Absurdo! Cubatão declara estado de calamidade pública na saúde e fala em fechar hospital
Depois de anos repassando milhões do orçamento para Organizações Sociais que só fizeram lucrar com dinheiro público sem reverter em melhorias no atendimento, a Prefeitura de Cubatão declarou Estado de Calamidade na Saúde
Quando os gestores entregam serviços públicos para serem gerenciados por empresas travestidas de Organizações Sociais (OSs), justificam que é para modernizar a gestão, agilizar os processos contratação e aquisição de materiais e insumos e trazer eficiência ao atendimento.
Dia a dia a mentira perde sustentação e o resultado são notícias como esta: depois de anos repassando milhões para OSs na saúde, especialmente para entidades que atuaram no Hospital Municipal, a Prefeitura de Cubatão tem a desfaçatez de dizer para a população que foi obrigada a decretar Estado de Calamidade Pública na Saúde e que o equipamento pode passar a funcionar parcialmente ou até FECHAR!
No início da semana, a prefeita Márcia Rosa já havia declarado que o Hospital Municipal funcionaria apenas para casos emergenciais. Ela foi até Brasília para tentar aumentar o montante federal, atualmente em 16%, que recebe do Ministério da Saúde para custear o hospital. E reclama do Governo do Estado, que repassa apenas 0,13%.
Os trabalhadores estão sem receber seus salários há meses, por conta do rombo financeiro provocado pela Pró-Saúde, OS que atuava anteriormente no Hospital Municipal. Rombo provocado também pela displicência da Secretaria Municipal de Saúde, que não acompanhou corretamente a execução do contrato pela entidade e deixou os recursos da pasta minguarem até que a crise de financiamento e arrecadação que vivem os municípios chegasse para liquidar totalmente a situação financeira.
Denúncias de curral eleitoral
Quem vive em Cubatão e trabalha na área da Saúde sabe bem que as OSs ainda servem para criar verdadeiros currais eleitorais. Veja o comentário abaixo, de um cubatense que pede socorro para a saúde da cidade:
Tudo em emergência
O estado de emergência atinge, além do Hospital, unidades de pronto-socorro e Upas, o Samu e o atendimento à Saúde da Família. Com o decreto o secretário municipal de Saúde, Benjamin Lopez, tem poderes para fechar total ou parcialmente o hospital municipal e requisitar servidores públicos de outros setores para atuar emergencialmente no funcionamento dessas unidades.
É o caos, literalmente!
Quem vai pagar a conta de tanta irresponsabilidade?
A Prefeitura, que terceirizou quase todos os serviços, pagando por anos valores muito mais altos do que gastaria se mantivesse a execução direta dos serviços?
A Pró-Saude, que abandonou o hospital assim que o município passou a exigir cumprimento do pactuado em contrato e a condicionar os repasses à prestação de contas?
A nova OS que atua no hospital – a Associação Hospitalar Beneficente do Brasil (AHBB), chamada às pressas para substituir a Pró-Saúde por R$ 4,4 milhões mensais e que também já atrasa salários de profissionais e nada fez para melhorar o atendimento?
Quem vai pagar a conta da terceirização?
Primeiramente, a população, que daqui em diante terá atendimento ainda mais precário. Depois os trabalhadores, diretos e terceirizados, que carregarão nas costas a responsabilidade salvar vidas em um ambiente caótico e sem estrutura.