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12/12/2016     nenhum comentário

UPA terceirizada segue gerando indignação

Demora para atendimento e abordagens grosseiras ou superficiais por parte de médicos e funcionários continuam sendo comuns na unidade santista.

A grande pergunta é: onde foi parar o atendimento humanizado tão prometido para a UPA Central de Santos?

A unidade, cuja gestão foi entregue para uma empresa, está operando no limite não só porque recebe a demanda de cidades vizinhas, mas, principalmente, porque mantém equipes reduzidas nos plantões médicos e nos turnos administrativos.

Na última segunda-feira (5), a lista de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e de Raio X por plantão não foi divulgada na parede da entrada da unidade, onde costuma ser afixada.

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Do lado de fora, em mais uma Ouvidoria Popular várias foram as reclamações mostrando realidade precária do serviço terceirizado. Demora para atendimento e abordagens grosseiras ou superficiais por parte de médicos e funcionários continuam sendo comuns.

Junto com a Prefeitura, a Organização Social Fundação do ABC, que recebe R$ 19,1 milhões para gerenciar o serviço, tem reproduzido o discurso de que é vítima da intensa procura de pessoas de fora da cidade ou de pessoas que buscam atendimento fora do perfil da UPA. As mesmas desculpas são usadas há anos por políticos que gostam de responsabilizar a população pelos problemas no serviço público.

Em primeiro lugar, constitucionalmente a UPA é obrigada a atender qualquer cidadão, independente de local de moradia. O município de Santos recebe mais recursos do Governo do Estado e do Ministério da Saúde exatamente por ser o município polo da Baixada Santista. E os moradores de São Vicente e Cubatão pagam impostos para o Governo do Estado e para União, logo também contribuem para ter saúde de qualidade em qualquer parte do território nacional.

Em segundo lugar, já mostramos aqui que as pessoas com doenças de menor gravidade procuram a UPA porque as policlínicas também estão sobrecarregadas, com poucos médicos e agendamentos que ultrapassam os três meses de espera. Para algumas especialidades não há sequer previsão de data. Nas unidades básicas também faltam medicamentos, como na UPA. Além disso, a dificuldade no encaminhamento de exames é tremenda.

Uma paciente de São Vicente, que pediu para não ser identificada, contou que esteve três vezes na UPA e em todas enfrentou longa espera. Mas o pior problema é a humilhação que sofre por ser da cidade vizinha.

“Da última vez, o médico falou que eu tinha que voltar para São Vicente e que ele não ia me atender. Eu estava muito mal, tinha tomado um medicamento que me deu um efeito colateral muito forte. Estava com dores e ele ficou dizendo que eu tinha que buscar atendimento na minha cidade. Ainda tirou sarro de mim. Só quando comecei a chorar ele me colocou no soro”.

A paciente reclamou da enorme fila para tomar a medicação e lembrou que no antigo PS Central as coisas eram mais ágeis. Podia estar cheio, mas a gente tirava Raio X, fazia exames. Aqui diz que tem, mas nunca pedem exames. Só passam medicamento. Essa UPA é uma maquiagem. A gente vem porque precisa e eles ainda fazem corpo mole para atender quem é de São Vicente. Mas a gente paga imposto para o Alckmin e Santos recebe dinheiro do Estado”.

Veja no quadro outros relatos:

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