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11/12/2017     nenhum comentário

Recém-inaugurada, UBS do São Bento está literalmente caindo aos pedaços

Funcionários resolveram paralisar os serviços para protestar contra a inércia da Prefeitura e contra o sucateamento da Saúde, cujos recursos são consumidos cada vez mais pelas OSs, que só aumentam o problema

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Depois de meses solicitando que a Prefeitura resolva os problemas de infiltração da Unidade Básica de Saúde do Morro São Bento, em Santos, os cerca de 30 funcionários da unidade resolveram paralisar os serviços por duas horas na manhã desta segunda-feira (11).

Fizeram isso para protestar contra o descaso do atual governo perante um iminente acidente com possíveis consequências graves para usuários e para os próprios servidores. A decisão de cruzar os braços ocorreu na semana passada, depois que um pedaço do forro da unidade desabou e quase acertou uma das funcionárias.

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A unidade foi inaugurada em junho de 2016, às vésperas da eleição. Alguns meses depois, a obra começou a apresentar problemas. Por causa da infiltração pela laje, goteiras sempre apareciam em dias chuvosos. As paredes de várias salas começaram a ficar estufadas e mofadas. Mais recentemente, o ar-condicionado passou a pingar e as salas com poças d’água viraram rotina.

Agora três salas estão interditadas.

Veja as fotos:

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A policlínica foi construída pela Construtora Leman, que até a manhã desta segunda-feira (11) não mandou representantes para verificar a situação e tomar providências. Segundo o site da Prefeitura, inicialmente seriam gastos no prédio de 768 metros quadrados mais de R$ 2,9 milhões. No entanto, de acordo com membros do Conselho da UBS, o valor teria ultrapassado os R$ 3 milhões. Ficou claro para a população que parte do dinheiro foi, no mínimo, desperdiçado, já que pouco tempo depois da inauguração as infiltrações começaram a aparecer.

Localizada na Rua das Pedras, s/nº,  a Policlínica atende 7,2 mil moradores do Morro São Bento. “Quando o teto caiu uma funcionária só não foi atingida porque tinha saído da mesa para pegar um papel na impressora”, contou o usuário e vice-presidente do Conselho da UBS, Carlos Alberto Morais.

A dona de casa Nair Silva de Oliveira esteve no local para marcar exames e teve que esperar das 7 até a 9 horas para obter atendimento. Ela considerou justa a paralisação dos funcionários. “Eu achei mesmo que essa obra foi inaugurada muito rápido. Agora estou vendo que existe risco de algo mais grave ocorrer. Eles estão certos em brigar por isso, pois nós também podemos ser prejudicados”, opinou.

 

 

Sucateamento X Terceirização

Não é de hoje que o prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) tem permitido o sucateamento das unidades de Saúde. Com as mais antigas, como o PS da Zona Noroeste e antigo PS Central, a falta de manutenção sempre foi algo recorrente.

Agora sabemos que até mesmo os prédios novos estão sendo abandonados. Por que será?

A falta de dinheiro em caixa é um argumento verdadeiro e também muito conveniente. Afinal, a política do atual governo é justamente isso: deixar os serviços sucateados até que se possa justificar a mudança de gestão para as Organizações Sociais (OSs).

O fato é que, ao entregar algumas unidades para as tais entidades (na verdade, empresas), o Município consome muito mais do orçamento da saúde, deixando o cobertor ainda mais curto. É um efeito cascata, que vai piorando cada vez mais a saúde, uma vez que as unidades geridas por OSs também perdem qualidade. No caso, por razões distintas, já que para estas empresas não faltam repasses gordos. O que falta é o comprometimento dos diretores das OSs com o SUS e com as pessoas.

Para ficar mais claro, basta tomar como exemplo a UPA da Vila Mathias, que a cada dois meses consome uma verba equivalente ao valor total gasto na obra da Policlínica São Bento. Ainda assim, a unidade terceirizada é unanimidade em reclamações dos usuários.

Se recebe recursos em boa quantidade e sem atrasos, por que os pacientes saem insatisfeitos da UPA? O que a Fundação do ABC faz com o dinheiro que vai para a UPA Central e que falta nas outras unidades com gestão direta, como a Policlínica do São Bento?

Mais perguntas precisam ser feitas: Por que obras entregues a tão pouco tempo tem dado problemas?

Diante de tantas dúvidas, a população de Santos têm o direito de ter esclarecimentos. Os cofres públicos e os usuários aguardam as respostas.

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