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28/03/2018     nenhum comentário

Justiça quebra sigilos bancários para apurar lavagem de dinheiro em esquema envolvendo OS Vitale

Promotores terão mais elementos para investigar 17 pessoas e 28 empresas que podem ter utilizado notas fiscais falsas para desviar recursos da saúde em Campinas

 

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As investigações sobre o escândalo envolvendo a terceirização do Hospital Municipal de Campinas Ouro Verde devem avançar bastante nos próximos dias.

A Justiça autorizou quebra de sigilo bancário de pessoas e empresas que podem ter sido usadas para lavar dinheiro no esquema envolvendo a organização social Vitale Saúde.

A informação é EPTV, afiliada da Rede Globo em Campinas. Documentos obtidos com exclusividade pela equipe de reportagem mostram que promotores investigam 17 pessoas e 28 empresas que podem ter utilizado notas fiscais falsas para desviar recursos da saúde em Campinas.

Estão sendo apurados o desvio de pelo menos R$ 4,5 milhões do hospital. A suspeita do Ministério Público que investigam é que várias as empresas podem ter sido usadas para lavar dinheiro e desviar recursos com o uso de notas fiscais falsas.

Entre os alvos dos promotores estão os diretores Ronaldo Foloni e Fernando Vitor, os três empresários Ronaldo Pasquarelli, Daniel e Paulo Câmara e a provedora da Organização Social Vitale, Tata Bertoncelo, presos na 1ª fase da operação.

Na lista ainda constam dois ex-funcionários do departamento de prestação de contas da Secretaria de Saúde, Anésio Corat Junior e Ramon Luciano da Silva, e o médico da Vitale, Osvaldo Perezi Neto, presos na 2ª fase da Operação Ouro Verde, no dia 22 de março.

Outras oito pessoas investigadas não estão presas. Entre elas, um ex-servidor da prefeitura de Campinas, ex-diretores da Vitale e ex-prestadores de serviço do hospital.

Empresas
Uma das empresas com sigilo quebrado pela Justiça é a Segamar Consultoria Empresarial Ltda, ligada ao médico Osvaldo Perezi Neto, preso durante a 2ª fase da Operação Ouro Verde, no dia 22 de março.

O nome de “Neto” é mencionado em conversas gravada entre o lobista Fernando Vítor e o ex-coordenador da secretaria de saúde, Ramon Luciano da Silva. Segundo o Ministério Público, Fernando Vítor explica a Ramon como conseguiria o dinheiro para manter o esquema de desvio de recursos públicos.

Um dos trechos do diálogo diz:

“Sim, é assim: tem médico que não tem nota, aí o Neto emite, mas tem nota lá… Ele emite dez notas, a de um a oito é dos médico. E a de nove a dez, teoricamente seria nossa, que é a gordurinha, que é o lucro da empresa, sendo que a gente divide… É essa, que é a gordurinha, que não foi pago. Entendeu ou não? Pelo que eu entendi…”

De acordo com as investigações, a empresa mencionada no áudio é a Segamar. Entre as 28 empresas que tiveram a quebra de sigilo bancário autorizada, há ainda a suspeita de que algumas estejam no nome de parentes de administradores da Vitale.

A Operação

A 1ª fase das investigações foi batizada de Ouro Verde, mesmo nome do hospital saqueado. Já a 2ª fase, ocorrida na semana passada, foi denominada de “Caduceu”. Ela cumpriu quatro mandados de prisão e cinco de busca e apreensão.

Além de Corat Júnior e Luciano Silva, presos no distrito de Barão Geraldo e no bairro Botafogo, em Campinas, respectivamente, o médico Osvaldo Perezi Neto foi detido dentro de casa em São José do Rio Preto. O advogado Orlando Leandro de Paula Fulgêncio se entregou na 2ª Delegacia Seccional de Campinas. De acordo com o MP, os dois são ligados à Vitale e faziam parte do acordo para pagar os ex-servidores da Prefeitura.

A prisão temporárias dos quatro presos venceu nesta segunda-feira (26), mas a Justiça autorizou a prorrogação por mais cinco dias.

Vale lembrar que o prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), também é investigado por suposta participação no esquema,. Ele disse, em coletiva na manhã de quinta, que os dois servidores estão afastados da administração. Por ter foro privilegiado, Donizette é alvo de apurações da Procuradoria Geral de Justiça (PGJ).

1ª Fase
O Gaeco Campinas iniciou as investigações em fevereiro de 2017 e foi apurado na 1ª fase da Operação Ouro Verde que um grupo ligado à OS Vitale usava a entidade para obter indevida vantagem patrimonial por meio de consultorias simuladas.

De acordo com os promotores, há indícios de superfaturamento na compra de medicamentos, insumos e prestação de serviços no hospital, além da suspeita de recebimento de propina por agentes públicos.

Durante a ação da 1ª fase em Campinas foram apreendidos dois carros, modelos Ferrari e BMW. Ao todo, de acordo com o MP, foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão em sete cidades paulistas, mas há indícios de que a organização criminosa atuava em outros estados.

O prefeito Donizette foi citado por empresários em parte das escutas telefônicas gravadas pelo MP, sobre supostas negociações para beneficiar a Vitale.

 

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