denuncie Denuncie! denuncie
O.S. em Santos NÃO!
Facebook
Youtube
20/02/2019     nenhum comentário

Gerido por OSs, Hospital de Sinop sofre 2ª intervenção em quatro anos e prova que modelo de gestão não presta

Juiz dá 15 dias para formar comissão para que apure rombo provocado pelo Instituto Gerir, última OS que arrasou com a administração do serviço

sinop10

Em pouco mais de quatro anos, esta é a segunda vez que o Hospital Regional de Sinop (MT) está sob intervenção do governo após desastrosas gestões de Organizações Sociais.

Desta última vez, a situação das finanças do equipamento, que até semanas atrás era administrado pelo Instituto Gerir, é bem grave. Como último desdobramento do caso, o  juiz da 6ª Vara Cível, Jacob Sauer, deu um prazo de 15 dias para a diretoria clínica do Hospital formar uma comissão que irá apurar o valor total devido pela OS aos médicos e prestadores de serviços.

O grupo também terá a tarefa de levantar a quantidade de medicamentos e insumos necessários para a continuidade dos serviços.

Jacob ainda mandou efetivar o bloqueio de R$ 5,2 milhões nas contas do instituto e liberar os valores que haviam sido bloqueados nas contas do Estado. As medidas atendem a uma decisão liminar proferida em dezembro do ano passado, pela desembargadora Maria Erotides Kneip, da Primeira Câmara de Direito Público e Coletivo. A magistrada reformou uma decisão de primeira instância, em ação movida pelo Ministério Público Estadual (MPE).

Em janeiro o governador Mauro Mendes (DEM) decretou intervenção estadual na unidade. A secretaria Estadual de Saúde (SES) ainda revogou a licitação que foi aberta, no final do ano passado, pela gestão Pedro Taques (PSDB), que tinha por objetivo definir a empresa que substituiria o Instituto Gerir e administraria a unidade pelos próximos 60 meses. O resultado final do certame seria divulgado no mês passado.

O novo governador apontou uma série de “inexecuções indevidas” no acordo temporário firmado, em maio do ano passado, entre a secretaria e o Instituto Gerir. Ele afirma que a entidade privada descumpriu “gravemente” o contrato, ao não fazer, por exemplo, a retenção de um percentual mínimo de 3%, que seria utilizado para “provisões, rescisões e reclamatórias trabalhistas”.

Mauro Mendes ainda destacou que a atual gestão fez levantamento situacional de todos os contratos firmados com organizações sociais e encaminhou as avaliações para a Controladoria-Geral do Estado (CGE). Segundo Mendes, o órgão recomendou, “entre outras medidas”, a intervenção no hospital de Sinop.

O decreto também tem por meta  garantir a continuidade dos serviços e também apurar as responsabilidades por “quaisquer outras irregularidades no gerenciamento do hospital ou inadimplemento de obrigações”.

Como dito acima e resgatado pelo site Só Notícias, em pouco mais de quatro anos, esta é a segunda vez que o Hospital Regional de Sinop está sob intervenção do governo após desastrosos períodos comandados por OSs.

Em novembro de 2014, o ex-governador Silval Barbosa decretou a medida para apurar supostas irregularidades no contrato assinado, em 2012, com a Fundação de Saúde Comunitária de Sinop, também classificada como organização social.

O decreto de Silval perdurou até fevereiro de 2016, quando o hospital voltou a ser administrado pela fundação, por decisão de Taques. Em dezembro de 2017, porém, a organização social pediu a rescisão do contrato com o governo e deixou a gestão da unidade de forma definitiva. Ainda naquele mês, Taques firmou contrato de seis meses com o Instituto Gerir. O prazo acabou prorrogado, em maio do ano passado, por mais seis meses. Em novembro, ainda foi estendido por 67 dias, com validade até 31 de janeiro deste ano.

Enquanto o hospital era administrado de forma temporária pelo Gerir, mediante repasse de R$ 4,2 milhões, a Secretaria Estadual de Saúde, em outubro de 2018, abriu chamamento público para definir a nova gestão. Três empresas disputaram o certame. Na segunda fase da licitação, o Instituto Moriah, sediado em São Paulo, e o Instituto Social Resgate à Vida (ISSRV), de Cotia (SP), foram desclassificados. Como resultado, apenas o Grupo de Apoio à Medicina Preventiva à Saúde Pública (GAMP), de São Paulo (SP), estava apto a gerenciar a unidade.

Em resumo: não tem jeito, entra OS, sai OS e o resultado é o mesmo. Rombo nos cofres públicos, queda brutal na qualidade do atendimento, problemas trabalhistas, corrupção e muita ineficiência. Tudo isso em uma área extremamente sensível onde não se pode errar, que dirá insistir no erro.

Os governos sabem que a gestão compartilhada por OSs não dá certo. Insistem porque têm muito a ganhar com contratos absurdamente caros que funcionam como caixas pretas. OSs não precisam fazer licitação para nada, podem contratar quem quiserem, pelo valor que quiserem, sem a devida transparência.

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *