Falta de planejamento pode dar mais dinheiro para OS em Cubatão

E a novela de mau gosto na Saúde de Cubatão segue seu roteiro ruim. Agora, depois de não pensar num plano B para manter as UBSs funcionando após o fim do contrato com uma organização social que fornecia médicos, a Prefeitura pode apelar para uma tentativa tosca de minimizar os problemas. A “solução” seria elevar o contrato com a OS Instituto Alpha, que ainda está na ativa, para que ela forneça temporariamente mais médicos para tapar os buracos deixados pela outra terceirizada.

O assunto é tema de matéria publicada nesta terça-feira (5), no Jornal A Tribuna.

Se for verdade, expõe mais ainda o poço sem fim de remendos e soluções capengas que aposta na ampliação de um modelo que não deu certo e que deixa as finanças municipais já desfalcadas ainda mais combalidas.

Na segunda-feira (4), o Município avisou que deverá substituir a atual secretária de Saúde, Sandra Furquim. O vice-prefeito Pedro de Sá Filho teve que assumir o meio de campo para tentar apagar o incêndio iniciado após um diretor da pasta dizer que a culpa de toda a pataquada que estamos vendo (unidades fechadas ou funcionando parcialmente) é dos servidores que fizeram greve para manter direitos e lutar por melhores condições de trabalho.

Houve até mesmo protestos (foto) de usuários da saúde pedindo a reabertura imediata das unidades. Na tentativa desesperada de oferecer uma resposta, mais dinheiro público vai para mão de empresários da saúde que só pensam em lucrar.

Atestado de fracasso. É o que o Governo de Cubatão não para de passar para a população.

Veja abaixo a matéria:

O Instituto Alpha

OS de São Paulo, contratada emergencialmente para fornecer médicos no PS Central e no PS Infantil de Cubatão, além do SAMU, a entidade é sempre um providencial “coelho” tirado da cartola pela administração municipal quando surgem problemas em unidades.

Há um ano mostramos exatamente isso: o Instituto Alpha foi agraciado com um contrato emergencial para suprir os plantões dos PSs depois que a OSS Revolução recebeu uma enxurrada de reclamações de falta de médicos. Foi também na época em que Revolução havia sido alvo de um escândalo em rede nacional, ao contratar plantonistas por meio de whatsapp.  Leia aqui

Agora, eis que surge mais uma vez a empresa que pode salvar o governo cubatense da interrupção do atendimento. Será? A que preço? Em que condições?

Se a Prefeitura tivesse feito o que manda a Constituição, ou seja, se tivesse encarado a saúde como tarefa essencial a ser gerida diretamente e exclusivamente pelo poder público, nada disso estaria acontecendo. Haveria servidores em quantidade adequada em todos os postos de saúde. Haveria mais transparência e menos desperdício financeiro.