Médicos de hospitais entregues às OSs fazem greve em Mato Grosso

O Carnaval dos médicos e pacientes que utilizam hospitais das cidades mato-grossenses de Colider e Sinop não tiveram motivos para pular o Carnaval.

Vinculados a unidades terceirizadas para Organizações Sociais, os profissionais estão sem receber há dois meses e decidiram cruzar os braços para tentar pressionar o Governo a resolver a situação.

Segundo informa o site 24 Horas News, a greve começou no dia 1 de fevereiro. No Hospital Regional de Colider os servidores fizeram um protesto no último dia 5, contra o modelo de gestão via OSs. Segundo eles, a alternativa de gerenciamento deixou o hospital regional da cidade em péssimas condições.

Para serem atendidos, os pacientes estão sendo orientados a procurar unidades da capital, Cuiabá.

“Primeiro os pediatras e os ginecologistas ficaram sem atender por três meses por falta de pagamento e agora para o setor de enfermagem e a população que têm que se deslocar para cidades vizinhas para ter atendimento é a maior prejudicada. No ano passado os 4 hospitais gerenciados por Organizações Sociais de Saúde pararam por falta de pagamento”, afirma Eliana Siqueira, presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed).

Esta não é a primeira vez que médicos e população sentem os reflexos da privatização da saúde. Em outubro do ano passado também houve atraso nos salários e a situação foi alvo de matéria aqui no Ataque aos Cofres Públicos.

É importante lembrar que o legislativo de Mato Grosso instalou uma Comissão Parlamentar de Inquérito justamente para investigar os contratos de hospitais regionais com OSs, firmados na gestão de Pedro Henry, hoje condenado pelo caso do Mensalão.

OS sai e Estado volta administrar Hospital Regional de Colíder

Paralelamente, a isso, conforme o site Mato Grosso Mais publicou no último dia 8, o Governo do Estado nomeou o servidor Paulo Sérgio Lopes de Souza para administrar o Hospital Regional de Colíder, pelo tempo que for necessário.

A informação foi publicada no Diário Oficial do Estado da última sexta-feira (5) e assinada pelo secretário de Saúde do Estado, Eduardo Bermudez.

A decisão foi tomada após a rescisão de contrato entre o Estado e o Instituto Pernambucano de Assistência à Saúde (Ipas).

Segundo a portaria, “o servidor poderá solicitar pessoas para auxiliá-lo, podendo delegar atribuições específica de sua missão a auxiliares e prepostos individualmente ou em conjunto”, diz trecho do documento.

Com a volta da administração do Estado, a expectativa é que a situação envolvendo o Hospital Regional de Colíder melhore, já que a unidade de saúde vem passando por muitas dificuldades no setor administrativo deixando o atendimento para os pacientes crítico.