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06/10/2017     nenhum comentário

Rio de Janeiro afogado em problemas nas unidades geridas por OSs

Em Hospital e UPA faltam remédios, insumos e trabalhadores estão com salários atrasados. OS diz que Prefeitura deve repasses. Secretaria de Saúde diz que cronograma de transferências acordado com entidades está sendo cumprido.

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No último dia 3 matéria do jornal Extra e O Globo mostrou que mais uma unidade de pronto atendimento gerida por organização social (OS) no Rio de Janeiro está com graves problemas no atendimento.

A UPA de Madureira está com atendimento ficou restrito devido aos estoques baixos de medicamentos e insumos. Além disso, os profissionais de saúde estão com o salário de agosto atrasado. Um protesto no último dia 2 em frente à unidade reuniu doentes e funcionários, cansados de passar por perrengues que vêm se aprofundando há meses.

“Não estamos atendendo a todos, como sempre fizemos. Faltam medicações importantes. A população não tem culpa. As pessoas pagam impostos e, quando precisam, acabam sendo encaminhadas para outras unidades. Mas não podemos fazer mais do que já estamos fazendo”, disse para a reportagem, a técnica de enfermagem Edinita de Oliveira.

A unidade é gerida pela OS Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas), que alega ter recebendo repasses menores do que o estipulado em contrato nos meses de agosto e setembro. Afirma que esta é a razão da falta de medicamentos e do atraso dos salários. A Prefeitura não se posiciona, mas em outras ocasiões disse que está renegociando a redução dos valores pagos às entidades.

Outro caso na cidade do Rio estourou nos últimos dias no Hospital Municipal Rocha Faria, ilustrando que o modelo de gestão que tanto se defendeu no passado não foi capaz de melhorar a saúde. Pelo contrário. Apenas aprofundou a crise, causada pelo subfinanciamento do SUS e pela queda expressiva na arrecadação.

Os problemas também foram noticiados depois que funcionários e pacientes tiveram até mesmo as refeições foram cortadas. No equipamento, localizado em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, quem comanda também é a OS Iabas.

Uma imagem exibida pelo telejornal Bom Dia Rio desta sexta-feira mostra um aviso escrito à mão e colado na porta de um dos refeitórios da unidade com a mensagem: “Atenção, à partir (SIC) da merenda do dia 26/09, não estaremos servindo desjejum/almoço/merenda e jantar dos servidores e acompanhantes do hospital rocha faria devido a falta de pagamentos dos Iabas à empresa de alimentação”.

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Uma funcionária do hospital que não quis se identificar contou que faltam remédios básicos para a realização de partos e que pacientes teriam sido inclusive transferidos para outras unidades por causa do desabastecimento.

A Secretaria Municipal de Saúde disse que o Hospital Municipal Rocha Faria não tem autorização para redução de serviços ou alimentação de pacientes, acompanhantes e funcionários.

“A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) irá verificar a situação e tomar as medidas cabíveis. A SMS continua trabalhando de acordo com o cronograma estabelecido pela Secretaria Municipal de Fazenda. Houve repasses às organizações sociais nos dias 15 e 25 de setembro e são previstos novos pagamentos nesta sexta-feira, dia 29, incluindo para o contrato do Hospital Rocha Faria”, diz a nota.

O que ninguém diz é que esse tipo de situação é fruto de um raciocínio lógico simples. OSs são empresas que intermediam a gestão de unidades públicas. Como empresas, visam lucro. Se há lucro no processo, há encarecimento dos serviços e, consequentemente, prejuízos ao erário. Custos mais altos – nem por isso mais eficientes – em tempos de crise são como bomba relógio. Todo mundo sabe que elas estouram e causam estragos difíceis de serem reparados.

No Rio, toda semana tem “explosão”. Enquanto as OSs continuarem abocanhando os parcos recursos da saúde, não há como desarmar a bomba maior que é a terceirização dos serviços públicos.

 

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