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19/10/2015     nenhum comentário

Terceirizada do Guilherme Álvaro faz menos exames do que deveria 

VAI SER ASSIM TAMBÉM NA UPA???

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Há pouco mais de uma semana, assistimos o drama dos pacientes da Baixada Santista que enfrentam dificuldades para fazer exames no Hospital Guilherme Álvaro (HGA). Vários órgãos de imprensa noticiaram que está quebrado há várias semanas o único aparelho do SUS na região que analisa a coagulação do sangue. Com isso, vários pacientes graves que aguardam cirurgias estão impedidos de serem operados.

Diante do quadro, resolvemos checar como anda a oferta dos exames de diagnóstico por imagem no Hospital, já que o serviço é terceirizado para a Organização Social Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI).

Com base na Lei de Acesso à Informação, solicitamos os dados referentes à quantidades de exames realizados em 2015 de Mamografia, Raio X, Ressonância Magnética, Tomografia, Ultrassonografia, US Dopler, Densitometria Óssea e Arteriografia. Descobrimos que o número de procedimentos está muito abaixo das metas mensais estipuladas no contrato de terceirização para o HGA.

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Levando-se em consideração as metas mensais de 2015 até o dia 14 de outubro, o HGA deveria ter executado 60.586 exames. Mas, segundo informou a Secretaria de Estado da Saúde, apenas 45.498 foram realizados. Uma diferença de 25%. Veja o déficit por exames:

 

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De quem é a conta pelos exames pagos, mas não realizados? Para onde vai esse dinheiro? A Organização Social FIDI mantém contrato para a realização de exames por diagnósticos de imagem em hospitais estaduais desde 2010. De acordo com o último contrato de terceirização, a entidade deve receber pelos serviços prestados em 17 hospitais e uma unidade móvel o montante de R$ 470.547.180,00, por um período de cinco anos de vigência.

Pacientes à espera de cirurgia sofrem sem exames

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Terceirizar serviços públicos de saúde para Organizações Sociais e Oscips não traz mais eficiência e agilidade, conforme gostam de defender os governos e gestores entusiastas da privatização. Se assim fosse, a imprensa não teria mostrado recentemente o caso dos quinze pacientes internados no Hospital de Cubatão, que aguardam por um exame que pelo SUS só é oferecido no Hospital Guilherme Álvaro. Eles não conseguem realizar um procedimento que mede as condições de circulação do sangue porque o aparelho está quebrado e não tem previsão de concerto.

Conforme mostraram vários veículos de comunicação regionais nos dias 6, 7 e 8 deste mês, os pacientes estão com partes de membros necrosados e aguardam esse diagnóstico para serem operados. Cansadas de esperar respostas da instituição e aflitas com a situação, as famílias dos doentes procuraram o Ministério Público.

Os parentes dizem que a infecção está se alastrando e que sem o exame o risco de amputação de partes cada vez maiores dos membros aumentam.

Por meio de nota, o governo do Estado informou que apenas um dos pacientes está com exame agendado para dia 27, em São Paulo. Em relação aos demais, será analisada, caso a caso, a possibilidade de agendamento. Já sobre o equipamento danificado a Secretaria de Estado da Saúde disse que o mesmo está em manutenção e que as peças estão sendo compradas.

A mesma resposta foi enviada há duas semanas para a equipe da TV Tribuna quando a emissora mostrou o drama de uma outra paciente, de São Vicente, que não conseguia fazer o exame por conta do equipamento quebrado. Problema antigo A terceirização da parte laboratorial e de exames de diagnóstico em hospitais estaduais vem de longa data em São Paulo.

Já em 2006 o Sindicato dos Trabalhadores Públicos na Saúde do Estado de SP elaborou um dossiê denunciando problemas na terceirização deste setor. Foram levantados problemas como restrição e limitação de exames após serem atingidas as metas contratadas, contratação de profissionais terceirizados pouco qualificados (mão de obra precária e mais barata), entre outros.

 

DL_HGA

 

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