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31/07/2020     nenhum comentário

TERCEIRIZADOS DO SAMU DO RIO ENTRAM EM GREVE CONTRA CALOTE NOS SALÁRIOS

Funcionários estão há três meses sem receber e muitos já não conseguiam comparecer ao trabalho por falta de dinheiro e de vale-transporte

samugreve

Cansados de promessa e sem ter como colocar comida na mesa, os funcionários do SAMU do Rio de Janeiro denunciam atraso de três meses em seus salários.

Por conta do calote da empresa terceirizada, a organização social OZZ Saúde, os trabalhadores realizaram uma manifestação nesta quinta-feira (30), em frente à base do Caju, na Avenida Brasil, Zona Portuária da capital fluminense. O protesto serviu também para a categoria iniciar o início de uma greve.

À imprensa local, os trabalhadores dizem que já não tem mais como se deslocar para o trabalho e que a paralisação é o último recurso.

“A gente não está parando porque quer. A gente está parando porque não tem condições de ir trabalhar sem receber salário. Estamos cotizando e pedimos ajuda do Sindicato dos Enfermeiros para enviar uma cesta básica para a colega. A situação é desesperadora”, relatou uma enfermeira ao Diário do Rio.

Presente na manifestação, um técnico em enfermagem conta que a falta de pagamento teve início após a Procuradoria-Geral do Estado suspender os repasses da Secretaria Estadual de Saúde para a organização social OZZ Saúde, que gerencia o Samu no Rio. O contrato da OS com o Governo Estadual está sendo revisto, após irregularidades serem apontadas.

“Hoje, por exemplo, estou saindo de um plantão de 24 horas, onde só comi um pão com manteiga e um café, oferecido na casa de um paciente. Sem salário, a gente está ficando sem comida em casa, sem condições de trabalhar. Isso abala muito a gente psicologicamente”, disse o rapaz.

Outra enfermeira, por sua vez, diz que, neste momento, apenas 30% dos funcionários têm condições financeiras de continuar trabalhando. Segundo ela, o protesto desta quinta visava chamar a atenção para a situação de abandono que os profissionais do Samu estão passando.

Todo apoio aos funcionários do Samu e dos demais serviços de saúde do Rio, que assim como a população, são vítimas da terceirização da saúde pública e demais áreas.

Enfermeiros também se mobilizam

Enfermeiros e técnicos de enfermagem terceirizados do estado do Rio de Janeiro também anunciaram na semana passada que iniciariam greve após meses de salários atrasados. No último dia 23, profissionais da categoria, contratados por organizações sociais ou vinculados a empresas subcontratadas (quarteirizadas), protestaram em frente à sede da Secretaria Estadual de Saúde.

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No protesto, foram relatados casos de até quatro meses sem pagamento. Em nota, a SES confirmou o atraso e afirmou que “se solidariza com os trabalhadores que estão sem receber os pagamentos” e que está “tratando o assunto como prioridade”.

Os males da Terceirização

Os contratos de terceirização na Saúde e demais áreas são grandes oportunidades para falcatruas, seja por meio de organizações sociais (OSs), que sempre subcontratam e quarteirizam, seja via organizações da sociedade civil (OSCs).

Fraudes trabalhistas, precarização das condições de trabalho, administradores dispostos a se corromper, prestadores que montam organizações de fachada para estruturar esquemas de ganhos ilegais são só alguns exemplos do que ocorrem por trás destas tenebrosas transações.

As fraudes proliferam pela existência de corruptos e corruptores, em comunhão de objetivos, mas também pela facilidade que esta modalidade administrativa propicia para a roubalheira. Gestões compartilhadas com OSs e termos de parceria com OSCs não exigem licitações para compras de insumos. As contratações de pessoal também tem critérios frouxos, muitas vezes favorecendo o apadrinhamento político.

A corrupção, seja de que tipo for, é duplamente criminosa, tanto pelo desvio de recursos públicos já escassos, quanto pela desestruturação de serviços essenciais como o da saúde, fragilizando o atendimento da população em pleno período de emergência sanitária.

Todos estes anos de subfinanciamento do SUS, de desmantelamento dos demais direitos sociais, de aumento da exploração, acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais. Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores. O modelo de gestão da Saúde por meio das Organizações Sociais é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido.

Não à Terceirização e Privatização da Saúde Pública! Em defesa do SUS 100% Estatal e de Qualidade!

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