A Tribuna: paciente espera 4 horas por atendimento na UPA Central de Santos

E no site do Jornal A Tribuna, estampada como uma das chamadas de capa, a UPA Central volta a aparecer com destaque. A matéria mostra pacientes reclamando da espera e da falta até de cadeiras para acomodar todos os doentes.

Não era para ser eficiente, rápido e moderno o atendimento terceirizado para a Fundação do ABC, que ganha R$ 19,1 milhões por ano da administração para suprir a urgência e emergência na unidade?

O que deu errado com o modelo de gestão, batizado pelo nome Publicização ? Aqui cansamos de denunciar que uma unidade embelezada pode encher os olhos no começo, mas o que a população quer é atendimento digno, bons médicos, bons profissionais e em quantidade suficiente. Na UPA Central, onde até pediatra é quarteirizado e tem experiência ínfima para atender, o que esperar do atendimento nas demais especialidades?

E não adianta o governo voltar a reclamar que é prejudicado com o atendimento de muitos pacientes de fora. Santos recebe mais dinheiro para isso, pois é cidade polo da região. Essa desculpa a população não engole mais!

Leia abaixo a matéria na íntegra (ou clique aqui) e saiba, de antemão, que o governo está gastando mais dinheiro dos cofres públicos e o atendimento continua longe do ideal.

Paciente espera 4 horas por atendimento na UPA Central de Santos

Segundo a Fundação ABC, até as 18h foram atendidos 621 pacientes (121 a mais do que a média diária)

Entre 17 e 21 horas. Esse foi o tempo que a copeira Maria Creuza Pereira, de 56 anos, aguardou na sala de espera da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Central de Santos, nesta segunda-feira (19).

Com dores no peito, a moradora de São Vicente procurou a unidade localizada na Rua Joaquim Távora, 260, Vila Mathias, após sair do trabalho. “Tinham pessoas reclamando que estavam aguardando desde às 15 horas. Muitos idosos estão há horas esperando. Não tem cadeira para todos, então muitos pacientes estão aguardando pelos corredores. Tem pelo menos 100 pessoas na sala de espera”, disse ela à Reportagem, às 20 horas. Às 21h15, Maria Creuza foi atendida.

A espera foi motivo de confusão entre um paciente e atendente da UPA. Viaturas da Polícia Militar foram acionadas. “Quando (os policiais) chegaram ao local, a situação já estava resolvida. Ele (paciente) estava esperando há muito mais tempo e depois conseguiu ser atendido”, relata.

Maria Creuza afirma que essa é a segunda vez neste ano que procura a unidade. Em fevereiro, pouco mais de um mês após a inauguração, afirmou não presenciar problemas. “Fui atendida rápido da primeira vez, não imaginava que estava assim. Mas realmente da para ver que tem muita gente (pacientes) de outras cidades. como eu trabalho em Santos resolvi vir aqui. Em São Vicente os PSs não têm condições (de atendimento)”, reclama.

Espera acima da média

A Fundação do ABC, organização social (OS) que administra o local, afirma em nota que “a equipe médica da UPA está completa” e que “o tempo de espera para o atendimento está acima da média em virtude da procura extremamente elevada na data de hoje (segunda-feira), muito acima do volume habitual”.

A média de atendimentos diários na UPA é de 550 pacientes. Segundo a Fundação do ABC, somente até as 18 horas desta segunda-feira, foram atendidos 621 pacientes. “Esse número certamente irá ultrapassar 800 pacientes (até o final do dia). Dos atendimentos realizados hoje, 64% são munícipes de Santos e 36% de outras cidades, que se deslocam em busca de atendimento de qualidade. Mais de 30% são pacientes de São Vicente”.

A OS destaca que apesar da procura muito acima da média, “todos os casos identificados como urgentes na classificação de risco são atendidos de imediato”.

Aumento de pacientes

A demora no atendimento não é novidade. No dia 8 de junho, a espera chegou a 5 horas. No último dia 25 de agosto, o secretário de Saúde de Santos, Marcos Calvo, se mostrou preocupado com o aumento expressivo de pacientes na unidade.

No final de agosto, a Administração Municipal informou à Reportagem que o número de pacientes recebidos UPA Central aumentou 54,9% de maio a julho deste ano, em relação à quantidade verificada no mesmo período de 2015 no antigo Pronto-Socorro (PS) Central, ao lado da Santa Casa. Nos três últimos meses foram 46.864 pessoas, contra 30.253 no ano passado.