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09/12/2015     2 comentários

Quem é o milionário dono da OS Biotech, acusada de desviar R$ 48 milhões da saúde

Preso da ‘máfia da saúde’ no Rio tinha cavalo de raça e carro de R$ 1 milhão. OS recebeu mais de R$ 500 milhões em contratos da prefeitura do Rio de Janeiro, em 2012, para administrar os hospitais Ronaldo Gazolla e Pedro II.

Reproduzimos abaixo parte de uma reportagem publicada pelo portal G1, como desdobramento da cobertura da Operação Ilha Fiscal, deflagrada nesta quarta-feira (9), para prender integrantes suspeitos de pertencer a uma quadrilha criminosa que desviou R$ 48 milhões da saúde do Rio de Janeiro.

A matéria traça um perfil do dono da Organização Social Biotech, que vinha sendo investigado pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro. A entidade era a responsável pela gerência de dois hospitais públicos na Cidade Maravilhosa.

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Veja a reportagem:

 

Preso da ‘máfia da saúde’ no Rio tinha cavalo de raça e carro de R$ 1 milhão

OS recebeu mais de R$ 500 milhões em contratos da prefeitura em 2012.
Empresa fazia manutenção do Ronaldo Gazolla e Pedro II.

Quando a Policia Rodoviária Federal prendeu Walter Pelegrine Junior na manhã desta quarta-feira (9), durante a operação Ilha Fiscal – que teve como objetivo prender suspeitos de pertencer à “máfia da saúde”, acusada de fraudar mais de R$ 48 milhões em contratos com a prefeitura –, ele chegava em sua fazenda em Vassouras, no interior do Rio, dirigindo um carro Bentley avaliado em mais de R$ 1 milhão.

Em sua propriedade, segundo investigação do Ministério Público, havia cavalos de raça, carros e artigos de luxo, que mostravam uma vida de ostentação do presidente da Organização Social de Saúde Biotech.

De acordo com o Ministério Público, ele e seu irmão, Wagner, declaravam possuir residência em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, mas possuíam dois apartamentos cada em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Os dois são acusados de serem os mandantes do esquema que desviou pelo menos R$ 48 milhões.

Os recursos eram encaminhados para a empresa dos irmãos pela prefeitura do Rio, para a manutenção de hospitais, como o Pedro II, em Santa Cruz, e o Ronaldo Gazolla, em Acari.

A operação cumpriu nove mandatos de prisão e 16 de busca e apreensão. Nesta quarta-feira (9), foram apreendidos carros importados, como duas Ferraris, e cerca de R$ 500 mil em espécie.

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“Eles não possuíam um estilo de vida barato. Havia cavalos de raça, carros e relógios de luxo, entre outros artigos. Apreendemos tudo e vamos tentar restabelecer o erário público no valor comprovadamente desviado “, explicou o coronel Sérgio Ribeiro, da Coordenadoria de Segurança e Inteligência.

Até as 18h, haviam sido apreendidos, segundo a Secretaria de Segurança, 40 relógios das marcas: Rolex, Mont Blanc, Pathek Phillipe, Panerai, Jager-Le Coulter, Allan Gisoni, Breitling, Hublot, Baume & Mercier, além de 200 peças de jóias.

Em dinheiro, foram encontrados R$ 1, 5 millhão, U$ 12,8 mil, 145 libras esterlinas, 11,3 mil Euros, além de 15 liras turcas.
Esquema
A Biotech recebeu pelo menos R$ 564 milhões em contratos com a prefeitura para administrar os hospitais municipais Pedro II e Ronaldo Gazzolla, a partir de janeiro de 2012.

“Eles contrataram oito empresas que forneciam equipamentos e medicamentos, que eram de propriedade de amigos e parentes, e repassavam esse dinheiro para eles. Os medicamentos eram comparados por essas empresas por até quatro vezes mais”, explicou o promotor de Justiça Silvio Ferreira Neto, da Gais.

Segundo ele, as investigações continuam. “Vamos investigar se há a participação de outros agentes do município”, garantiu. O contrato com a Biotech não foi suspenso e a empresa continuava funcionando até a manhã desta quarta-feira (9).

Denúncias e investigação
A operação, que teve apoio da Delegacia de Repressao ao Crime Organizado (Draco), começou a partir de denúncia ajuizada pelo MP-RJ contra 37 pessoas que integram a Organização Social de Saúde Biotech, responsável por gerenciar os hospitais municipais Pedro II e Ronaldo Gazolla. Os acusados foram denunciados pelos crimes de peculato e falsidade em organização criminosa.

Segundo investigação do Ministério Público, foram realizadas “inúmeras compras superfaturadas” e pagamentos por serviços não prestados, sempre a cargo de pessoas ligadas ao esquema que, assim, possibilitavam o retorno do dinheiro aos dirigentes da OS Biotech após saques milionários em espécie.

“Um deles, o policial Bruno, sacou R$ 9 milhões na boca do caixa”, afirmou o promotor executivo da Gais, Silvio Ferreira Neto.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) confirmou nesta quarta-feira (9) que o prefeito Eduardo Paes determinou o afastamento imediato dos gestores da Biotech que administram os Hospitais Pedro II e o Hospital de Acari. A SMS informou, ainda, que vai determinar o ressarcimento de todo valor que tenha sido desviado.

Comentários (2)

  1. Carla disse:

    Infelizmente o que estamos vendo acontecer é uma pratica comum e temos que fingir que não existe, essa estrutura foi feita para fomentar a corrupção e os desvios, a Biotech foi a primeira, espero que o MP continue investigando e prenda todos os dirigentes destas instituições que desviam o djnheiro público e matam cidadãos por falta de estrutura, que sejam penalizadas as OS grandes e pequenas que possuem seus próprios esquemas e suas empresas amigas que adulteram cotações e desviam muito dinheiro na nossa cara sem que consigamos tomar nenhuma providência pois não temos como competir com o poder do dinheiro. Esperamos que o MP continue por esse caminho e descubra a verdade.

    1. Ataque aos Cofres Públicos disse:

      Obrigada Carla. Esperamos também que os cidadãos se conscientizem de que as OSs e oscips e qualquer outra forma de terceirização é nociva para os cofres públicos, para a Constituição e principalmente para a população. E que a população vá para as ruas exigir que seja tratada de forma digna. Pois sem isso, os gestores continuarão a entregar dinheiro a essa máfia, o SUS seguirá sendo privatizado por dentro e sucateado e as pessoas continuarão a morrer.

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