Saem as prisões preventivas de empresários ligados a OS que desviaram dinheiro de Hospital
Investigados já estavam presos temporariamente após ação deflagrada para apurar desvios de R$ 4 milhões no Hospital Ouro Verde, em Campinas. Gaeco vê indícios de superfaturamento e uso de propina.
Decretadas pela 4ª Vara Criminal de Campinas (SP) as prisões preventivas de seis empresários investigados na 1ª fase da “Operação Ouro Verde”. Eles são acusados de desviar pelo menos R$ 4 milhões do Hospital Ouro Verde, por meio da Organização Social Vitale, contratada pela prefeitura de Campinas para gerenciar o equipamento.
Os presos já estavam na cadeia, mas as prisões eram temporárias. A conversão para as preventivas ocorreu nesta quinta (7), junto com a aceitação da denúncia oferecida pelo Ministério Público contra os seis empresários. Pensam contra eles a organização de um esquema que praticava superfaturamento em remédios e insumos e pagava propina para agentes públicos.
Os empresários são Fernando Vitor Torres Nogueira Franco, Daniel e Paulo Câmara, Aparecida Bertoncello e Ronaldo Foloni e Ronaldo Pasquarelli. Todos foram denunciados pelos crimes de organização criminosa, fraude à licitação, falsidade ideológica e peculato.
Com essa decisão, fica autorizada a continuidade da investigação e o levantamento do sigilo dos diálogos interceptados.
Outra decisão da Justiça prevê o afastamento cautelar do servidor Anésio Corat Júnior, exonerado pela Prefeitura. Ele ocupava o cargo de diretor da Secretaria de Saúde e na casa dele houve apreensão de R$ 1,2 milhão em dinheiro. A defesa dele não foi localizada até esta
O caso
As investigações começaram há dez meses e nesse período foi apurado que o grupo ligado à Organização Social Vitale, responsável por administrar a unidade médica, usava a entidade para obter indevida vantagem patrimonial por meio de consultorias simuladas.
Durante a ação em Campinas, também foram apreendidos dois carros, modelos Ferrari e BMW. Ao todo, de acordo com o MP, foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão em sete cidades paulistas, mas há indícios de que a organização criminosa atuava em outros estados.
Os promotores do Gaeco destacam que outras organizações sociais eram usadas no esquema investigado e que não está descartado o envolvimento de integrantes do primeiro escalão do governo de Campinas.
Após suspender o contrato com a Vitale, a Prefeitura informou que a gestão da unidade passará a ser municipalizada.