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26/02/2016     nenhum comentário

OS falsificava fichas de pacientes em PS de Franca

Segundo diretor da unidade, Secretaria Municipal de Saúde tinha conhecimento do esquema montado pelos médicos terceirizados

psfranca

O ex-diretor administrativo do pronto-socorro municipal de Franca, em São Paulo, disse em depoimento à Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga a atuação de falsos médicos na unidade que a secretária de Saúde tinha conhecimento sobre a falsificação de fichas de pacientes, praticada por profissionais contratados pelo Instituto Ciências da Vida (ICV).

Em depoimento, feito nesta quinta-feita (24), Ricardo Veríssimo afirmou à comissão que um levantamento feito por sua equipe mostrou que carimbos de médicos terceirizados que estavam de folga eram usados nas fichas de atendimento dos pacientes por outros profissionais. Segundo Veríssimo, os documentos foram entregues por ele à secretária Rosane Moscardini, mas nenhuma atitude foi tomada na época.

Falsos Médicos
A organização social ICV é responsável pela contratação de médicos que, desde o ano passado, têm sido alvo de investigações na Polícia Civil, no Ministério Público, na Câmara e na Prefeitura de Franca pela suspeita de fraudes na atuação dentro do Pronto-Socorro “Doutor Álvaro Azzuz”. Dentre as irregularidades apuradas está a utilização de CRMs que não lhes pertenciam.

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Para os parlamentares o ex-diretor disse que no período em que esteve à frente da direção foram raras as vezes que tomou conhecimento da escala dos médicos do ICV. “Eu não tinha acesso a quantos médicos, os horários. A escala era manuscrita, muitas vezes feita a lápis no papel sulfite. Muito confusa, não dava para identificar o horário de entrada, o de saída, porque a rotatividade era muito grande. Eu não conseguia entender como era organizada a escala deles”, disse.

Ainda segundo o ex-diretor, um dos médicos que teria usado os carimbos para falsificar fichas é Lavosier Tavares de Andrade, que em outubro do ano passado afirmou à CEI que trabalhava 24 horas por dia, cinco dias por semana e sem descanso. Andrade continua exercendo atividade no pronto-socorro.

Em nota, a Prefeitura de Franca negou a secretaria tenha recebido as fichas citadas por Veríssimo.

Investigação
Aberta em agosto do ano passado, a comissão especial teve prazo prorrogado no final do ano passado e deve ser concluída até abril.

Servidores municipais, representantes do ICV e de outras empresas ligadas à prestação de serviços médicos já foram ouvidos.

Os depoimentos compilados em três mil páginas concluem que a Prefeitura deixou de fiscalizar o andamento do contrato com o ICV, de que escalas foram forjadas por médicos – com uso de carimbos para simular a presença de outros colegas no plantão – e de que o instituto teria subcontratado firmas para os atendimentos no PS.

Os falsos médicos trabalharam de junho a dezembro de 2014.  A conduta deles levantou suspeitas e a polícia descobriu que pelo menos 9 médicos atendiam sem registro profissional.  As investigações também apontaram que os médicos faziam super jornadas de trabalho.  Alguns teriam recebido R$ 80 mil de salário.

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