denuncie Denuncie! denuncie
O.S. em Santos NÃO!
Facebook
Youtube
03/01/2018     nenhum comentário

OS contratava empresa para fazer cirurgias desnecessárias em Mato Grosso

Auditoria constatou que empresa realizava cirurgia de câncer sem diagnóstico no Hospital Regional de Cáceres

hospital-carceres-secretario

“Mandamos auditar a conta. Isso é caso de polícia”. Com essa frase o secretário de Saúde do Estado do Mato Grosso, Luiz Soares, resume o absurdo que ocorria no hospital terceirizado da cidade Cárceres. No equipamento de saúde, gerido pela organização social (OS) Santa Catarina, cirurgias oncológicas eram realizadas sem diagnóstico, ou seja, sem a constatação da doença.

Os serviços eram gerenciados por uma empresa contratada pela OS. Traduzindo: eram quarteirizados.

Soares denunciou o caso nesta terça-feira (2) à imprensa local e informou que a denúncia foi encaminhada para os órgãos de controle. “Mandamos auditar a conta. Isso é caso de polícia. Esta sendo encaminhada aos órgãos de controle. Os critérios não eram obedecidos”, disse o titular da pasta.

Ele ainda explicou que as cirurgias desnecessárias ocorriam para que a OS pudesse demonstrar mais serviços prestados e, assim, receber mais verba do Estado. Trocando em miúdos, a empresa queria mostrar mais produtividade para  faturar mais com o dinheiro do SUS. “Eu sei por que foi entregue a mim, está atestado a realização de cirurgias sem o diagnóstico de câncer”, disse Soares.

Atualmente uma nova empresa de Oncologia administra o mesmo serviço pela metade do valor. Enquanto a empresa antiga recebia cerca de R$ 600 milhões por mês do Estado, a atual recebe R$ 300 milhões para fazer o mesmo serviço.

O Hospital Regional de Cáceres era gerido pela OSS Santa Catarina desde 2011. Em setembro do ano passado o contrato foi encerrado. No mês de encerramento foi assinado um termo de convênio entre o Estado e Consórcio Intermunicipal de Saúde do Oeste do Estado para gerir a unidade. Houve recuo por parte dos prefeitos que compunham o consórcio. Desde então o hospital vem sendo gerido pelo Estado.

O diretor da unidade é o médico Hernandes Coutinho. “Ele assumiu o hospital em nome da Secretaria de Saúde, do Governo do Estado e veja bem, até setembro o hospital custava R$ 5,3 milhões por mês. No mês de outubro, em um mês de trabalho, o valor baixou para R$ 3,9 milhões, R$ 1,4 milhão a menos e aumentou o número de cirurgias”, frisa Soares.

Mais um exemplo que comprova com base em dados concretos: OSs encarecem os serviços porque são empresas e, como tal, visam lucro. Também visando enriquecer seus donos e diretores, as entidades faltam com transparência e lisura, prejudicando diretamente a população e atacando os cofres públicos.

Mais problemas com outra OS

De acordo com o Diário de Cuiabá, o Hospital Geral de Cárceres não foi o único fraudado por empresas qualificadas como OSs. Administrado atualmente pelo Instituto Gerir, o Hospital Regional de Sinop também apresentou problemas detectados em auditoria. Segundo o secretário Luiz Soares a antiga OS alegava que produzia R$ 5,3 milhões em procedimentos, enquanto o contrato pagava R$ 4,4 milhões. Com isso, a OS cobrava o valor pelo serviço que dizia que realizava a mais do Estado. Tudo parte de uma farsa, já que após a auditoria detectou-se que a empresa produzia somente o correspondente a R$ 3,1 milhões. “Agora o Estado começa a cobrar, a OS vai ter que devolver, pois eles receberam a mais”, declarou Soares.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *