da atuação profissional.

 

Nota da FUABC

Em atenção à reportagem do Diário do Grande ABC, a Fundação do ABC informa que são falsas as denúncias de “fura-fila” por funcionários do setor administrativo da instituição. Todos os colaboradores mencionados estão à frente em suas áreas de projetos para o enfrentamento da pandemia, como ambulatórios e hospitais de campanha, em contato direto com ambientes com pacientes contaminados pela Covid-19, assim como com os profissionais de saúde que atuam na assistência aos casos suspeitos e confirmados da doença.

Todos os profissionais da Fundação do ABC mencionados pela reportagem estão qualificados como “Trabalhadores da Saúde” e foram vacinados pelo Centro Universitário Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), em total concordância com o Plano Nacional de Vacinação Contra a Covid-19, justamente porque frequentam ambientes contaminados, hospitais de campanha e os ambulatórios Covid-19 gerenciados pela Fundação do ABC.

Vale ressaltar que a Fundação do ABC não recebe doses de vacina e tampouco define os públicos prioritários. Esse trabalho é realizado pelo Comitê de Contingência do Centro Universitário FMABC, sob responsabilidade do Prof. Dr. David Everson Uip, que já aplicou internamente 879 doses de vacinas contra a Covid-19. É o Comitê de Contingência que determina as prioridades conforme o Plano Nacional de Vacinação, distribui e aplica as doses, garantindo o pleno funcionamento dos serviços assistenciais e de apoio, assim como a se gurança aos trabalhadores da saúde.

Manobras para evitar investigações

Ao mesmo tempo, iniciativas das Câmaras da região do ABC de formar comissões para investigar gastos da  FUABC com contratos emergenciais por conta da pandemia estão sendo boicotadas.
manobra

Em São Caetano, as informações das colunas de política dão conta de que manobras para blindar a instituição estão sendo feitas. Abaixo reproduzimos a reportagem do Diário do Grande ABC:

 

Manobra em São Caetano blinda Adriana e Fundação do ABC

Do Diário do Grande ABC

Aprovada na semana passada para fiscalizar gastos da Prefeitura de São Caetano com a FUABC (Fundação do ABC), a comissão especial na Câmara de São Caetano está estacionada, em manobra governista para blindar a direção da entidade, atualmente liderada por Adriana Berringer Stephan.

Presidente da comissão, Marcel Munhoz (Cidadania) declarou que, por ora, não há data definida para o início das investigações e que o município tem outras prioridades. A posição explicita movimento dos situacionistas para amainar suspeitas com as despesas feitas pela FUABC, em especial durante a pandemia de Covid-19, já que contratos sem licitação podem ser firmados diante do estado de calamidade decretado.

Na sessão da semana passada, o presidente do Legislativo são-caetanense, Pio Mielo (PSDB), instaurou comissão interna de acompanhamento dos contratos da cidade junto à FUABC. A iniciativa foi tomada depois de o oposicionista César Oliva (PSD) apresentar requerimento, na semana anterior, questionando diversos acordos firmados pela FUABC e cogitar ao Diário defender a abertura de CPI sobre o caso.

Curiosamente, Munhoz idealizou pedido de abertura de comissão e foi nomeado presidente do colegiado. De quebra, a casa ainda designou outro governista para compor o grupo: Marcos Fontes (PSDB).

Uma semana depois da instauração da comissão, porém, nada avançou. Na sessão de ontem, inclusive, Oliva defendeu que o trio faça visita técnica à FUABC na próxima semana, fato descartado por Munhoz. “Ele falou (sobre promover diligência), mas nada foi conversado. Acho que antes de fazermos uma visita, temos de nos reunir para definir como serão os trabalhos”, analisou Munhoz, ao citar que ainda não é o momento para a casa mergulhar nas investigações. “Ainda não temos previsão e não sei quando podemos (realizar a primeira reunião). Eu penso que a gente deveria esperar passar essa turbulência e priorizar na vacinação das pessoas”, defendeu o governista, em referência ao impasse envolvendo a validade dos votos do ex-prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) – Tite Campanella (Cidadania) administra a cidade desde o dia 1º de janeiro – e o combate à Covid-19.

Oliva, por sua vez, evitou falar em blindagem governista, mas avisou que vai cobrar o início dos trabalhos. “Eu ainda não posso falar em blindagem, mas eu espero que o fato de a comissão ter dois governistas não seja empecilho para que a comissão tome as ações devidas”, disse. “A gente não quer caça às bruxas. Acho importante a gente ir até lá para abrir um canal de fiscalização e comunicação, conhecer os servidores que cuidam dos contratos de São Caetano.”

Nos bastidores, contudo, o sentimento é o de que os governistas assumiram a liderança da pauta para neutralizar desgastes a Adriana.

Denúncias de má prestação de serviços nas UPAs administradas pela FUABC cresceram significativamente nos últimos meses na Cidade e nos demais municípios com contratos com a OS.

Santos, Mogi das Cruzes e ABC Paulista. Quase que diariamente estas e outras cidades paulistas fornecem motivos para reforçar o fisco que a organização social Fundação do ABC e o modelo de gestão por organizações sociais representa para a administração pública. Puro desperdício de bilhões em recursos públicos às custas de muito sofrimento dos usuários do SUS. E tudo isso em pleno pico da crise sanitária de Covid-19.

No dia 24 de março, o jornal Diário do Grande ABC publicou em sua coluna na área de política que o crescimento de denúncias de má prestação de serviços nas UPAs administradas pela OS cresceu significativamente nos últimos meses. A situação respinga na Câmara de Mauá.

“Nos bastidores, comenta-se que o movimento do Legislativo mauaense é apenas o primeiro passo de uma articulação regional destinada a revelar relações nada ortodoxas entre quarteirizadas e a cúpula da FUABC (,,,) Outras petições com o mesmo teor, ou bastante semelhantes, já estariam sendo preparadas por gabinetes de vereadores em Santo André e São Caetano para serem apresentadas em plenário nos próximos dias. O propósito é descobrir como – e, principalmente, com quem – a organização gasta seu orçamento bilionário. A tão famosa caixa-preta da Fundação do ABC, que sempre rendeu muita desconfiança ao longo das últimas décadas, nunca esteve tão perto de ser aberta”, diz o texto.

Também em março publicamos mais uma reportagem sobre a qualidade capenga dos serviços em Mogi das Cruzes, abordados pela imprensa local. Dias antes, situação parecida foi mostrada, só que na UPA Central de Santos.

Confira os links:

Terceirização ameaça as políticas públicas de várias formas

Mais uma vez fica claro a quem e a qual objetivo a terceirização e privatização da saúde pública servem.

Disfarçadas sob uma expressão que esconde sua verdadeira natureza, as OSs não passam de empresas privadas em busca de lucro fácil, que substituem a administração pública e a contratação de profissionais pelo Estado. Várias possuem histórico de investigações e processos envolvendo fraudes, desvios e outros tipos de crimes.

No setor da saúde, essas “entidades”, quando não são instrumentos para corrupção com dinheiro público, servem como puro mecanismo para a terceirização dos serviços, o que resulta invariavelmente na redução dos salários e de direitos.

Há até casos em que esse as organizações sociais são protegidas ou controladas integrantes de facções do crime organizado, como PCC.

No meio desta pandemia, além do medo de se contaminar e contaminar assim os seus familiares, profissionais da saúde enfrentam também a oferta despudorada de baixos salários e falta de estrutura de trabalho, o que contrasta com a importância da atuação deles no combate ao COVID-19.

É evidente que o saldo para a sociedade é a má qualidade do atendimento, o desmonte do SUS e, pior ainda: o risco às vidas.

Todos estes anos de subfinanciamento do SUS, de desmantelamento dos demais direitos sociais, de aumento da exploração, acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais. Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores. O modelo de gestão da Saúde por meio das Organizações Sociais é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido.

Não à Terceirização e Privatização da Saúde Pública! Em defesa do SUS 100% Estatal e de Qualidade!

 

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