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18/08/2017     nenhum comentário

Estudantes reagem contra a terceirização na Educação da Paraíba

Jovens ocuparam, nesta quinta-feira (17), as galerias da Assembleia Legislativa do Estado para protestar contra terceirização na Educação

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Com o objetivo de marcar posição contra a terceirização na educação pública na Paraíba, estudantes de uma das escolas da rede estadual fizeram uma passeata pelas ruas da capital, João Pessoa, e depois ocuparam as galerias da Assembleia Legislativa.

Alunos da Escola Estadual Lyceu Paraibano demonstraram aos parlamentares que resistirão ao processo de implantação de Organizações Sociais nas unidades, tocado pelo Governo do Estado. Eles também aproveitaram para reivindicar melhorias na educação e o passe livre estudantil.

A União Brasileira dos estudantes Secundaristas (Ubes) e a Associação Paraibana dos Estudantes Secundaristas (Apes) participaram do ato.

Os aduladores do governador Ricardo Coutinho (PSB) estão fazendo um esforço grande para escolar os termos “terceirização” e “privatização” do processo de entrega das escolas para OSs. As empresas vão ficar responsáveis por atividades operacionais e parte do acompanhamento pedagógico das escolas, capitaneado pelo Estado.

Ao receber os estudantes, o deputado Adriano Galdino, líder do bloco socialista na Casa, tentou minimizar a a classificação usada para resumir a gestão pactuada junto às OSs. Ele defendeu que trata-se de uma otimização das atividades meio, sobretudo de logística. “Não concordo com o termo terceirização. Não existe privatização”, disse.

Os estudantes foram confrontados por usarem as terminologias em uma faixa ostentada em um ato em favor das Diretas Já, no dia 20 do mês passado.

Militantes da ala Jovem do PSB, ao perceberem a faixa com as palavras “Não à Privatização Escolar, Fora OSs” partiram pra cima dos responsáveis, a fim de não permitir a exibição da mensagem visual durante a fala do governador.

“Vocês são massa de manobra”, gritavam os socialistas contra os responsáveis pela faixa, a maioria estudantes da rede pública de ensino.

Os estudantes ficaram revoltados já que era uma manifestação a favor das Diretas Já. “É essa a democracia que vocês tão querendo?”, reagiram os jovens.
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Abaixo um comunicado da entidade estudantil detalha o episódio e tudo o que está envolvido com o tema terceirização/privatização do ensino:

NOTA DE REPÚDIO ÀS AGRESSÕES DE AGENTES DO ESTADO DA PARAÍBA CONTRA O MOVIMENTO ESTUDANTIL

A Associação Paraibana dos Estudantes Secundaristas (APES) vem a público denunciar as agressões promovidas por agentes do Governo do Estado da Paraíba no ato pelas “Diretas Já!” neste último dia 21 de julho, no Ponto de Cem Réis, em João Pessoa.

Durante do ato, realizado com grande êxito por uma ampla frente política, a APES promoveu intervenções em repúdio ao processo de terceirização, via Organizações Sociais (OSs), que o Governo da Paraíba tenta impor às escolas do Estado. O momento de fala dos oradores no palco foi respeitado em todos os momentos, e assim também seria na fala do governador Ricardo Coutinho, último inscrito na ocasião.

Porém, incomodados com as críticas, os funcionários comissionados do Governo Saulo Lima (Secretaria de Educação) e Alexandre Macedo (Jornal A União) pisaram sobre a faixa confeccionada pela APES com os dizeres “Não à privatização da Educação! Fora OSs!”, tentando ainda rasgá-la. Apesar das tentativas de explicar que o protesto só se daria após a intervenção do governador, os mesmos partiram para a agressão, empurrando os estudantes que empunhavam a faixa.

Neste momento, a estudante da rede federal de ensino Lívia Miranda levou um soco no estômago; o estudante da rede estadual Vinícius Almeida foi empurrado bruscamente e xingado com expressões homofóbicas; e o também estudante da rede estadual Jonas Carvalho (secretário-geral da APES) foi atacado na cabeça e nas costas com o mastro de uma bandeira.

Responsabilizamos estes dois senhores por toda a confusão criada e cobramos uma postura punitiva a estes dois funcionários do Governo do Estado, que, de forma tão truculenta e desesperada tentaram impedir que o governador escutasse a posição contrária à sua política de terceirização na Educação Estadual.

O governador, aliás, teve que ouvir durante sua fala de cerca de 10 minutos as palavras de ordem dos estudantes revoltados contra sua ação privatista e contra a violência de seus funcionários comissionados ao movimento estudantil.

Vale ressaltar que a APES tentava, há três meses, sem sucesso, uma audiência com o secretário estadual de Educação Aléssio Trindade para debater inúmeros problemas enfrentados pelas escolas estaduais da Capital. Para garantir uma conversa com o secretário, agendada para dia 25/07, a entidade teve que organizar uma ocupação no prédio da Secretaria, no Centro Administrativo do Estado, durante quase seis horas, no dia 18 deste mês, ocasião em que ocorria a entrega formal das propostas das Organizações Sociais para gerir os mais diversos setores das escolas públicas da Paraíba, um negócio altamente lucrativo.

Não calarão a voz da APES! Não impedirão nossa luta em defesa de uma educação pública, gratuita e de qualidade! Educação não é mercadoria!

João Pessoa-PB, 22 de julho de 2017

Diretoria da Associação Paraibana dos Estudantes Secundaristas (APES)

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