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08/05/2020     nenhum comentário

FUABC DEIXA FALTAR EPIs NO HOSPITAL MUNICIPAL UNIVERSITÁRIO DE SÃO BERNARDO

Denúncias de funcionários relatam falta de aventais e máscaras racionadas

hmu

As organizações sociais de saúde (OSs) seguem ampliando suas margens de lucro nos tempos de pandemia, graças aos decretos governamentais que liberam as contratações em regime de urgência, sem licitação e sem a devida transparência.

E mesmo vendo seus caixas engordarem com recursos públicos, muitas destas entidades privadas (várias delas fichas-sujas) deixam faltar o básico nas unidades públicas que administram. É o caso da OS Fundação do ABC, que está sendo questionada por não prover de forma adequada os equipamentos de proteção individual (EPIs) para os funcionários terceirizados do Hospital Municipal Universitário (HMU) de São Bernardo (SP).

Profissionais do HMU foram à imprensa para denunciar que estão sendo vítimas das más condições de trabalho, que oferecem riscos para contágio do novo coronavírus (covid-19).

Ao jornal Repórter Diário, uma técnica de enfermagem que pediu sigilo afirma que não há aventais apropriados para a equipe e as máscaras descartáveis são limitadas a duas unidades por plantão, que possui 12 horas de duração.

A funcionária ressalta que a falta de condições de trabalho não são recentes. Sempre existiram, mas tem afetado os trabalhadores ainda mais a partir do início da pandemia.

Ela atua na UTI neonatal e relata questiona as justificativas do hospital para os colegas do setor. “A justificativa para não oferecer aventais impermeáveis é de que os recém nascidos ficam dentro de incubadoras, portanto o risco de contaminação é pequeno. O que não é verdade, pois para os manipular, precisamos ter contato com eles”, lembra.

A oferta de máscaras descartáveis é racionada. “Só podemos usar duas por plantão, que dura 12 horas”. A orientação contraria a OMS (Organização Mundial da Saúde), que recomenda que as máscaras sejam descartadas após cada uso em procedimentos. Se utilizada após este período, o equipamento perde a eficácia, o que deixa o profissional exposto ao contágio. Sobre o uso de álcool em gel, a funcionária ressalta que o produto fica disponível apenas na UTI. “No berçário utilizamos álcool comum”, explica.

Sem descanso

E não é só isso. Os funcionários não possuem locais para descanso. Não há no prédio espaços específicos para isso. Assim, os trabalhadores são obrigados a passar o intervalo dos turnos fora da unidade, ou até mesmo nas cadeiras da recepção, o que também potencializa os riscos de contaminação. “O Coren (Conselho Regional de Enfermagem) fala que a empresa precisa fornecer local apropriado para descanso, mas lá não funciona”, conta ao jornal.

E no que diz respeito aos salários, há defasagem, já que os profissionais não recebem dissídio há quatro anos. “A Fundação ABC nos deve 10 salários, mas querem pagar apenas um, dividido em duas vezes”, conta. Segundo a funcionária, a Prefeitura realiza os pagamentos de 2017 e 2019 apenas agora, mas o restante ainda continua inadimplente.

Resposta

A reportagem não ouviu a OS. Já a Prefeitura disse que os EPIs estão disponíveis em todas as unidades de internação para uso dos profissionais. O fornecimento e orientação de uso dos itens está pautado nas diretrizes técnicas do Ministério da Saúde. “A recomendação é que seja feita a troca da máscara cirúrgica mediante saturação (por umidade ou sujidade, por exemplo).

No que diz respeito ao espaço físico, está em andamento projeto de mudança para nova estrutura hospitalar (Hospital da Mulher), onde serão contemplados espaços para descanso durante os intervalos intrajornada.

Em nota, a administração municipal diz ainda que a cidade promoverá, nesta quinta-feira (07/05), o pagamento do reajuste salarial concedido aos 8.547 profissionais da Saúde de acordo com a classe salarial e a jornada de cada trabalhador. O aumento contempla o dissídio da categoria, que estava defasado desde 2016.

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