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04/09/2020     nenhum comentário

MULHER DENUNCIA MORTE POR FALTA DE HEMODIÁLISE EM UNIDADE GERIDA PELA SPDM

Famílias dos pacientes do Nefro PG denunciaram à imprensa a faltam insumos e estrutura para evitar interrupção nos tratamentos

nefroPG

Mostramos nesta semana que a vida de quem utiliza a unidade municipal de nefrologia em Praia Grande é bem difícil. O serviço, gerido de forma terceirizada, pela organização social SPDM, vive parando pro problemas estruturais e de insumos.

Acesse aqui a matéria no link abaixo:

SPDM EM PRAIA GRANDE: PACIENTES FICAM UMA SEMANA SEM ACESSO À HEMODIÁLISE

Nesta sexta (4), o Jornal A Tribuna fez uma reportagem com a denúncia de uma família que acusa a instabilidade no serviço de hemodiálise como consequência da morte de uma paciente.  Veja abaixo a publicação na íntegra:

Mulher denuncia morte por suposta falta de hemodiálise em hospital de Praia Grande

Sugestão de reportagem foi feita pelas famílias dos pacientes do Nefro PG. A principal reclamação é que faltam insumos para fazer o tratamento.

A internauta de A Tribuna Gilvana Santos Barduco já faz tratamento no Centro de Nefrologia de Praia Grande há dois nos. Desde então, ela diz que a unidade vem passando por diversos problemas.

Em menos de um mês, o núcleo de hemodiálise ficou sem água destilada e o gerador estava com problemas, dificultando o tratamento dos pacientes.

Essa sugestão de reportagem foi feita pelas famílias dos pacientes da Nefro PG. Você também pode entrar em contato conosco via WhatsApp, pelo número (13) 9 9642 8222, ou pelo E-Mail, [email protected]. Ao mandar sua mensagem, deixe seus dados completos, relate o problema ou a sugestão de pauta e anexe fotos e vídeos.

Ainda segundo a paciente, o problema da falta de água já havia acontecido antes e os pacientes temem car muito tempo sem o tratamento, já que o período máximo que eles conseguem car sem a hemodiálise é de 72 horas.

Depois disso, complicações podem começar a aparecer, como parada cardíaca e água nos pulmões.

Gilvana também diz que um paciente que se tratava lá, supostamente, veio a falecer por não ter recebido o tratamento e que, depois disso, as famílias dos pacientes começaram a ficar ainda mais preocupadas.

Francisca de Jesus é a viúva do paciente. Ela diz que o marido, Inaldo Ferreira da Silva, deveria ter feito a hemodiálise no sábado, mas por conta da falta de água não conseguiu.

Inaldo acabou passando mal e a esposa o levou para o hospital. Ainda segundo Francisca, no raio-x apareceu que o paciente estava com água nos pulmões. Na segunda-feira, Inaldo faleceu e a família acredita que tenha sido pela falta da hemodiálise ”O que aconteceu com o meu marido não quero que aconteça com outras famílias”, desabafa.

Gilvana ainda disse que, semana passada, chegou na unidade passando mal e, por isso, conseguiu fazer o tratamento, mas nem todos os pacientes deram a mesma sorte. Além disso, os pacientes que moram em Praia Grande reclamam que não há transporte para levá-los até em casa, como há para aqueles que moram em outras cidades “Falam que a distância é curta e não tem obrigação de levar”, diz Gilvana.

O que dizem os responsáveis?
A direção do Hospital Municipal Irmã Dulce informou que, devido às fortes chuvas registradas no dia 22 de agosto, ocorreu uma oscilação na rede elétrica, que afetou a unidade de Nefrologia, sendo realizada manutenção corretiva na ocasião. Porém, devido ao registro de novas oscilações, foi necessário, inclusive, acionar a CPFL para investigar as causas do problema na rede, que já foi detectado.

O Irmã Dulce diz ainda que desde o dia 22 de agosto foi adotado um plano de contingência para o atendimento aos pacientes, com a realização de adaptações técnicas que possibilitaram o funcionamento normal da Nefrologia desde o domingo, dia 23 de agosto, quando pacientes que não realizaram hemodiálise na ocasião, e foram liberados após avaliação médica, começaram a retornar para novos atendimentos.

O Hospital diz também que não é verdadeira a informação de que tenha ocorrido um óbito por falta de atendimento em hemodiálise na unidade.

A direção do Hospital Municipal Irmã Dulce segue em contato com a Prefeitura de Praia Grande, visando a solução definitiva do problema da forma mais rápida possível, e segue à disposição para maiores esclarecimentos.

A verdade é que profissionais da saúde terceirizados que atuam no local não têm o respaldo necessário, nem da OS e nem da Prefeitura, para garantir de forma permanente este que é um procedimento essencial para a manutenção da vida dos portadores de doenças renais crônicas.

Ao optar tratar mais esse setor da saúde como negócio, entregando-o para a iniciativa privada em troca de repasses altíssimos, a Prefeitura coloca centenas de vidas em risco.

Lembrando que a SPDM é a mesma empresa que atua no Complexo Hospitalar Irmã Dulce, em Praia Grande, onde um médico falso foi contratado para atender pacientes com suspeita de COVID-19. Pelo menos uma paciente que foi atendida pelo falsário teria ido à óbito por erros no tratamento ministrado pelo homem. As investigações estão em andamento no Ministério Público e na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Quarteirizações da Assembleia Legislativa do Estado.

A SPDM também atua como gestora na UPA da Zona Noroeste, em Santos. Na unidade santista, assim que a OS iniciou o atendimento, as reclamações sobre precariedade, negligência e descaso viraram rotina.

No ano de abertura da UPA, dezenas de mortes suspeitas de terem sido causadas por negligência foram noticiadas. A vereadora Telma de Souza (PT) chegou a tentar abrir uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) sobre o assunto, mas não obteve todas as assinaturas necessárias para instituir esta instância de investigação.

Os males da Terceirização
Os contratos de terceirização ou concessão na Saúde e demais áreas, por meio de organizações sociais (OSs) ou via organizações da sociedade civil (OSCs), são grandes oportunidades para falcatruas.

Seja por meio de fraudes trabalhistas e precarização das condições de trabalho, seja pelo encontro de intenções entre administradores dispostos a se corromper e prestadores que montam organizações de fachada para estruturar esquemas de ganhos ilegais para ambas as partes.

As fraudes proliferam pela existência de corruptos e corruptores, em comunhão de objetivos, mas também pela facilidade que esta modalidade administrativa propicia para a roubalheira. Gestões compartilhadas com OSs e termos de parceria com OSCs não exigem licitações para compras de insumos. As contratações de pessoal também tem critérios frouxos, favorecendo o apadrinhamento político.

A corrupção, seja de que tipo for, é duplamente criminosa, tanto pelo desvio de recursos públicos já escassos quanto pela desestruturação de serviços essenciais como o da saúde, fragilizando o atendimento da população em pleno período de emergência sanitária.

Todos estes anos de subfinanciamento do SUS, de desmantelamento dos demais direitos sociais, de aumento da exploração, acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais. Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores.

O modelo de gestão da Saúde por meio das Organizações Sociais é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido.

Não à Terceirização e Privatização da Saúde Pública! Em defesa do SUS 100% Estatal e de Qualidade!

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