denuncie Denuncie! denuncie
O.S. em Santos NÃO!
Facebook
Youtube
27/11/2015     nenhum comentário

Professores protestam contra OSs em escolas estaduais

Educadores de Goiás voltaram às ruas nesta quinta-feira (26) para resistir contra o projeto de terceirização e militarização das escolas. Querem mais debate com a sociedade e denunciam o ataque à autonomia pedagógica das unidades.

protesto_goias

Prestes a assistirem a contratação de organizações sociais (OSs) nas escolas estaduais, professores de Goiás voltaram às ruas nesta quinta-feira (26) para resistir contra esse ataque à educação e à autonomia pedagógica das unidades.

Os docentes protestaram em passeata que terminou em frente à sede da Secretaria Estadual de Educação, Cultura e Esporte (Seduce). O ato só terminou após a secretaria Raquel Teixeira receber a categoria.

Os manifestantes são contra “a entrega de 300 escolas para Organizações Sociais e contra a militarização de outras 7 escolas, já ocorridas este ano e mais 16 anunciadas para o ano que vem”.

A secretária afirmou que a mudança vai ocorrer, mas adiantou que ainda não há a definição do número de escolas que terão a nova administração. Uma vez implantado, o modelo de OSs em escolas será inédito no Brasil.

Os professores pedem que a mudança seja debatida com a sociedade e reclamam que está sendo feita de forma unilateral.  Durante a manifestação, o grupo gritou palavras de ordem, como “se terceirizar, nós vamos ocupar”. A organização também distribuiu apitos e os manifestantes, que entregaram panfletos por onde passaram com informações sobre o protesto. Raquel Teixeira atendeu o grupo e disse que vai marcar debate sobre OSs.

O grupo também conseguiu entregar à secretária uma carta elaborada por eles com os questionamentos a respeito da decisão de passar a administração das escolas para as OSs. Os manifestantes já haviam realizado outro protesto na última quinta-feira (19), para pedir uma reunião com a secretária de educação.

Em entrevista ao site G1, o professor da rede estadual de ensino, Eduardo Passos, afirmou que a categoria se preocupa com as consequências que a implantação das OSs pode ter sobre o ensino público e acredita que deveria haver mais diálogo com a categoria sobre o assunto. “Para os alunos tem muitas consequências, uma delas é a superlotação da sala de aula. Se eles tiverem uma visão de lucro, quanto mais alunos nas salas de aula para um professor, maior o lucro”, afirmou.

O estudante de uma escola pública estadual Carlos Eduardo Mendes de Oliveira, de 16 anos, disse que teme que a implantação das OSs possa prejudicar o ensino dele. “A terceirização pode acabar com o concurso público. Eu acho que o concurso é a melhor forma de escolher o professor para me ensinar e acho que a minha educação vai ficar prejudicada com a administração das OSs e a militarização”, afirmou.

O professor de educação física e um dos líderes do movimento, Álcio Crisóstomo, afirmou que acredita que com a implantação das OSs, a elaboração do plano pedagógico das escolas e, eventualmente, o próprio ensino, podem ser prejudicados.

“O que eles querem fazer é transformar o ensino em uma educação instrumentalizada. Parar de dar aula e treinar os alunos para que eles consigam bons índices de verificação do ensino, o que não significa maior aprendizado. Isso limita a matriz de formação do aluno. Alem disso, aqueles ‘alunos problema’ serão expulsos das instituições administradas por OSs por não atingirem bons resultados”, afirmou.

No último dia 18, o Governo de Goiás informou que as OSs, que já devem começar a atuar no início do ano que vem. Em caráter experimental, até 30% das unidades escolares que integram as subsecretarias de Educação de Goiânia, Aparecida de Goiânia,Anápolis, Trindade, e do Entorno do Distrito Federal serão atingidas. A relação das escolas escolhidas ainda não foi divulgada.

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *