Secretário de Saúde de Santos culpa o povo sobre precariedade e demora na UPA
Sem poder justificar o injustificável, governo santista esconde que a terceirização não deu certo na UPA e apela para campanha dizendo que cidadãos não usam a UPA adequadamente. Jornais reproduzem o discurso se questionar.
Sabendo que a realidade vem desmascarando dia a dia o discurso do governo de que a gestão compartilhada com OSs elevaria a assistência médica a níveis de excelência, a Prefeitura agora utiliza-se da máquina para construir a seguinte narrativa aos munícipes: A culpa da UPA estar superlotada é da população, que não sabe usar o serviço.
Veja as matérias do Jornal A Tribuna e Diário do Litoral:
No Diário Oficial e nos jornais da Cidade o secretário Marcos Calvo aparece para justificar o injustificável. Um golpe mais do que baixo! No Jornal A Tribuna Calvo cita que uma dor nas costas, por exemplo, deve ser tratada nas unidades básicas. Por esse raciocínio, o sujeito que procura a UPA para se livrar da dor acaba colaborando para lotar a unidade. Mas o secretário não diz que nas policlínicas a espera para marcar uma consulta é de meses. Há especialidades em algumas unidades em que o agendamento é superior a seis meses!
Ora, se o cidadão que está com dor e precisa de um médico não consegue acessar a rede básica com a brevidade necessária, ele deve aguentar as dores por semanas ou meses para não sobrecarregar o serviço? É isso o que o Governo está pedindo para a população. Aguentem calados suas dores e não atrapalhem “magnífico” trabalho desenvolvido pela empresa contratada a R$ 19,1 milhões.
Outro golpe baixo do atual governo é “trabalhar” os dados da UPA conforme sua própria conveniência. Quando é para definir as metas de realização de consultas à Fundação do ABC, inclui apenas clínico geral, pediatria e ortopedia. Quando é para mostrar na imprensa como o atendimento “cresceu” de forma “inesperada”, infla os dados de atendimento com os dados de atendimento odontológico. E aí afirma que é preciso fazer campanhas para conscientizar os pacientes sobre o uso adequado do serviço, que está sobrecarregado por culpa do povo.
A população não têm como interpretar a maquiagem nos números, mas sabe muito bem o que é ser tratada com descaso. Muitos pacientes sabem que faltam médicos nos plantões. Sabem que os funcionários terceirizados atuam em número insuficiente na unidade e que essas são as reais causas das enormes filas.
Porém, os repasses mensais à empresa que gerencia esse caos, estão em dia. Há indícios de que a empresa não cumpre corretamente o contrato e não há fiscalização alguma! No contrato está previsto exames de ultrassom e a unidade até hoje não dispõe desse procedimento. Estaria a unidade recebendo de forma integral e cumprindo de forma parcial a sua parte? Os vereadores que aprovaram a Lei das OSs em Santos estão onde? Elegeram-se e desampararam a população! Nenhum deles fiscaliza. O Conselho Municipal de Saúde fecha os olhos para essa realidade e foi omisso desde o início da implantação deste modelo irresponsável com os cofres públicos e com as pessoas.
Sheila Olave é uma das que se queixam, pelo facebook. Ela acha lembra que a UPA não tem cadeira de rodas e, mesmo que tivesse, as cadeiras não entram na sala de triagem e atendimento. “Os cadeirantes precisam ser carregados para dentro da sala!!!absurdo!!!”. E segue desabafando: “Primeira vez que fui nessa Upa Central cheguei às 14h30 e consegui ser medicada às 20h. Vi dois cadeirantes serem carregados e muitas pessoas passando mal, se arrastando das cadeiras. É bizarro”.
Veja o relato dela, compartilhado no facebook e enviado ao Ataque aos Cofres Públicos.
Veja nos links abaixo os relatos em vídeo de quem amarga o péssimo atendimento terceirizado. Eles fazem parte da Ouvidoria Popular do Ataque:
Ouvidoria em 20/09 – Assista aqui
Ouvidoria em 11/10 – Assista aqui
Ouvidoria em 17/10 – Assista aqui