Ambulância larga paciente na rua após UPA terceirizada negar atendimento

Mais um caso chega às raias do absurdo e comprova, na prática, que Organizações Sociais atuam como empresas e enxergam a saúde como mera mercadoria.

Um vídeo gravado por uma moradora de Cubatão causou revolta nas redes sociais ao mostrar um paciente sendo abandonado na rua após a Unidade de Pronto Atendimento UPA de Cubatão, gerida pela Organização Social Revolução, recusar atendimento.

O caso virou tema de reportagem do site G1, de onde reproduzimos o vídeo.

 

A alegação do motorista da ambulância ao largar o paciente na rua é que não havia vaga na unidade médica.

As imagens foram divulgadas nas redes sociais no início desta semana e foram compartilhadas milhares de vezes até a manhã desta quarta-feira (6). Ao G1, a Prefeitura de Cubatão admitiu que está investigando o caso e informou que um processo administrativo foi aberto para procurar os responsáveis.

Pelas imagens o paciente, com a perna ferida e enfaixada, chega a colocar o pé na frente da roda do veículo no momento em que o motorista acelera. A pessoa que filma então alerta o motorista e os ocupantes do veículo  descem para explicar a situação para os moradores que reclamavam do descaso.

Durante a conversa, o motorista afirma que trouxe o paciente de uma UPA e que o rapaz não conseguiu uma vaga na unidade de saúde. “Eu vou deixar ele onde? Não quiseram aceitar ele. Nossa parte nós fizemos, mas eu vou colocar ele aonde?”.

Ao ser questionado que não poderia fazer isso, o motorista aconselha então que ele seja levado para a casa da autora do vídeo . “Eu levo pra sua casa se está incomodando a senhora”.

A Organização Social Saúde Revolução – OSS Revolução, responsável pela gestão da UPA, informou  ao G1 que o fato está sendo apurado e, por meio de nota, lamentou a situação. A instituição disse ainda que um processo administrativo foi aberto e a equipe envolvida está sendo ouvida.

Mentiras

“Terceirização é mais eficiente” “OSs são a solução para melhorar a qualidade do SUS”. Estas são as mentiras que os políticos contam para o povo para justificar os contratos milionários, quase sempre alvos de desvios, que os governos firmam com empresas fantasiadas de entidades. Empresas que muitas vezes demonstram ser verdadeiras máfias da Saúde, como a que desviou cerca de R$ 50 milhões de dois hospitais do Rio de Janeiro. Veja aqui

O Prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), faz parte do grupo que defende OSs. A UPA da Vila Mathias é o próximo alvo!

 

SISTEMA FRAUDULENTO ORGANIZADO PARA LUCRAR ÀS CUSTAS DO ESTADO

Oscips, Organizações Sociais (OSs), ONGs e outros tipos de entidades “sem fins lucrativos” recebendo dinheiro público nada mais são que empresas com redes de atuação muitas vezes bem organizadas e sofisticadas para lucrar burlando os mecanismos de controle de gastos em áreas públicas e fraudando o estado. Quase sempre atuam em vários municípios de mais de um estado da federação.

Conforme documento da Frente em Defesa dos Serviços Públicos, Estatais e de Qualidade, “OSs e oscips somente se interessam em atuar em cidades e em serviços onde é possível morder sobretaxas nas compras de muitos materiais e equipamentos e onde pode pagar baixos salários. O resultado é superfaturamento em todas as compras (o modelo dispensa licitação para adquirir insumos e equipamentos), a contratação sem concurso público de profissionais com baixa qualificação e, por vezes, falsos profissionais.

O dinheiro que é gasto desnecessariamente nos contratos com estas empresas sai do bolso do contribuinte, que paga pelos serviços públicos mesmo sem utilizá-los e acaba custeando o superfaturamento e os esquemas de propinas para partidos e apadrinhados políticos”.

Santos está caminhando nesta direção desde o final de 2013, quando o governo municipal criou o projeto de lei das OSs e os vereadores a transformaram em lei sem qualquer discussão com a população.

A primeira unidade a ser terceirizada será a UPA que substituirá o PS Central. A OS escolhida é a Fundação ABC, cujos trabalhos devem ser iniciados ainda esse ano na nova unidade. Há a intenção do governo em firmar contratos no Hospital de Clínicas (antigo Hospital dos Estivadores) e também em unidades e programas da área da Cultura, Educação, Esporte e Assistência Social.

Para saber mais sobre esse verdadeiro golpe em andamento leia a cartilha Santos, Organizações Sociais e o Desvio do Dinheiro Público.