Estado de SP vai recorrer à Justiça para não intervir no Hospital de Cubatão

Uma batata quente. Um elefante branco. Dê o nome que quiser para explicar o modo como o Hospital Municipal de Cubatão está sendo tratado pelas autoridades.

Nos tempos áureos de arrecadação gorda, ele rendeu contratos milionários e nada transparentes com Organizações Sociais sem que o serviço ganhasse a qualidade almejada.

Agora, com os cofres municipais e estaduais esvaziados, o equipamento sofre na mão de gestores incompetentes ou simplesmente omissos.  E sofre na mão de empresas disfarçadas de entidades que são verdadeiros atravessadores em busca de lucro no serviço público. Na verdade, quem pena mesmo é a população, sem atendimento.

O Estado foi condenado a intervir  na unidade após meses de caos nos serviços, porém vai brigar na Justiça para se eximir dessa responsabilidade.

Na mesma decisão judicial, a prefeitura de Cubatão foi obrigada a se afastar da gestão, atualmente terceirizada para a Organização Social (AHBB). A Prefeitura também prometeu recorrer da decisão liminar, concedida no início do mês.

Ao conceder o pedido de liminar, a juíza que analisou as justificativas do Ministério Público frisa que os problemas no Hospital se acumulam há anos e não são relativos apenas às carências financeiras. A má gestão também foi decisiva para a unidade chegar ao ponto em que está, recusando novas internações e mantendo apenas os casos emergenciais que não podem ser removidos.

Por essas e muitas outras razões é que mais uma vez ressaltamos: Terceirizar a saúde não é solução para a atual crise do SUS. Pelo contrário! É mais um elemento a aprofundá-la e a penalizar ainda mais os pacientes.

O assunto foi tema de reportagem desta quarta-feira, no Diário do Litoral. Veja abaixo: