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25/12/2015     nenhum comentário

O Natal dos estudantes de Goiás por uma educação pública de qualidade

Centenas de estudantes passaram a noite de Natal nas escolas ocupadas, onde foram preparadas ceias improvisadas de Natal, com comida obtida por meio de doações de pais de alunos e entidades que apoiam a causa. A entrada nas unidades foi aberta à comunidade.

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Nesta quinta-feira (24/12), enquanto a maioria dos jovens brasileiros aguardava, no aconchego do lar, a tradicional ceia de Natal em família, muitos adolescentes mantinham-se em luta, ocupando 24 escolas de Goiás por um ensino público de qualidade e contra a privatização.

Eles resistem ao projeto do Governo Marconi Perillo  (PSDB) de entregar escolas públicas para Organizações Sociais (OSs) e dizem que só saem das unidades quando o governador revogar as medidas que alteram a gestão das escolas a partir de 2016.

Centenas de estudantes passaram a noite de Natal nas escolas ocupadas, onde foram preparadas ceias improvisadas de Natal, com comida obtida por meio de doações de pais de alunos e entidades que apoiam a causa. A entrada nas unidades foi aberta à comunidade.

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Em várias escolas atividades desenvolvidas pelos secundaristas, como Festival Natalino na escola José Carlos de Almeida, mostraram que o movimento segue vivo e forte, mesmo no período das festas.

No Lyceu de Goiânia, os estudante organizaram um Sarau/Lual Ocupacional, com direito a fogueira, música e poesia.

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Mais atos

Na antevéspera do Natal (23/12), a 24ª escola  – o Colégio Hertha Leyser Odwyerm, em Anápolis –  foi ocupada em ato contra a ameaça de privatização. 

Já na terça-feira (22), um grupo de alunos realizou um protesto na capital. Com cartazes nas mãos, os manifestantes se reuniram no Centro e subiram a Avenida Goiás em passeata até a Praça Cívica. O trânsito ficou bloqueado e a Polícia Militar acompanhou o protesto durante todo o trajeto.

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Ao chegaram em frente ao Palácio Pedro Ludovico, sede do governo estadual, os manifestantes subiram em cadeiras e gritaram palavras de ordem contra o projeto de terceirização das escolas. “A educação está indo para a mão de OS, para mão de empresário que não são do meio da educação. Esse é o objetivo da luta”, disse o professor Diego Campos.

No mesmo dia, o Colégio Estadual Costa e Silva, em São Luís de Montes Belos, na região central de Goiás, foi ocupado por alunos do ensino médio contra o projeto do governo estadual.

Movimento
No total, desde o último dia 9, os manifestantes já ocuparam 12 escolas na capital, três em Aparecida de Goiânia, uma na cidade de Goiás, sete em Anápolis e uma em São Luís de Montes Belos.

O Governo de Marconi Perillo segue irredutível em sua intenção de passar as escolas para a iniciativa privada. A secretária de educação, Raquel Teixeira, chegou a declarar que empresários conhecem mais de educação que os educadores.

Veja o Manifesto que o coletivo dos secundaristas goianos divulgaram sobre a instransigência do Governo:

MANIFESTO DE CRIAÇÃO DO COMITÊ SECUNDARISTAS EM LUTA

Consternados com a ameaça eminente do fim da gestão pública da educação com a política de implementação das Organizações Sociais (OSs), que visa passar a gestão de nossas escolas para ditas organizações sem fins lucrativos que na realidade são máquinas de lucro mascarado com o apoio do governo; com a constante precarização da educação pública do Estado de Goiás, com o fechamento planejado de escolas estaduais, a exemplo do Colégio Estadual José Carlos de Almeida, sob argumento de baixa procura de vagas; surge a necessidade por parte dos estudantes secundaristas do estado de Goiás, aliados a toda sociedade civil, de intervir na política educacional do governo do nosso estado para transformá-la em defesa do fortalecimento da educação pública, de gestão pública, gratuita, e de qualidade.

Nos mobilizamos nos últimos dias, uma vez que o dialogo não foi possível, e ocupamos diversas escolas em nosso estado, no combate a terceirização da educação, por uma escola de gestão pública, próxima da comunidade e que valoriza os profissionais da educação, os alunos e os gestores.

Estamos indignados com a falta de democracia por parte do Governo Estadual que apresentou edital que institui a terceirização de diversas escolas sem consultar qualquer setor da sociedade civil interessados nos rumos da administração escolar, os coletivos e instituições do Movimento Estudantil, os trabalhadores da educação e qualquer outro interessado nos rumos da educação de Goiás.

É notável que o Governo do Estado atua por interesse próprio e não visando o bem-estar da sociedade civil como um todo.

Apresentamos aqui este manifesto porque nos encontramos apreensivos com a dimensão dos impactos que o modelo de ‘Gestão Compartilhada’ pode gerar no tripé democrático da educação, com a garantia da realização de eleição para diretor de escola e conselho de alunos, além da garantia de grêmios estudantis autônomos.

Estamos decididos a encampar a luta contra as Organizações Sociais na gestão escolar e definimos em assembléia constituir o comitê Secundaristas em Luta, como instrumento de manifestação, diálogo, e principalmente deliberação dos estudantes secundaristas com o governo e a sociedade civil, no que se refere aos rumos da educação de Goiás.

Atuaremos no combate a terceirização da educação, em oposição ao regime atual de gestão compartilhada e ser implantado nas escolas estaduais do estado de Goiás, em defesa da escola pública de gestão pública, gratuita e de qualidade.
Queremos:
•A revogação IMEDIATA do Edital de Chamamento Público de OS’s, interessados a realizar a gestão compartilhada das escolas estaduais – chamamento público n° 001/2016 – SEDUCE;
•O aumento do investimento por aluno para R$ 389,00 (trezentos e oitenta nove reais), sendo essa quantia entregue as mãos da gestão ELEITA pela comunidade escolar e não nas mãos do interesse privado;
•A reabertura do Colégio Estadual José Carlos de Almeida e ao não fechamento do Colégio Estadual Professor Pedro Gomes;
•Fim da conversão de Escolas Estaduais em Escolas Militares. Se for desejo do estado ter mais escolas militares, que a polícia construa.
ASSINAM: Estudantes em defesa da escola pública, de gestão pública, gratuita e de qualidade.

Goiânia, 22 de dezembro de 2015.
‪#‎OcupaEscola‬
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