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29/12/2020     nenhum comentário

GOVERNO DÓRIA: MÉDICOS SE REVOLTAM COM DESMONTE DE HOSPITAIS PÚBLICOS PARA BENEFICIAR OSs

Artigo de médica sobre a entrega de mais um setor do Hospital Emílio Ribas à SPDM gerou reações

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Médicos do Emílio Ribas e do Hospital Universitário da USP denunciaram o desmonte de hospitais públicos no estado de São Paulo, pelo governador João Doria.

Conforme a Rede Brasil Atual, um artigo publicado pela médica infectologista do Hospital Emílio Ribas Marta Ramalho, que atua na instituição desde 1992, expõe o fato de mais um andar do hospital estar sendo preparado para passar para a gestão da organização social (OS) Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM).

No artigo, publicado no Vi o Mundo, a médica denuncia diz estar “triste por ter acabado de saber que mais um andar (desta vez, o oitavo) se transformará em unidade SPDM. Com o pretexto quiçá falso de que não há enfermagem suficiente. Pretexto, aliás, não suficientemente demonstrado e combatido por quem teria a possibilidade de revertê-lo. Ao final, do Emílio ‘Raiz’, sobrará, até aqui, o ambulatório, uma UTI, o PS, o terceiro andar e o sexto andar”.

A médica ainda denuncia que a operação é feita no apagar das luzes de 2020.

O desabafo gerou reações. O deputado federal Alexandre Padilha (PT) disse nas redes sociais nesta segunda-feira (28) que a oposição ao governador na Assembleia Legislativa de São Paulo deve tomar ações para apurar essas denúncias de desmonte de hospitais públicos no estado.

Hospital Universitário
“Hospitais Públicos de São Paulo desmontados pelo governo do estado, em meio à pandemia. Ontem denunciamos o que acontece no Emilio Ribas. Hoje reproduzimos o que diz o médico infectologista Gerson Salvador, no Hospital Universitário da USP”, disse Padilha em sua conta no Twitter. Também nas redes sociais, o médico denuncia a explosão de casos de covid-19 e a insuficiência dos hospitais públicos em atender a demanda.

“Já acionamos parlamentares da Assembleia. Governo Doria tem que ser convocado, MP estadual acionado”, disse Padilha. “Os parlamentares, na Assembleia, podem constituir uma ação rápida de diligência para apurar denúncias feitas pela Associação de trabalhadores e de médicos do Emilio Ribas e pelos médicos do HU. Inadmissível governo Doria!”, afirmou Padilha, indicando que os deputados estaduais Paulo Fiorilo e Emídio de Souza, ambos do PT, devem tomar as medidas.

Muito dinheiro, pouco resultado

A SPDM recebe R$ 20 milhões ao ano para gerenciar a UPA da Zona Noroeste de Santos, inaugurada em fevereiro de 2019, para substituir o antigo Pronto-Socorro anexo ao Hospital Arthur Domingues Pinto.

A promessa do prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) e de seu secretário de Saúde, Fábio Ferraz, era de que o serviço ficaria melhor e mais ágil. Não é o que se vê. A unidade recebe reclamações frequentes dos usuários. (Veja aqui a última matéria publicada no Ataque aos Cofres Públicos).

Logo após ser inaugurada foi muito criticada quando uma sequência de mortes suspeitas de negligência repercutiu na mídia local.

A maioria dos vereadores, fieis apoiadores do Governo, se recusou a assinar um pedido de abertura de Comissão Especial de Inquérito (CEI) para averiguar as mortes. O requerimento da CEI foi uma iniciativa da vereadora Telma de Souza (PT).

Os mesmos parlamentares que não acharam pertinente investigar os óbitos suspeitos na unidade terceirizada são praticamente os mesmos que aprovaram a lei que permitiu a entrada das OSs na administração municipal, em 2013.

CONTRA TODAS AS FORMAS DE TERCEIRIZAÇÃO!

Disfarçadas sob uma expressão que esconde sua verdadeira natureza, as organizações sociais (OSs), organizações da sociedade civil (OSCs) e oscips e não passam de empresas privadas, que substituem a administração pública e a contratação de profissionais pelo Estado. Várias possuem histórico de investigações e processos envolvendo fraudes, desvios e outros tipos de crimes.

No setor da saúde, essas “entidades”, quando não são instrumentos para corrupção com dinheiro público, servem como puro mecanismo para a terceirização dos serviços, o que resulta invariavelmente na redução dos salários e de direitos.

Isso ocorre em todas as áreas da administração pública, em especial na Saúde. No meio desta pandemia, além do medo de se contaminar e contaminar assim os seus familiares, profissionais da saúde terceirizados enfrentam também a oferta despudorada de baixos salários, atrasos nos pagamentos, corte de direitos e falta de estrutura de trabalho, o que contrasta com a importância da atuação deles no combate ao COVID-19.

É evidente que o saldo para a sociedade é a má qualidade do atendimento, o desmonte do SUS, das demais políticas públicas e, pior ainda: o risco às vidas.

Todos estes anos de subfinanciamento do SUS e demais serviços essenciais, de desmantelamento dos demais direitos sociais, de aumento da exploração, acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais. Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores.

O modelo de gestão da Saúde por meio das Organizações Sociais e entidades afins é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido.

Não à Terceirização e Privatização dos serviços públicos!

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