Investigada e alvo de críticas, Fundação do ABC recebe R$ 3 bi em três anos
OS é alvo de requerimentos de investigação em pelo menos duas cidades do Grande ABC, além de ser alvo de Frente Parlamentar de Inquérito na Assembleia Legislativa
Alvo de ao menos dois pedidos de abertura de CPI, a Fundação do ABC já recebeu desde o início do atual mandato, em 2013, R$ 3,089 bilhões de 6 das 7 prefeituras do Grande ABC. Desde o ano passado, a entidade é criticada em diversos municípios e, atualmente, tramitam nas Câmaras de São Caetano e de Ribeirão Pires requerimentos de investigação de problemas no setor gerenciado pela fundação.
A PREFEITURA DE SANTOS TEM CIÊNCIA DA SITUAÇÃO E SEGUE REPASSANDO À ORGANIZAÇÃO SOCIAL MILHÕES PARA GERENCIAR A UPA, MESMO APÓS DENÚNCIAS DE MORTES POR SUPOSTA NEGLIGÊNCIA E QUARTEIRIZAÇÃO.
Veja matéria publicada pelo Diário do Grande ABC:
FUABC recebeu R$ 3 bi na atual gestão
Alvo de pelo menos dois pedidos de abertura de CPI, a FUABC (Fundação do ABC) já recebeu desde o início do atual mandato, em 2013, R$ 3,089 bilhões de seis das sete prefeituras do Grande ABC – só não atua em Diadema. Desde o ano passado, a gerência da entidade da Saúde da região é criticada em diversos municípios e, atualmente, tramitam nas Câmaras de São Caetano e de Ribeirão Pires requerimentos de investigação de problemas no setor gerenciado pela fundação.
O pedido de CPI mais polêmico envolve a cidade gerenciada pelo prefeito Saulo Benevides (PMDB). A comissão apuraria a qualidade do serviço prestado pela FUABC na cidade, deficit de médicos e processos de licitação, além de mirar também contratos com a Santa Casa de Ribeirão.
Embora a Câmara já tenha enfrentado diversos protestos em favor da CPI, com ocupação do Legislativo pelo movimento estudantil da cidade – durou quatro dias –, o documento que autoriza a investigação foi engavetado pelo presidente da Casa, José Nelson de Barros (PMDB). Aliado do chefe do Executivo, o peemedebista já admitiu que, caso a mesa diretora autorize as apurações, as oitivas não iniciarão antes da eleição municipal. Entre 2013 e 2016, a FUABC recebeu R$ 8,091 milhões da gestão Saulo.
Em São Caetano, oposicionistas ao governo do prefeito Paulo Pinheiro (PMDB) elaboraram pedido de abertura de CPI, mas ainda patinam para conseguir o número de assinaturas necessárias para instaurar a comissão, que focaria principalmente suposto superfaturamento na compra de remédios. 15 Nos bastidores, governistas teriam concordado em aceitar CPI, desde que as investigações também envolvessem contratos feitos na gestão do ex-prefeito José Auricchio Júnior (PSDB). Desde o início do seu mandato, Pinheiro já despendeu R$ 316,9 milhões com a fundação.
Por meio de nota, a FUABC garantiu que “todas as suas despesas e contratações são auditadas, mediante prestação de contas, pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado), Ministério Público, assim como por auditoria interna e por auditoria independente”. “A Fundação do ABC torna públicos todos os repasses recebidos no ano anterior através da publicação do balanço contábil em jornais de grande circulação.”
Para este ano, a FUABC projetou arrecadação recorde, de R$ 2,1 bilhões.