PPPs em Santos, mais um projeto privatista de Paulo Alexandre Barbosa
Nos governos onde surgem, as tais “parcerias” são apresentadas como inovação administrativa e exemplo de modernidade de gestão. Tudo isso é discurso vazio. Nas PPPs e nas privatizações clássicas o poder público fica afastado da oferta direta do serviço, o que compromete diretamente a sua qualidade, uma vez que a lógica que se instala é a do lucro.
Sabendo que enfrentaria resistências maiores se realizasse privatizações em sua forma clássica, a Prefeitura de Santos lança mão de mais uma forma “remodelada” de entrega de alguns serviços públicos à iniciativa privada: a PPP (Parceria Público-Privada).
Conforme noticiou o jornal Diário do Litoral desta sexta-feira (25), a Prefeitura vai abrir em até 90 dias dois editais de parcerias público-privadas (PPPs). O primeiro é para pré-qualificação de empresas interessadas em participar das licitações para atualização e gerenciamento da infraestrutura do sistema de iluminação pública. O segundo é para a modernização e gestão da Estação Rodoviária.
Em todos os governos onde aparecem, essas “parcerias” são apresentadas com uma roupagem de inovação administrativa ou de modernidade de gestão. Tudo isso é discurso vazio. Nas PPPs e nas privatizações clássicas o Estado (ou município) fica afastado da oferta direta do serviço, o que compromete diretamente a sua qualidade, uma vez que a lógica que se instala é a do lucro e, não, do comprometimento em atender de fato as necessidades da população.
A diferença é que na velha forma de privatização clássica o poder público vende um equipamento, muitas vezes a preço de banana. Já nas PPPs o poder público financia as empresas responsáveis por explorar comercialmente um equipamento ou serviço. As empresas dizem que fazem investimentos, mas estes nunca são de fato acompanhados e regulados. Nesse novo formato de privatização, as empresas ganham duplamente ao receberem dinheiro público e ao cobrarem diretamente dos cidadãos pelos serviços executados sem a devida qualidade.
Os governos neoliberais gostam de dizer que esse tipo de iniciativa é mais eficiente do que a administração direta, o que é um engodo. Ao longo dos anos o modelo torna ainda mais precário o serviço público, além de gerar ainda mais corrupção e mais exploração dos trabalhadores (veja exemplos abaixo)
Leia a matéria do Diário do Litoral sobre as PPPs em Santos
Veja abaixo alguns exemplos de PPPs suspeitas (Para ler, clique no título)
MPE apura supostas irregularidades em projeto de PPP na Educação
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