denuncie Denuncie! denuncie
O.S. em Santos NÃO!
Facebook
Youtube
21/12/2016     nenhum comentário

Pacientes ‘soltam o verbo’ na Ouvidoria Popular da UPA

Em mais uma Ouvidoria Popular sobram reclamações e faltam soluções na UPA gerida pela OS Fundação do ABC. Prefeitura segue alheia aos problemas e culpando a população pela desorganização no serviço.

ouvidoriaxx

A população que busca atendimento na UPA Central continua insatisfeita com a baixa resolutividade dos atendimentos. Não bastasse isso, a falta de trato de parte dos funcionários e médicos para com os doentes e acompanhantes vem sendo alvo de muitas queixas.

A dona de casa Renata dos Santos esteve na unidade do início do mês acompanhando uma amiga e procurou a Ouvidoria Popular do Ataque aos Cofres Públicos para apontar os problemas que vivenciaram juntas. “A UPA tem painéis lindos
e maravilhosos, mas só de enfeite. Está tudo errado. Eles chamam e não é aquilo. Chamaram o número da minha amiga, mas depois falaram que não era a vez dela, que tínhamos que acompanhar pelo balcão e não pelo painel”.

Segundo Renata, as etapas até o momento da consulta são confusas. “O segurança que fica na função de atendente dá informações erradas. Ele tira sarro das pessoas. Chamaram o número 317 e ele ironicamente repetiu vagarosamente ‘gente, é o 3, o 1 e o 7!’, articulando as palavras como se as pessoas fossem idiotas ou ignorantes. Tem muita gente idosa que fica perdida na hora de tirar as senhas e não tem ninguém para orientar”, contou.

Para Renata, o atendimento humanizado não chegou na unidade. “A ambulância traz a pessoa e larga lá. Presenciei uma moça que chegou vomitando, passando mal. Botaram ela lá pra esperar, sem ninguém para acompanhar. Essa paciente esperou uns 40 minutos passando mal. Fui embora e ela não tinha sido chamada. A socorrista deixou ela lá e foi embora”.

Muitas pessoas estão embarcando no discurso da Prefeitura, que tenta justificar o caos no atendimento culpando as pessoas que vêm de outros municípios, como se elas fossem atendidas de favor. É preciso esclarecer que essa é mais uma ‘conversa para boi dormir’ do atual governo e que ressoa na imprensa local como verdade.

Trata-se de uma falsa questão usada oportunamente pelo secretário de Saúde Marcos Calvo para ludibriar o senso comum. Para cada atendimento realizado a um paciente do SUS (Sistema único de Saúde) dentro da UPA a cidade recebe por isso. Ninguém é atendido de graça.

Todos os brasileiros podem usar o SUS em qualquer parte do território nacional, porque todos nós contribuímos com os nossos impostos para que ele funcione. O SUS é integral, igualitário e universal, ou seja, não faz, e nem deve fazer qualquer distinção entre os usuários.

Veja no quadro outras reclamações registradas na Ouvidoria Popular:

Givanildo de Andrade Irias, porteiro

“O Raio X demora mais de duas horas para atender. Eles não respeitam a fila da prioridade. Cheguei 8h35, acompanhando um paciente de 73 anos. Agora são 10h30. Ele decidiu ir embora sem o exame porque está demorando demais. Um absurdo. Deveria ter mais três salas para atender por causa da demanda. Vou pagar R$ 50,00 pra fazer esse exame que acabei não fazendo aqui na UPA. Deveria ser melhor o atendimento”.

Lucineide Maria dos Santos, empresaria

“Eu encontrei o meu marido sangrando em casa. Ele cortou o pé e tem diabetes. Estava fraco e desmaiou porque tinha perdido muito sangue. Chamei ambulância, bombeiro e nada. Cheguei na UPA e demorou demais para ser atendido. Tive que invadir a sala porque ele estava passando mal. Quando fomos chamados, a médica foi super grossa comigo, me expulsou da sala para não ver ela dar os pontos. Deu pontos grandes e ficou sangrando depois. Além disso, ela foi mal educada com ele na sala. Eu estava nervosa porque não tinha ambulância para buscá-lo. Ela me disse que eles não tinham obrigação”.

Renato de Castro, aposentado

Minha crítica é que as crianças que procuram a pediatria ficam junto com os adultos, com pessoas com tuberculose, doenças infectocontagiosas. Deveria ter um espaço específico para as crianças ficarem aguardando atendimento e medicação. Numa ocasião em que fui atendido, vi as mães com filhos no colo junto com pessoas que estavam com gripe. Um dos adultos estava com suspeita de tuberculose e estava ao lado de uma criança que estava sendo amamentada. As crianças e adolescentes também têm o seu estatuto para ser respeitado”.

Cleusa Cordeiro Franco, dona de casa

“Vim aqui para passar com meu filho adolescente no Raio X. Sou da Zona Noroeste e lá o equipamento está quebrado. Estou desde as 9 horas da manhã para fazer um Raio X. Agora já é meio-dia e tem uma fila enorme. O funcionário entra com o paciente e parece que morrem lá dentro. Mais de uma hora para um único paciente ser radiografado. Depois que acaba, para e não chamam mais. Só tem um técnico para o serviço. O cara sai e não volta. É um desrespeito. Em outros hospitais nunca houve essa demora para tirar uma chapa. Fizeram essa UPA para substituir o PS mas precisa melhorar porque não está bom”.

Na internet, UPA é chamada de Unidade de Péssimo Atendimento

A cada vídeo da Ouvidoria Popular publicado na página do Ataque aos Cofres Públicos no Facebook mais pacientes relatam os martírios que passam na UPA terceirizada de Santos.

Alguns até passaram a chamar o equipamento de Unidade de Péssimo Atendimento. Também já houve quem apelidasse o local de Unidade de Pronta Roubalheira.

Apelidos à parte, o serviço custa R$ 19,1 milhões por ano aos cofres municipais e não está sendo aprovado por quem o utiliza, ao contrário do que dizem as ouvidorias e pesquisas fabricadas pela Prefeitura com dinheiro público. Veja alguns comentários no face:

screen-shot-2016-12-21-at-11-15-11

 

 

pagina

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *