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07/12/2016     nenhum comentário

Hospital estadual comandado por OS no Rio tem problemas na limpeza

Segundo o presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal, o modelo de terceirização e gestão por OS é um agravante para a crise da saúde, pois além de encarecer a prestação de serviços, gera descontinuidade no atendimento.

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O lixo que se acumula e multiplica os riscos de infecção hospitalar no Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, é mais um reflexo da crise na saúde fluminense, agravada pelos anos de exploração das Organizações Sociais na saúde do Estado.

No equipamento hospitalar, funcionários terceirizados que atuam na limpeza fizeram protestos esta semana por conta do atraso no pagamento dos salários, a cargo de uma entidade contratada pelo Estado.

A situação foi registrada pelo Jornal Extra. Segundo a reportagem, o hospital, referência para a região, enfrenta uma crise na limpeza desde o final de semana passada. Funcionários da equipe de enfermagem precisaram pegar nas vassouras para manter a unidade funcionando com o mínimo de higiene.

“A situação do hospital está caótica, com muito lixo e sujeira. É um desrespeito com os pacientes, com os profissionais de saúde e com os terceirizados, que estão sem receber salário. Nós não vamos pegar pela crise “, diz a enfermeira Cristiane Dutra, que segue para uma manifestação na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

As condições de funcionamento da unidade ficaram precárias durante o fim de semana. A Comissão de Saúde da Câmara dos Vereadores local fez uma visita à unidade e está cobrando uma solução para o problema que, segundo os vereadores, “gera risco à vida das pessoas”.

“Estamos cobrando providências tanto da Organização Social quanto da Secretaria de Saúde. Esta situação de insalubridade gera risco à vida das pessoas que precisam ser atendidas. O modelo de terceirização e gestão por OS é um agravante para essa crise, não apenas encarece a prestação de serviços como gera esse tipo de descontinuidade” afirma o vereador Paulo Eduardo Gomes (PSOL), presidente da comissão.

Uma vez exposto o problema, iniciou-se o famoso jogo do empurra. A Secretaria estadual de Saúde informou que vem realizando repasses mensais para a Organização Social que administra o Hospital Estadual Azevedo Lima, totalizando R$ 128.668.378,90 em 2016. “Quanto às condições contratuais dos funcionários terceirizados, a SES esclarece que os pagamentos são atribuição da Organização Social”.

Enquanto as autoridades respondem por meio de notas produzidas em gabinetes climatizados e confortáveis, a população, que não foi consultada e nem devidamente informada sobre o modelo de gestão dos equipamentos públicos de saúde, segue sofrendo.

A cidade de Santos escolheu esse mesmo caminho: abrir mão de sua tarefa constitucional e entregar os serviços de saúde para OSs. Quando tudo der errado, bota-se a culpa na empresa e foge-se da responsabilidade. O Hospital dos Estivadores, cuja reforma e ampliação custou quase o dobro do previsto aos cofres públicos, será entregue de mão beijada para uma empresa auferir lucro às custas da saúde da população.

Em alguns anos ou até meses, veremos o caos que ocorre no Rio por aqui também.

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