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02/01/2017     nenhum comentário

UPA completa um ano desperdiçando o dinheiro do santista

Em 12 meses os efeitos da baixa qualidade no atendimento, somada à quantidade insuficiente de profissionais produziu críticas dos pacientes. Demora no atendimento, erros de procedimento, falta de medicamentos e equipamentos básicos, além de problemas para realização de exames são algumas das queixas.

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Em 15 de janeiro de 2016, a mídia local reproduzia acriticamente, conforme convinha ao Governo Municipal, que Santos inaugurava sua primeira experiência de gestão em saúde por meio de Organização Social (OS).

Antes e depois da inauguração, com raríssimas exceções, os veículos de imprensa se limitaram a narrar o trivial, reforçando a propaganda enganosa do Governo: expectativa de atendimento, número de salas e consultórios, o discurso do político A, o pronunciamento do político B…

As afirmações eram as mais otimistas possíveis. “Modernização administrativa”, “excelência no atendimento”, “agilidade nas contratações” e “humanização do serviço” foram expressões repetidas muitas vezes.

Enquanto isso, o Ataque aos Cofres Públicos insistia que a transformação do antigo PS Central em UPA terceirizada custaria caro aos santistas. Explicávamos que o modelo de gestão deu errado em todos os municípios e estados. Demonstrávamos com fatos e dados concretos que a saúde ficaria mais onerosa e menos eficiente. Reafirmamos tudo isso em uma manifestação, pro- movida no dia da inauguração. Estampamos em painéis, no site, nas redes sociais as irregularidades em que a Organização Social que assumiria a UPA estava envolvida.

Dito e feito. Os efeitos da baixa qualidade no atendimento, somada à quantidade insuficiente de profissionais foram se revelando. Demora no atendimento, erros de procedimento, falta de medicamentos e equipamentos básicos, além de problemas para realização de exames vieram à tona em forma de denúncias dos próprios pacientes.

O caso que ilustrou com precisão a irrisória resolutividade da unidade e o despreparo da Organização Social que assumiu o ser- viço foi o de um paciente que morreu de forma negligente e trágica no banheiro da unidade. Ele havia procurado o serviço com todos os sintomas de princípio de infarto e não foi encaminhado para receber os procedimentos protocolares que o caso exigia.

Enquanto aguardava atendimento por horas, passou mal e foi encontrado já em parada cardiorrespiratória diante do vaso sanitário. Um médico que o encontrou acidentalmente já havia relatado a falta de condições de trabalho no local e as equipes em número defasado. Ele foi desligado depois de questionar a chefia. O Ataque aos Cofres Públicos publicou com exclusividade uma entrevista com o profissional e o caso passou a ser investigado em inquérito policial.

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Meses depois do ocorrido, nada foi feito para melhorar o serviço, que sequer foi fiscalizado mais atentamente pelos vereadores ou pelo próprio Governo. Pelo contrário. A Prefeitura de Santos contratou uma pesquisa duvidosa, onde a população aparece aprovando a unidade terceirizada.

Nas redes sociais os relatos de usuários diziam e ainda dizem o oposto. O Ataque aos Cofres Públicos resolveu então dar um passo além para mostrar a verdadeira UPA que não aparece no Diário Oficial e nos veículos de imprensa com rabo preso com a administração. Criamos a Ouvidoria Popular, um serviço gratuito e independente, que semanalmente vai até a porta da unidade para dar espaço aos pacientes indignados com o atendimento precário. Os ignorados pela mídia e pela administração passaram a ter voz.

Desde então, ouvimos 51 pessoas em 8 edições. Os relatos são publicados em matérias e vídeos no site e na fanpage. Todos esses depoimentos estão formando um dossiê e serão encaminhados aos órgãos fiscalizadores competentes, como Ministério Público Federal.

Além de denunciar presencialmente, por whatsapp, pelo face, pelo site e por e-mail, os usuários poderão também se manifestar pelo serviço 0800, cujo número será divulgado em breve.

Caixa-preta da Fundação do ABC é destaque na imprensa

“Muito dinheiro envolvi- do e pouco resultado. É preciso pôr o dedo na ferida. Abrir a caixa-preta da FUABC”, diz o editorial do jornal Diário do Grande ABC do dia 11 dezembro, sobre a Organização Social que abocanha R$ 2,2 bilhões por ano em contratos com diversas prefeituras, entre elas Santos, Praia Grande e Guarujá.

Na mesma data, em uma reportagem especial publicada pelo jornal há mais dados sobre o descompasso entre o faturamento exorbitante da empresa e seu desempenho sofrível nas unidades terceirizadas onde atua. O título da matéria já diz tudo “ FUABC chega aos 50 anos com receita recorde e atuação criticada”.

E o texto segue com informações importantes: “Na contramão do crescimento financeiro, serviços prestados pela Fundação têm sido mal avaliados por gestores da região e viraram dor de cabeça para os prefeitos eleitos, que temem precisar destinar recursos milionários à entidade e ver a precariedade da saúde”.

O jornal destaca a fala do prefeito eleito em São Caetano, José Auricchio Jr: “Há salários de R$ 40 mil. Qual- quer um ganha R$ 10 mil na FUABC. É gente que você nem sabe onde trabalha”, disparou. E ainda: “Pesam sobre a FUABC denúncias de aparelhamento político do órgão”.

Algo ainda mais podre está começando a cheirar no orçamento bilionário da Fundação do ABC em 2017 Um outro editorial no mesmo jornal foi publicado no dia 14 de dezembro, mostrando que enquanto funcionários da OS cruzam os braços por falta de salários, o fluxo de pagamento dos contratos pelas prefeituras segue regular. O editorial ainda aponta falta de transparência da entidade, que resiste em se explicar perante a opinião pública.

O Ataque aos Cofres Públicos sempre denunciou a OS que o prefeito de Santos trouxe para a UPA, mesmo sabendo que a entidade é investigada por uma Frente Parlamentar na Assembleia Legislativa e que tem diversas contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas. Até quando a população de Santos vai aceitar isso?

Veja abaixo os prints:

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