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23/12/2015     nenhum comentário

Prefeito de Ubatuba acusado de acobertar irregularidades em contrato com OS escapa da cassação

Além de fraude em licitação, os parlamentares apontam pagamentos irregulares, tráfico de influência (indicação de funcionários de terceirizadas) e desmazelo com o trato da coisa pública, entre outras irregularidades.

pref.Ubatuba

Muitas vezes acontece assim. Os indícios de irregularidades e desvios de dinheiro público apurados em contratos de terceirização pelo Ministério Público ou por Conselhos de Saúde combativos são contundentes, mas…. A coisa toda acaba em pizza.

Em Ubatuba, foi assim. Na quinta-feira passada (17/12), em votação acirrada, Câmara rejeitou cassação do prefeito em sessão marcada por um empate de 5 a 5. Para que mandato fosse cassado, eram necessários sete votos favoráveis.

O prefeito Maurício Moromizato (PT) estava enfrentando o processo de cassação após uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) investigar oito acusações relacionadas à área da saúde. Entre elas, estavam irregularidades na contratação da Organização Social BioSaúde para gerir o sistema de saúde municipal.

O relatório da comissão, apresentado em maio, também foi encaminhado ao Ministério Público que abriu uma ação civil pública contra a prefeitura, pedindo o cancelamento do contrato com a BioSaúde.

Histórico
De acordo com a apuração do MP, o contrato inicial do convênio entre a prefeitura e o BioSaúde previa o valor inicial de quase R$ 15 milhões, mas depois de um aditivo, o valor chegou a R$ 17 milhões. Tanto prefeitura quanto BioSaúde afirmaram que o trâmite não teve irregularidades. Não foi o que entendeu a Justiça, que acatou o pedido do MP e cancelou este contrato. Na época se revelou que o edital para o processo de contratação da empresa era “fantasma”.

editalfantasma2

Atualmente, a saúde de Ubatuba é administrada pelo município, por meio de um convênio com a Santa Casa.

No processo, oito apontamentos foram levantados pela Comissão Parlamentar de Inquérito, sendo: pagamento irregular de transporte de paciente, direcionamento em processo licitatório de veículo, irregularidade no próprio processo licitatório da contratação da Organização Social BioSaúde para gerir todo o sistema de saúde municipal, descuido com patrimônio público, circulação de veículo com documentação irregular, fornecimento de medicamentos vencidos e contratação irregular de funcionários.

Em 12 de agosto último, o Ataque aos Cofres Públicos publicou ama matéria mostrando o caso e também uma sessão bastante tumultuada por conta das denúncias. Veja no link abaixo.

Escândalo envolvendo OS pode levar à cassação de prefeito de Ubatuba

 

SISTEMA FRAUDULENTO ORGANIZADO PARA LUCRAR ÀS CUSTAS DO ESTADO

Oscips, Organizações Sociais (OSs), ONGs e outros tipos de entidades “sem fins lucrativos” recebendo dinheiro público nada mais são que empresas com redes de atuação muitas vezes bem organizadas e sofisticadas para lucrar burlando os mecanismos de controle de gastos em áreas públicas e fraudando o estado. Quase sempre atuam em vários municípios de mais de um estado da federação.

Conforme documento da Frente em Defesa dos Serviços Públicos, Estatais e de Qualidade, “OSs e oscips somente se interessam em atuar em cidades e em serviços onde é possível morder sobretaxas nas compras de muitos materiais e equipamentos e onde pode pagar baixos salários. O resultado é superfaturamento em todas as compras (o modelo dispensa licitação para adquirir insumos e equipamentos), a contratação sem concurso público de profissionais com baixa qualificação e, por vezes, falsos profissionais.

O dinheiro que é gasto desnecessariamente nos contratos com estas empresas sai do bolso do contribuinte, que paga pelos serviços públicos mesmo sem utilizá-los e acaba custeando o superfaturamento e os esquemas de propinas para partidos e apadrinhados políticos”.

Santos está caminhando nesta direção desde o final de 2013, quando o governo municipal criou o projeto de lei das OSs e os vereadores a transformaram em lei sem qualquer discussão com a população.

A primeira unidade a ser terceirizada será a UPA que substituirá o PS Central. A OS escolhida é a Fundação ABC, cujos trabalhos devem ser iniciados ainda esse ano na nova unidade. Há a intenção do governo em firmar contratos no Hospital de Clínicas (antigo Hospital dos Estivadores) e também em unidades e programas da área da Cultura, Educação, Esporte e Assistência Social.

Para saber mais sobre esse verdadeiro golpe em andamento leia a cartilha Santos, Organizações Sociais e o Desvio do Dinheiro Público.

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