Sócios da OS Biotech, que comandaram a Máfia da Saúde no Rio já estão em prisão domiciliar
Wagner e Walter Pelegrini são acusados pelo Ministério Público Federal de terem desviado mais de R$ 48 milhões em recursos do SUS. Tudo acontecia por meio de contratos de terceirização de hospitais municipais. Os dois vão responder ao processo em prisão domiciliar.
A pergunta é: o crime compensa? A resposta é óbvia. Em se tratando de crimes com dinheiro público cometidos por colarinhos brancos influentes, o crime geralmente compensa. E muito!
Veja o caso dos irmãos sócios da Organização Social Biotech, por exemplo. Presos em operação da Polícia Federal,Wagner e Walter Pelegrini são acusados pelo Ministério Público Federal de terem desviado mais de R$ 48 milhões em recursos do SUS. Tudo acontecia por meio de contratos de terceirização de hospitais municipais. Os dois vão responder ao processo em prisão domiciliar.
Eles são acusados de fraude e de superfaturamento em contratos públicos e estavam presos há duas semanas em Bangu, mas obtiveram liminar favorável no último dia 22 de dezembro.
O desembargador Siro Darlan foi quem mandou soltar os acusados. Enquanto isso, médicos e funcionários de várias Organizações Sociais (OSs) de diversos hospitais e UPAs continuam sem salários e sem o décimo terceiro. Em várias unidades apenas casos gravíssimos estão sendo atendidos, pois os profissionais se recusam a voltar ao trabalho sem os direitos trabalhistas garantidos.
A corrupção e a precarização da mão de obra são apenas duas das várias faces cruéis da terceirização e privatização dos serviços públicos. No Rio de Janeiro, aliados à crise financeira que tem cortado investimentos no SUS, os dois fatores produzem um verdadeiro colapso no sistema, conforme tem noticiado a imprensa.
A Máfia da Saúde
Uma investigação do Ministério Público apurou que a empresa Biotech combinava com oito empresas o valor superfaturado de material comprado para hospitais municipais de Acari e Pedro II, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio. Os promotores identificaram superfaturamento de mais de 1.000% por cento em alguns produtos.
Eles afirmam que o esquema só funcionou porque a prefeitura falhou na fiscalização. Os irmãos Pelegrini, presos no dia 9 de dezembro receberam R$ 515 milhões da prefeitura desde 2012. Tinham carros de luxo, joias e escondiam quase R$ 1,5 milhão numa mala.
Em 2007, a prefeitura do Rio terceirizou a gestão de alguns hospitais públicos. A empresa GPS venceu a licitação para administrar o Hospital de Acari. A GPS pertence aos irmãos Walter e Wagner Pelegrini. Como os problemas na unidade continuaram, a prefeitura decidiu então trocar as empresas por organizações sem fins lucrativos, de modo a dar mais eficiência e transparência ao sistema.
Em 2012, a Organização Social Biotech assumiu o Hospital Pedro II, em Santa Cruz. No início de 2015, a Biotech entrou no lugar da empresa GPS no Hospital de Acari. Os donos da GPS são os mesmos da Biotech que, apesar da fiscalização, teria desviado R$ 50 milhões.