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26/06/2015     nenhum comentário

Estudo mostra falta de integração entre UPA, hospital e posto de saúde

Gestão feita pelas OSs (Organizações Sociais) visam ao lucro, não à saúde do paciente. Eles reduzem o número de médicos e isso prejudica o atendimento.

 

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O Jornal O Dia trouxe nesta quinta-feira (25/6) uma matéria importante sobre um estudo da  Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz) uma pesquisa que aponta a falta de integração como um dos principais problemas encontrados nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do Estado.

Antes de nos ater aos resultados, queremos colocar em destaque um depoimento que acabou relegado a um papel menor na reportagem, mas que é muito significativo até mesmo para o amplo entendimento dos resultados da pesquisa.

O depoimento é de um ortopedista da UPA de Vila Kennedy, do Rio de Janeiro, que por razões obvias não aprece identificado na matéria. Para ele o atendimento insatisfatório nas UPAs é culpa da terceirização/privatização do serviço. Diz ele: “Além da falta de integração, a gestão feita pelas OSs (Organizações Sociais) visam ao lucro, não à saúde do paciente. Eles reduzem o número de médicos e isso prejudica o atendimento. Se o paciente chega lá às 7h e é atendido às 11h, para a OS está ótimo. Entra no relatório como paciente atendido. Para a OS, é suficiente. Mas não é”.

A fala do profissional que está dentro do sistema é significativa e mostra o quanto as autoridades que ainda apostam nesse modelo de gestão ou estão distanciadas da realidade ou estão mal intencionadas.

Parece ser o caso do governo de Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), em Santos, que criou a chamada Publicização, que nada mais é do que a terceirização/mercantilização de unidades e serviços públicos em benefício de entidades que na verdade são empresas que visam lucro. Enquanto outros municípios e estados tentam reverter os prejuízos causados pela terceirização (muitos até precisam intervir em unidades e serviços ou quebrar contratos por irregularidades e denúncias de desvios)  o prefeito Paulo Alexandre está em vias de implantar o modelo tão criticado na UPA que substituirá o PS Central.

Será apenas uma decisão equivocada ou há algo mais por trás dessa insistência em implantar um sistema mal recomendado por órgãos como Ministério Público e Tribunais de Contas?

O Estudo

Conforme a reportagem do Dia, o estudo da Fiocruz foi coordenado pela médica Luciana Dias Lima com médicos, enfermeiros e coordenadores das UPAs e mostrou a necessidade de se aprimorar a integração com outras unidades, desde as que prestam atenção básica, como os Postos de Saúde da Família, aos hospitais.

“As UPAs têm um papel importante, foram implantadas em locais carentes, onde havia um déficit de serviços, mas a forma como foram implantadas, na pressa, não favoreceu à articulação destas UPAs às demais unidades”, explicou a pesquisadora.

O resultado desta falta de integração é um mau atendimento a pacientes que necessitam de transferência para outras unidades. A permanência de pacientes por mais de 24 horas nas UPAs foi relatada como problema frequente por 73,5% dos entrevistados, sendo que o motivo citado por 94,5% destes é justamente a falta de vagas em outros locais.

“As UPAs começaram funcionando muito bem, todo mundo era rapidamente atendido. Outro dia, no entanto, precisei ir à UPA da Saens Peña, na Tijuca, e fiquei mais de dez horas esperando para fazer um raio x”, reclamou a diarista Margarida Freitas, de 43 anos.

 

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