denuncie Denuncie! denuncie
O.S. em Santos NÃO!
Facebook
Youtube
06/05/2016     nenhum comentário

Preso falso médico contratado por OS

Após trabalhar um mês como médico em uma Clínica da Família de Barros Filho, na Zona Norte do Rio, Diego Tadeu de Abreu, de 31 anos, foi preso. Ele foi contratado pela Organização Social Viva Rio.

falso-medico

Há quem não consiga ver de imediato a relação entre terceirizar um serviço público e precarizar o atendimento na ponta final.

Um exemplo bem didático para entender essa relação é a notícia divulgada nesta quinta-feira (5/5), pelo jornal O Dia, sobre um falso médico contratado por uma Organização Social (OS) de Saúde.

A celebração de contratos com OSs é um mecanismo que os governos encontraram para terceirizar a gestão e execução de políticas públicas, burlando com isso o concurso público e a transparência na prestação de contas.

Terceirizações geralmente custam mais caro para os cofres públicos, pois precisam gerar lucro para as empresas/entidades que assumem o serviço que o estado/município deveria realizar. E como parte da estratégia para obtenção do lucro está a contratação precária de mão de obra. Como relata a notícia do Dia abaixo, na íntegra:

Policiais prendem falso médico

Diego Tadeu de Abreu, de 31 anos, usava o registro de um profissional com o nome parecido

Após trabalhar um mês como médico na Clínica da Família de Barros Filho, na Zona Norte, Diego Tadeu de Abreu, de 31 anos, foi preso nesta quinta-feira quando esperava na fila para receber o salário de R$ 12 mil. Agentes da 17ª DP (São Cristóvão) o prenderam na Organização Social de Saúde (OSS) Viva Rio, na Glória, quarta-feira à tarde. Ele é acusado de exercer de forma ilegal a função de médico.

Segundo o delegado André Neves, da 17ª DP, a fraude foi descoberta após a OSS Viva Rio, responsável pela sua contratação, descobrir que Diego usava o registro de outro profissional com um nome parecido.

“Já havia um inquérito aberto contra ele aqui (17ªDP) e outro na 22ª DP (Penha). Ouvimos o médico que ele falsificou o CRM (Conselho Regional de Medicina), que alegou saber que alguém utilizava o seu registro irregularmente. Mas afirmou que não sabia quem era”, explicou o delegado. Ele informou que além do falso CRM, o criminoso ainda alterou dois diplomas de faculdades públicas.

Ainda de acordo com o policial, o falso médico Diego atuava desde 2015 e já passou até por empresas. O acusado confessou, em depoimento, que prescrevia receitas médicas após consultar na internet. “Ele sequer tem conhecimento da área da Medicina e cursou três meses Filosofia. Ele colocava em risco a saúde das pessoas que o procuravam”, afirmou o delegado André Neves.

Diego Tadeu foi autuado em flagrante pelo crime de estelionato e exercício ilegal da medicina. Caso seja condenado pela Justiça, a pena é de no mínimo sete anos de prisão. O delegado André Neves explicou que o falso médico não foi autuado por uso de documento, uma vez que foi o apreendido com ele era xerox.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que está acompanhando o caso junto à Organização Social Viva Rio e que os demais médicos da unidade estão revisando os prontuários dos pacientes atendidos pelo falsário. O órgão destacou ainda que “supervisão clínica e a gerência da unidade identificaram a fraude antes de qualquer dano a pacientes e antes de ter sido efetuado qualquer pagamento.”

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) abrirá sindicância para apurar as responsabilidades do fato ocorrido. “A contratação de médicos deve seguir critérios mínimos de segurança e a existência de um CRM válido é o principal. Esse erro poderia gerar equívocos irreversíveis, afetando diretamente os pacientes, o que é gravíssimo, e o conselho não pode permitir”, dizia a nota.

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *