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09/01/2024     nenhum comentário

PACIENTE TERÁ DE AMPUTAR DEDO PICADO POR ARANHA E ACUSA UPA TERCEIRIZADA DE NEGLIGÊNCIA

Wilker Guimarães, de 31 anos, procurou as unidades de saúde em Praia Grande (SP) por três vezes. As duas primeiras tentativas foram na UPA Samambaia, de responsabilidade da SPDM, onde deveria ter recebido o soro antiaracnídico. Insumo não foi aplicado apesar da desconfiança médica e mesmo após ter encontrado os aracnídeos em casa.

 

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Em agosto do ano passado, noticiamos aqui no Ataque o caso de uma criança de 5 anos que morreu após ser picada por um escorpião, em Piracicaba (SP).

A família acusa a UPA, terceirizada para uma organização social, de ter sido negligente, pois não foi aplicado o antiescorpiônico, apesar de haver o insumo na unidade. A médica que atendeu a criança não era pediatra e prestava atendimento na ala de pediatria como clínica geral. A profissional não tinha experiência em serviços de urgência e emergência.

Mais um caso demonstra o despreparo das organizações sociais em gerir a contratação de bons médicos em saúde emergencial. Agora, a situação vitimou um homem de 31 anos, em Praia Grande, no litoral paulista.

Wilker Guimarães foi picado por uma aranha-marrom e terá o dedo indicador amputado porque o membro necrosou em decorrência do veneno do aracnídeo.

O paciente acredita ter sido vítima de negligência médica já que foi duas vezes à UPA Samambaia mas, segundo ele, nada foi feito. Na terceira vez, na UPA Central, ele disse ter recebido um soro antiaracnídico.

“Foi uma negligência médica. Levei a picada e após 2 horas fui ao médico. Ele [médico] falou que poderia ter sido de aranha ou escorpião”, explicou. Apesar da avaliação, Guimarães disse que o profissional não receitou o soro.

A UPA Samambaia é terceirizada para a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM).

Ao G1, o garçom Wilker Guimarães contou ter levado a picada em 28 de dezembro, quando acordou por volta das 7h com uma dor na mão. Passado algum tempo, ele começou a sentir o dedo latejar e notou um pequeno corte no local. Na UPA Samambaia, ele foi orientado a tomar antialérgico e remédios para dor.

Encontrou as aranhas e voltou à UPA
Guimarães disse que voltou para casa e encontrou algumas aranhas no apartamento. Diante da situação, ele resolveu retornar à UPA para contar o que tinha visto, relatar os sintomas e informar sobre as orientações dadas pelo primeiro médico.

O médico do retorno, no entanto, o teria questionado se haviam receitado antibiótico. Depois, passou mais medicamentos para continuar o tratamento.

No dia 29, ainda com muita dor, o paciente resolveu ir à UPA Central. Na unidade, uma enfermeira viu o dedo roxo e questionou se Guimarães havia procurado um médico antes. Ele contou a história e foi transferido para a UPA Quietude, onde recebeu o soro antiaracnídico.

Guimarães voltou a ser transferido, agora para o Hospital Irmã Dulce. Ele continua internado e aguardando pelo procedimento cirúrgico.

A história foi publicada na imprensa local. Ao G1 ele lamentou as condutas médicas e entende que se tivesse recebido o tratamento adequado desde o começo, logo no primeiro dia, talvez não tivesse que amputar o dedo indicador da mão esquerda.

O paciente está com uma bolha no local lesionado e, segundo ele, por isso ainda não passou pela cirurgia. “Corre o risco de amputar [com a bolha] e ter que fazer mais uma cirurgia. Estão aguardando a delimitação da necrose para amputar uma vez só”.

Em nota, a Prefeitura de Praia Grande, por meio da Secretaria de Saúde Pública (Sesap), informou que o paciente foi vítima de ferimento por picada de aranha, evoluindo com necrose de pododáctilo esquerdo [do dedo], o qual não tem relação com a realização do soro no início do quadro.

Segundo a administração municipal, o paciente está internado e sob os cuidados da ortopedia. Ele aguarda a delimitação da necrose para amputação do dedo afetado. A Sesap disse, ainda, que vai apurar o caso.

A SPDM, responsável pelo Hospital Irmã Dulce e pela UPA Samambaia não retornou.

Só em Praia Grande, a OS faturou R$ 130.487.676,86 nos últimos 4 anos.  A empresa tem uma ficha longa de denúncias e processos reprovados.

CONTRA TODAS AS FORMAS DE TERCEIRIZAÇÃO E PRIVATIZAÇÃO!

Como se vê, terceirizar os serviços é fragilizar as políticas públicas, colocar a população em risco e desperdiçar recursos valiosos com ineficiência, má administração ou até má fé de entidades privadas.

Disfarçadas sob uma expressão que esconde sua verdadeira natureza, as organizações sociais (OSs), organizações da sociedade civil (OSCs) e oscips e não passam de empresas privadas, que substituem a administração pública e a contratação de profissionais pelo Estado. Várias possuem histórico de investigações e processos envolvendo fraudes, desvios e outros tipos de crimes.No setor da saúde, essas “entidades”, quando não são instrumentos para corrupção com dinheiro público, servem como puro mecanismo para a terceirização dos serviços, o que resulta invariavelmente na redução dos salários e de direitos.

Embora seja mais visível na Saúde, isso ocorre em todas as áreas da administração pública, como Educação, Cultura e Assistência Social. O saldo para a sociedade é a má qualidade do atendimento, o desmonte do SUS, das demais políticas públicas e, pior ainda: o risco às vidas.

Todos estes anos de subfinanciamento do SUS e demais serviços essenciais, de desmantelamento dos direitos sociais, de aumento da exploração, acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais. Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores. O modelo de gestão por meio das Organizações Sociais e entidades afins é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido.

Não à Terceirização e Privatização dos serviços públicos!

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