OS do Rio tem nota baixa e Governo tem que se explicar no MP sobre caos em hospital
Organização Social Iabas, que administra o Hospital Rocha Faria, foi mal avaliada por três comissões técnicas, além de ter ação civil pública nas costas por irregularidades
Por anos sugando altas somas dos cofres públicos do Rio de Janeiro, as Organizações Sociais (OSs) seguem produzindo estragos nos hospitais e unidades básicas. Se tornaram caras demais, mas, ao mesmo tempo, deixaram os governos do Estado e das cidades reféns do modelo de gestão calcado na terceirização de gestão e de força de trabalho.
Greves por falta de pagamentos, protestos contra péssimas condições de trabalho e escândalos por suspeitas de desvios de recursos são rotina na cidade maravilha e em seu entorno.
Nesta última terça-feira (31), o alvo do noticiário negativo na saúde foi a OS Iabas, dona do contrato de gestão do Hospital Municipal Rocha Faria, no bairro carioca de Campo Grande.
Em reunião com o Ministério Público, o secretário municipal de Saúde, Marco Antônio de Mattos, foi cobrado pela coordenadora do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde, Denise Vidal, sobre o caos no Hospital.
A OS foi avaliada com nota abaixo de cinco por três comissões técnicas que fiscalizaram o trabalho que desempenha no hospital. A informação foi passada pelo próprio secretário.
Mattos informou à promotora que já está em curso um outro processo de avaliação do contrato com a Iabas.
A promotora, por sua vez, frisou que já há também uma ação civil pública contra a Iabas, por irregularidades no processo de contratação feito pela gestão do ex-prefeito Eduardo Paes (PMDB).
Na ocasião, a entidade assinou com a prefeitura um acordo para a administração das UPAs de Vila Kennedy e Cidade de Deus.
De acordo com o Jornal Extra, Denise Vidal aguarda apenas um relatório mais detalhado da prefeitura para solicitar medidas mais duras contra a OS.
Mais um exemplo de que as OSs não são o antídoto para tratar as crises de subfinanciamento no SUS, como dizem os entusiastas deste modelo de gestão. Pelo contrário. Elas são o veneno que aprofunda a doença. Com as OSs, a saúde pública que historicamente já sofre em todo o Brasil, acaba parando na UTI.