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10/08/2018     nenhum comentário

Vistoria supresa constata atendimento precário em Hospital terceirizado em Mauá

Visita foi feita por deputados integrantes da CPI das OSs nesta quinta-feira (9); funcionário da FUABC tentou impedir e foi preso temporariamente

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Atendimento precário, pessoas internadas no corredor e um andar inteiro em obras há mais de 4 anos. Assim os deputados que fazem parte da CPI que investiga contratos firmados entre o poder público e as organizações sociais encontraram o Hospital de Clínicas Dr. Radamés Nardini, em Mauá  (SP).

A diligência surpresa ocorreu nesta quinta-feira (9). Por causa dos problemas estruturais, de equipamentos e no armazenamento de medicamentos, o contrato entre a Prefeitura e a OS que administra o serviço, a Fundação do ABC (FUABC), será alvo de análise da investigação na Assembleia paulista.

De acordo com o jornal Repórter Diário, a análise realizada pelos deputados estaduais Edmir Chedid (DEM) e Carlos Nader (PT) nesta quinta teve como um dos destaques negativos as obras paradas no quarto andar do equipamento. “Vimos um andar inteiro que está em obras há mais de quatro anos, o que não é nenhum pouco razoável”, afirmou Chedid, que é presidente da CPI.

“Nós viemos por causa daquilo que foi relatado pelos jornais da região. Mas foi uma surpresa o que encontramos aqui, algo muito mais grave do que imaginávamos”, completou Nader. Também foram encontrados equipamentos novos encaixotados e remédios vencidos amontoados no mesmo andar que passa por reformas.

A obra, segundo os parlamentares, vem atrapalhando o atendimento de munícipes, pois “muitos estão amontoados nos corredores”, e foi verificada a falta de alguns medicamentos. Pacientes e funcionários foram ouvidos durante toda a diligência que foi acompanhada pela Polícia Militar.

Dificuldades para entrar no hospital
A comitiva de 15 pessoas teve problemas para acessar o Hospital Nardini. Logo quando chegaram os deputados foram impedidos de entrar no local. Mesmo acompanhados de policiais e com a identificação oficial, os deputados tiveram dificuldades de explicar a situação e os motivos da diligência.

Após uma série de tentativas, foi dada a voz de prisão ao funcionário Jefferson Daniel Domingues Ribeiro, identificado como chefe da segurança do local. O mesmo foi liberado momentos depois.

Os parlamentares também relataram que esperaram por uma hora até que a diretora técnica do hospital, Adlin Santana, se apresentasse como responsável pelo local. Quando questionada se representava da Fundação do ABC, a funcionária não confirmou. Também foram ouvidos o secretário-adjunto de Saúde, Wladimir Stephani, e a assessora jurídica da Pasta, Hellen Cristiane Românini Pessoa.

Hospital público???

Assim agem as OSs quando se apropriam por meio dos contratos de gestão de hospitais públicos. O imóvel e as instalações das unidades hospitalares acabam sendo transformadas na prática em território privado, a ponto de barrarem até mesmo a entrada de parlamentares com a prerrogativa constitucional de fiscalizar as políticas e serviços públicos.

Se o acesso é difícil para um representante eleito, imagine para o cidadão comum que busca atendimento ou explicações sobre a precariedade do serviço.

Investigação

Os próximos passos em relação à investigação feita pela CPI das OSSs, em Mauá, é passar um pente-fino em todas as ações realizadas desde o início do governo do prefeito afastado, Átila Jacomussi (PSB), em 2017: contrato, dívidas e processo de reformulação no hospital Nardini nos últimos 20 meses.

Serão pedidos documentos que possam comprovar o tamanho da dívida que a Prefeitura tem com a Fundação do ABC (FUABC). A princípio, a entidade informa que o montante devido chega a R$ 128 milhões. Jacomussi alegava que o valor era de cerca de R$ 30 milhões e que a Fundação também devia valores ao município. Até o momento não existe um acordo.

Também será pedida a relação de contratações e demissões realizadas desde janeiro de 2017 em todos os equipamentos públicos de Mauá que são controlados pela FUABC. A intenção é descobrir se houve algum tipo de influência política em torno das admissões e das exonerações, e se houve por parte da Fundação a abertura de vagas para pessoas que não tinham qualificação necessária para atuar na área da Saúde.

Outro ponto que passará pela análise dos deputados estaduais é a contratação de empresas quarteirizadas, pela Fundação do ABC, para a prestação dos serviços. Existe suspeita de irregularidades pela falta de processo licitatório.

Atualmente, a parceria entre FUABC e Mauá ocorre por meio de um contrato emergencial que termina no próximo dia 30.

A Fundação do ABC também tem contratos investigados com o Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, e equipamentos públicos da Baixada Santista. A CPI das OSs tem até o final de setembro para apresentar o resultado das investigações, porém o prazo pode ser prorrogado para até dezembro, quando termina o trabalho desta legislatura no parlamento estadual.

 

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