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01/11/2017     nenhum comentário

Professora denuncia UPA: “Eles perderam meu pai lá dentro. Quando o achamos, ele já tinha falecido”.

Sônia Leonardi e outros usuários relataram ao Ataque aos Cofres Públicos a frieza e falta de estrutura na unidade municipal, terceirizada pela FUABC

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A professora Sônia Leonardi perdeu o pai no último dia 27 e não se conforma com a maneira com que a família recebeu a notícia. O idoso, que sofria de enfisema pulmonar, passou mal na noite do dia 26 e foi levado pelo SAMU para a UPA Central de Santos.

Sônia e a irmã ficaram no local à espera de notícias do estado de saúde do pai por mais de três horas. Às 2h30 do dia 27, funcionários disseram que elas deveriam retornar depois, já que o paciente ficaria na unidade por mais tempo, pois teria de ser levado para fazer alguns exames às 16h.

Já de manhã, quando Sônia estava no trabalho, ela recebeu uma ligação. “Disseram que precisávamos comparecer. Pedi que minha irmã fosse. Achamos que tinham antecipado os exames e que tinham nos ligado para o acompanharmos nos procedimentos”.

A irmã foi e lá chegando deu o nome do pai na recepção. Para a surpresa de todos, os funcionários não conseguiam achar o idoso. “Perderam meu pai na unidade. Minha irmã ficou procurando. Me ligou desesperada. Ninguém sabia falar onde estava meu pai. Chegaram a perguntar pra ela se realmente tínhamos levado ele pra lá”.

Sônia conta que depois do cunhado ficar bravo e exigir explicações uma assistente social apareceu. Porém, não resolveu o caso de imediato. A profissional e os parentes voltaram a procurar pelo doente, sem respostas. “Eles ficaram rodando pela unidade. Como e que é possível isso? Passaram na emergência, nos demais setores e nada. Só depois de horas fomos descobrir que meu pai tinha falecido”.

Para Sônia, tudo isso mostra a maneira desumana com que pessoas são tratadas pela unidade terceirizada. “Em todos os locais que terceirizaram, as OSs fracassaram”, disse, aproveitando para fazer outras queixas, como falta de portas nos banheiros e assentos inadequados para os pacientes.

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“As cadeiras não têm encosto. Uma pessoa doente não consegue ficar num banco daqueles. Tinha até um rapaz deitado no chão. Isso é desumano. Quando o atendimento era ao lado da Santa Casa era melhor. Mudou pra UPA e ficou pior. Acho que mudou pra ganhar dinheiro mesmo. Eu queria saber se esses governantes colocariam a família deles lá dentro. Se trariam a mãe e o pai deles pra morrer e ficar perdido que nem meu pai ficou. Foi muito triste”.

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A UPA é terceirizada pela Fundação do ABC, organização social que recebe R$ 19,1 milhões por ano para gerenciar um serviço sem qualidade e que coloca vidas em risco. A entidade foi contratada pela Prefeitura mesmo com diversas irregularidades e investigações no currículo. Problemas que se repetem na Baixada e em outras cidades do ABC.

Em Santos, o Ministério Público abriu inquérito para apurar as circunstâncias da morte de um paciente achado por acaso em parada cardiorrespiratória no banheiro da unidade. O médico que socorreu o paciente cobrou melhores condições de trabalho e foi demitido. Até hoje ninguém foi responsabilizado.

Também não há fiscalização. A cada quatro meses a entidade entrega relatórios relativos a metas quantitativas . Mas as informações não batem com as relatadas pelos pacientes diariamente. Mesmo assim, a OS teve o contrato renovado e segue embolsando o dinheiro que todos nós pagamos em impostos.

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