denuncie Denuncie! denuncie
O.S. em Santos NÃO!
Facebook
Youtube
17/01/2015     nenhum comentário

Negligência? Duas gestantes e um bebê morrem na mesma semana em maternidade gerenciada por OSS

Estudo do Tribunal de Contas de SP mostra que as taxas de mortalidade, em geral, são mais altas em maternidades públicas terceirizadas

Não é de hoje que a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), organização social de saúde (OSS) ligada à Unifesp e que atua em diversos municípios paulistas, está envolvida em denúncias de irregularidades financeiras e de ordem técnica.

Falta de médicos, implantação deficitária de serviço de atendimento ao usuário, dificuldade para agendar retornos e reformas e aquisição de equipamentos atrasadas ou não iniciadas são alguns dos problemas já investigados pelo Ministério Público na capital.

Em outros municípios órgãos fiscalizadores como TCE e o próprio MP chegaram a orientar prefeituras a não contratar ou a não renovar contratos com a entidade, atolada em dívidas e protestos.

No mês de setembro do ano passado, porém, não foram números negativos de balancetes ou indicadores de atendimento que geraram polêmica envolvendo o nome da entidade. Na ocasião chamou atenção duas mortes de gestantes na mesma semana, ocorrida na mesma maternidade, em Taboão da Serra.

A maternidade do Pronto Socorro do Antena, onde os óbitos ocorreram, é gerida pela SPDM, desde abril de 2013. As mortes até hoje não foram devidamente esclarecidas e seguem gerando indignação nas famílias das vítimas, que acusam de falho o atendimento no local.

No dia 3 de setembro de 2014, o jornal Taboão em foco, apontou que maternidade, no bairro de Jardim Record, foi alvo de requerimento de esclarecimentos dos vereadores por ter

A primeira morte aconteceu no dia 26 de agosto de 2014. Angélica Gomes de Oliveira, 25 anos, que teve complicações durante o parto e apesar de ter sido transferida para o Hospital Geral do Pirajussara (HGP) acabou morrendo. O bebê chegou a ficar internado, mas passa bem.

Apenas sete dias após a morte anterior, o pronto socorro foi palco de mais uma tragédia. A gestante Adriana Maria Andrade, 37 anos, e o seu filho morreram durante o trabalho de parto. A família acusa o hospital de negligência médica e registrou um boletim de ocorrência.

gestantes_SPDM

Conforme relato publicado pelo site Verbo Online o médico que efetuou o parto ignorou o pedido de cesárea e iniciou o parto normal. Após tentar tirar o bebê do útero da mãe sem êxito, o médico chegou a quebrar a clavícula do bebê para tentar empurrá-lo de volta ao útero, quando observou que o parto normal não seria possível.

A família da vítima chegou a dizer na época que os dados de entrada e óbitos teriam sido modificados da ficha da paciente, para que o médico que fez o parto, que deixou a unidade em seguida, não fosse responsabilizado. “Colocaram no horário do próximo plantão, logo ele não será responsabilizado. Na verdade, não houve declaração do médico [sobre a causa das mortes], ele simplesmente foi embora”, denuncia um familiar. O pai de Adriana não quis assinar declaração de óbito e foi à delegacia registrar o BO.

Nota

Ao Jornal Taboão em Foco, a Secretaria de Saúde enviou uma nota de apenas um parágrafo, informando que “foi solicitado a abertura de processo para investigação de circunstâncias e causas dos óbitos”. Já a direção da SPDM disse que o caso foi encaminhado para comissão de ética e o Conselho Regional de Medicina.

Mortalidade geral

Um estudo produzido pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) de São Paulo, que compara os dois métodos de administração (direta x terceirizada, via OSS), mostra que os custos das OSs são mais altos, os doentes ficam mais tempo sozinhos nos leitos, e a taxa de mortalidade geral é maior do que nas administrações diretas. O estudo consta de uma reportagem do Jornal O Estado de São Paulo, do dia 18 de novembro de 2010.

Outros casos envolvendo a SPDM

Comissão de Saúde da Câmara de SP apura suspeita de irregularidade da SPDM

MP denuncia OSS SPDM por déficit milionário

Prefeitura de Campinas é proibida de renovar convênio com SPDM/UNIFESP

TCE nega contrato entre Diadema e SPDM

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *