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15/07/2020     nenhum comentário

MAIS TERCEIRIZADOS SE LEVANTAM CONTRA A PRECARIZAÇÃO E CALOTE NOS SALÁRIOS

Funcionários contratados por organização social e que atuam no Hospital da Mulher de São João de Meriti (RJ) se manifestaram contra a falta de pagamentos

funcionariosmeriti

Já está virando rotina: seja para denunciar projetos de privatização de hospitais públicos para Organizações sociais (OSs), seja para denunciar a precarização nos serviços já terceirizados, a boa notícia é que trabalhadores da Saúde de várias partes do País estão se colocando em movimento.

Diariamente temos noticiado atos, manifestações, protestos, paralisações e denúncias na imprensa por parte dos profissionais que já entenderam como se dão os meandros da exploração a que são submetidos.

Junto com a população usuária, eles são os principais afetados pela praga chamada de “gestão compartilhada” que tomou conta das administrações públicas e escancarou as portas da corrupção fácil por meio de contratos com OSs.

Nesta terça (14), foi a vez dos profissionais do Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, na Região Metropolitana do Rio, gritarem contra o desmonte do SUS e o atraso nos salários.

Eles se reuniram na porta da unidade, gerida pela Organização Social de Saúde Instituto Gnosis, e pediram pagamento dos salários, atrasados há dois meses.

Para a imprensa local, uma médica que não quis se identificar informou que a equipe de profissionais, como médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, vai se reunir todos os dias na porta do hospital, às 8h, até que o pagamento seja realizado. A unidade trata pacientes com Covid-19 e é administrada por uma organização social.

De acordo com a médica, uma reunião foi realizada com a empresa, mas não houve previsão para o pagamento dos salários dos funcionários. Por sua vez, a Secretaria de Estado de Saúde alega que há uma auditoria no contrato com a organização, por isso não repassou a verba de R$ 4,8 milhões à OS.

Em junho, outra médica da unidade, que foi infectada pelo novo coronavírus, contou que se sentia desrespeitada com o atraso.

“Estamos à mingua. Desrespeitados o tempo todo. Muito bonitinho bater palmas para ‘heróis’. Heróis de nada, somos profissionais e trabalhamos na profissão que escolhemos. Difícil é conseguir trabalhar como se deve. Difícil é ver tanta roubalheira e a gente sem o mínimo necessário”, lamentou a médica, que voltou a trabalhar após a recuperação.

OS ficha suja

O Instituto Gnosis esteve sob investigação do Tribunal de Contas Municipal (TCM) do Rio de Janeiro por problemas em contratos com hospitais na capital fluminense, como compra de medicamentos acima do valor de mercado. Veja aqui.

No Ataque aos Cofres Públicos também fizemos matéria sobre a má reputação da entidade. Veja no link abaixo:

Governo do Espírito Santo trocou uma OS ficha suja por outra


Porque a terceirização é nefasta

Os contratos de terceirização na Saúde e demais áreas, seja por meio de organizações sociais (OSs), seja via organizações da sociedade civil (OSCs) são grandes oportunidades para falcatruas pelo encontro de intenções entre administradores dispostos a se corromper e prestadores que montam organizações de fachada para estruturar esquemas de ganhos ilegais para ambas as partes.

As fraudes proliferam pela existência de corruptos e corruptores, em comunhão de objetivos, mas também pela facilidade que esta modalidade administrativa propicia para a roubalheira. Gestões compartilhadas com OSs e termos de parceria com OSCs não exigem licitações para compras de insumos. As contratações de pessoal também tem critérios frouxos, favorecendo o apadrinhamento político.

A corrupção, seja de que tipo for, é duplamente criminosa, tanto pelo desvio de recursos públicos já escassos quanto pela desestruturação de serviços essenciais como o da saúde, fragilizando o atendimento da população em pleno período de emergência sanitária.

Lucro acima da vida

Todos estes anos de subfinanciamento do SUS, de desmantelamento dos demais direitos sociais, de aumento da exploração, acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais. Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores. O modelo de gestão da Saúde por meio das Organizações Sociais é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido.

Não à Terceirização e Privatização da Saúde Pública! Em defesa do SUS 100% Estatal e de Qualidade!

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