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11/01/2016     nenhum comentário

Funcionários protestam: “A privatização é coisa de ladrão”!

Contra a privatização por Organizações de Saúde, trabalhadores de hospital fecham Avenida Cesário de Melo, no Rio de Janeiro.

rochafaria

Com as palavras de ordem “A Privatização é Coisa de Ladrão”, funcionários do Hospital Rocha Faria, em Campo Grande, Zona Oeste do Rio, fizeram uma manifestação na manhã desta segunda-feira (11), dia em que a unidade, que era do estado, foi municipalizada, porém com o sistema de gestão por Organizações Sociais (OSs). VEJA AQUI O VÍDEO.

Mais do que ninguém, os servidores sabem – pois então diariamente nas unidades – o nível de precarização que este tipo de terceirização acarreta. Com faixas e apitos, os trabalhadores ocuparam parte do hospital e chegaram a interditar uma avenida (Av. Cesário de Melo), por cerca de 15 minutos.

Segundo informou ao G1 a presidente da associação dos funcionários do Hospital Rocha Faria, Clara Fonseca, o protesto não foi contra a municipalização, mas contra a contratação dos funcionários por OS.

Os servidores entendem que o remanejamento pode causar prejuízos, já que eles não teriam direito, na Organização Social, a vale-transporte e vale-refeição. Como já mostramos aqui no Ataque aos Cofres Públicos, a terceirização via entidades gera contratações com vínculos trabalhistas muito frágeis. Enquanto médicos das OSs ganham salários muito acima dos praticados na rede direta, funcionários ganham menos e tem menos direitos do que os servidores públicos. Já os diretores das OSs sempre asseguram salários de altos executivos, pagos com o dinheiro do contribuinte.

Secretários
A manifestação aconteceu durante visita dos secretários municipais Pedro Paulo (executivo de Governo) e Daniel Soranz (Saúde). A agenda dos dois incluía uma reunião com representantes do hospital e profissionais da Secretaria Municipal da Saúde, para a elaboração do primeiro diagnóstico da unidade, da mesma forma como foi feito com o Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, na última semana.

Muitos funcionários tentaram acompanhar o encontro, mas tiveram que ficar do lado de fora. Pedro Paulo Carvalho foi também lembrado pelos manifestantes das acusações de agressões à sua ex-mulher pelos quais o secretário respondeu. Em referência ao caso, eles gritavam as palavras “Maria da Penha” em coro.

Municipalização x crise do estado
Como já mostramos aqui no Ataque aos Cofres Públicos, com a crise nas finanças do estado, a Prefeitura do Rio se comprometeu a assumir o Albert Schweitzer e o Rocha Faria. Os dois custam R$ 500 milhões para os cofres públicos por ano. Apenas o Rocha Faria tem 300 leitos e faz uma média de 10 mil atendimentos por mês.

Embora a decisão, do ponto de vista técnico, seja a mais acertada, está nítido que trata-se de uma jogada política para ganhar tempo com a opinião pública. O que se questiona é de onde o município vai tirar dinheiro para custear as duas unidades e, principalmente, porque o modelo de OSs, tão condenado após denúncias de desvios e ineficiência, vai continuar sendo privilegiado.

 

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