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23/07/2018     nenhum comentário

Paciente acusa UPA terceirizada de trocar prontuário e receitar remédio errado

Diabético, o usuário relatou ao Conselho de Saúde que quase morreu

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Na última reunião ordinária do Conselho Municipal de Saúde de Santos, em 5 de junho, a péssima qualidade do atendimento da UPA Central foi alvo de sérios questionamentos.

Terceirizada pela Prefeitura para organização social Fundação do ABC, por R$ 21 milhões ao ano, a UPA foi cenário de um verdadeiro absurdo, conforme relato de um usuário do SUS.

A vítima, José Marcelo Marques, afirmou na reunião que quase morreu porque funcionários trocaram seu prontuário e o médico lhe receitou um remédio que ele jamais poderia ter tomado, visto que é diabético.

O erro teria ocorrido no dia 6 de abril. O relato de Marques consta na ata da reunião. Após se sentir mal, ele resolveu procurar a unidade, onde passou pela triagem que faz a classificação de risco. Contou ter feito um exame chamado “teste de destro” para medir a glicemia e este teria apontado 150 mg/dl. O homem ainda afirmou que ao entrar no consultório médico o profissional sequer perguntou seu nome.

Nas palavras de Marques, o médico estaria com um outro prontuário médico, de um paciente chamado Alair Teixeira de Oliveira. Por esta confusão o médico acabou receitando um medicamento que elevou sua Diabetes para mais de 500 mg/dl. A situação só teria sido contornada com a aplicação de insulina.

Posteriormente, Marques tentou obter os exames e não conseguiu. Foi orientado a ir no Poupatempo para solicitar formalmente os papéis. Até hoje não recebeu.

Veja abaixo o trecho da ata da reunião do Conselho com o relato do paciente. Se preferir ler a ata na íntegra clique aqui.

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Presente na reunião, o secretário de Saúde, Fábio Ferraz, concordou que o relato descrevia uma situação “inconcebível” e prometeu uma apuração para punir os responsáveis.

O problema é que o maior responsável por este tipo de situação é a própria Prefeitura, ao decidir entregar este e outros equipamentos de saúde para instituições privadas que só visam lucro.

Lembramos que esta não é a primeira e nem será a última vez que denúncias sérias no atendimento da UPA são registradas.

Nós, do Ataque aos Cofres Públicos, já publicamos depoimentos de diversos usuários que tiveram seus prontuários e exames extraviados dentro da unidade comandada pela OS. Também já houve relatos de pacientes diabéticos que receberam receitas com remédios proibitivos para quem tem a doença. Por sorte, eles perceberam antes de tomar.

Um dos casos ocorreu em 24 de outubro de 2016, com Neuza Maria Guimarães Mendes.

 

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Outro que quase tomou medicamento errado foi Elinton Machado dos Santos. Veja abaixo na página o depoimento dele, publicado pelo Ataque aos Cofres Públicos em 14 de agosto de 2017.

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Cinco anos após Lei das OSs Conselho admite que é difícil fiscalizar

Coincidentemente ou não, depois dos questionamentos feitos em reunião do Conselho Municipal de Saúde de Santos, foi publicada uma nota em coluna política da imprensa local, no último dia 15, sobre uma resolução do órgão. A resolução diz respeito à fiscalização dos contratos de publicização.

Em reunião ordinária do CMSS, ocorrida em abril, o Coordenador da Comissão de Finanças do órgão, José Ivo dos Santos, reconheceu que existem pendências que impedem a análise adequada da prestação de contas e que “existem dificuldades nesta análise de contas das OS, visto que a Lei 9.637/98 exclui o Conselho de Saúde como órgão fiscalizador do controle social”.

Na ocasião, a Comissão de Finanças entregou à mesa um documento de intenções para que a Prefeitura Municipal de Santos providencie junto à Câmara propostas de alteração da legislação municipal e se adeque ao que determina a Lei 8.142/90 e a Resolução nº 453/12, que trata do assunto.

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Lá se vão mais de cinco anos desde que Santos abriu as portas para as OSs e só agora os conselheiros admitem que é difícil fiscalizar esse modelo de gestão!

Como já mostramos algumas vezes, a maior parte dos integrantes do CMSS jamais se preocupou com a transparência no uso de recursos repassados para as OSs. Se assim fosse, teriam ao menos tentado impedir que a legislação sobre o assunto fosse aprovada em Santos.

Dezenas de alertas sobre os riscos que a terceirização disfarçada de publicização traria para a Cidade foram feitos. De nada adiantou. Vereadores cumpriram o papel de fantoches do Governo e o Conselho se omitiu premeditadamente.

Deu no que deu. Uma OS gerenciando por um custo altíssimo um hospital para poucos. Outra OS comandando, por um custo absurdo, um serviço repleto de críticas e erros. E em todos os cantos da saúde muito sucateamento.

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