Servidores das UPAs de Florianópolis encerram greve após recuo da Prefeitura
Além de evitar o aumento nos plantões, a mobilização conseguiu barrar a contratação de médicos terceirizados e derrubar a discussão sobre a contratação de uma organização social (OS) para gerir as UPAs.
Depois de uma greve de 20 dias, os servidores das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Florianópolis resolveram voltar ao trabalho. A decisão, tomada em assembleia ocorreu nesta quinta (4), após a prefeitura se comprometer a retirar da Câmara de Vereadores o projeto de lei que aumentava unilateralmente a quantidade de plantões aos trabalhadores.
Os funcionários são servidores concursados e comemoram também outras duas vitórias resultantes da mobilização: a resistência contra as ameaças de contratação de médicos terceirizados e a derrubada da discussão sobre a contratação de uma organização social (OS) para gerir as UPAs.
Agora o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem) busca articular outra versão para o Projeto de Lei Complementar (PLC) 1.686/17, que tentava aumentar o número de plantões da categoria para 18 jornadas de 12 diárias por mês.
De acordo com o Sintrasem, o governo se comprometeu a retirar a comunicação interna que determinava os 18 plantões, e aplicar a escala de 11 plantões mais um de sobreaviso – remunerada, caso o trabalhador seja acionado. O sindicato também afirma que obteve a garantia de não punição dos trabalhadores.
“Conseguimos impedir a aprovação da jornada na Câmara já no ano passado, e agora conquistamos a retirada da essência do projeto em si. Isso mostra que a prefeitura não pode tomar decisões unilaterais, como vinha fazendo, mas deve debater com os próprios trabalhadores ao invés de impor medidas que afetam tanto a saúde dos trabalhadores quanto o atendimento à população”, declarou o presidente do Sintrasem, Renê Munaro, ao jornal Diário Catarinense.
Que o exemplo dos servidores da saúde de Florianópolis sirva de inspiração para a resistência e luta dos demais trabalhadores em outras prefeituras que já sofrem com a precarização das condições de trabalho e com terceirização ou que estão ameaçados por elas.