denuncie Denuncie! denuncie
O.S. em Santos NÃO!
Facebook
Youtube
02/04/2017     nenhum comentário

Enquanto prefeito de Cubatão joga bombas em quem defende o serviço público, população padece sem saúde

A receita de Ademário Oliveira (PSDB) para enfrentar a “crise’. Precarizar e fechar serviços, reprimir servidores que resistem à retirada de direitos e… mentir para a população. Ingredientes de todo autêntico governo neoliberal.

confronto-servidores-de-cubataosite

Como qualquer tucano de autêntica plumagem, o prefeito de Cubatão, Ademário Oliveira (PSDB), concentra forças na receitinha básica dos governos neoliberais.

Massacra direitos dos trabalhadores para economizar dinheiro (nem que seja preciso usar o aparato repressor da polícia de Geraldo Alckmin, como aconteceu na última terça-feira). Ao mesmo tempo, sucateia os serviços públicos para justificar a necessidade de mudar a forma de gestão deles.

Ambos os movimentos existem para garantir o ambiente ideal para firmar contratos milionários com empresas, ou seja, Organizações Sociais.

Em Cubatão, trabalhadores e população viveram na semana passada dois momentos que comprovam, após menos de três meses de gestão, o quanto precisam resistir a esse tipo de ataque que continuará a vir pela frente.

O primeiro momento aconteceu na última segunda-feira (27), quando usuários e alguns trabalhadores da área da saúde organizaram uma audiência pública com o intuito de ouvir do Executivo e também de vereadores quais providências estão sendo tomadas para reabrir o hospital municipal. Foram solenemente ignorados. Nenhum representante do Governo compareceu. Dos 15 vereadores convocados, apenas um – Ivan Hidelbrando (PSB) – esteve presente.

hospitalfechadosite

Deputados estaduais eleitos pela Baixada também não deram as caras, assim como nenhum representante da Secretaria de Estado da Saúde. Mas a população usuária dos serviços se fez representar por quase 400 pessoas. Vários contaram os dramas (veja na abaixo) do que é ficar sem assistência médica.

Um dia depois, ocorreu o segundo momento que mostrou a face perversa do novo Governo de Cubatão. Uma praça de guerra foi armada nas proximidades da Câmara, na última terça (28), por ordem do governo e dos vereadores aliados.

Ao lado dos servidores, mulheres, idosos e crianças foram alvos de bombas de efeito moral e balas de borracha. Tudo para coibir, com uso de repressão pesada, a luta contra a retirada de direitos adquiridos há anos pela categoria que carrega o serviço publico nas costas. Foram votados na sessão legislativa daquele dia projetos que juntos formam um “pacote de maldades” com a destruição de várias conquistas adquiridas há anos pelos funcionários.

Ademário e sua cúpula dizem que o momento é de crise e hipervalorizam os efeitos dela no orçamento, fazendo os trabalhadores pagarem por ela. No entanto, sabemos que a tesoura na folha de pagamento precisa ser feita para sobrar dinheiro para os contratos de terceirização com as OSs. Dinheiro para os atuais e para os que estão por vir, inclusive o que envolve o hospital.

Ou seja, com tiro, porrada e bomba, sequestram dos servidores o dinheiro que manterá e ampliará o lucro de empresas amigas.

Com o hospital fechado cubatenses encaram a morte de frente

audiencia-cubataosite

Foram muitos os relatos de usuários do SUS em Cubatão na audiência pública realizada no Bloco Cultural, na última segunda-feira (27).

As histórias, repletas de dramas por falta de assistência adequada, farão parte de um documento que será encaminhado para autoridades públicas, como a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, além do Conselho Municipal de Saúde e Ministério Público.

Uma das organizadoras do evento, a enfermeira Sira da Silva, especialista em urgência e emergência, disse que até o momento não houve por parte do Governo uma conversa clara com a população sobre o caos na saúde.

Ela alega que o Prefeito Ademário Oliveira (PSDB) se elegeu prometendo reativar o hospital, mas fez o contrário. Fechou as portas definitivamente.

“Não estou vendo clareza. Se a administração tem uma proposta para reabrir o hospital, a população precisa saber. Demos oportunidade para autoridade trazer a resposta e não quiseram. Estão perdendo espaços para discutir. Temos os piores indicadores do Estado de São Paulo de mortalidade na primeira infância e mortalidade infantil”, questiona.

Sira apresentou um projeto de reabertura do equipamento para a administração no mês passado e não teve resposta. Pela proposta, o hospital reiniciaria suas atividades com 24 leitos de maternidade de baixo risco, 22 leitos de pediatria, sete leitos de unidade neonatal; cinco de UTI neonatal e dois de unidade pediátrica.

Na imprensa, o tucano sinalizou que pretende firmar um contrato com uma nova OS, ligada à Usiminas. Seria a terceira entidade privada a se locupletar dos lucros extraídos da saúde pública. A primeira foi a Pró-Saúde e a segunda foi a AHBB. Nos dois casos os governos garantiam que a terceirização seria o melhor caminho, mas a prática mostrou justamente o contrário. Mais caras e menos eficientes, as OSs sugaram os recursos e ano a ano dilapidaram os serviços.

Agora os munícipes sofrem peregrinando por atendimento em outras unidades da Baixada. Rosemar Vieira Pereira, a Rose, moradora do Bolsão 9, sabe bem o que é ficar sem o hospital e depender de outras unidades terceirizadas e sucateadas.

Sua filha gestante, de 18 anos, quase morreu pela falta do hospital e pela precariedade do atendimento dispensado na UPA do Jardim Casqueiro e, depois, no Pronto Socorro Central. “Minha filha estava em coma, com trombose muscular e embolia pulmonar e a secretaria de Saúde garantiu que tudo o que ela precisava, toda a estrutura, tinha em Cubatão. Mas ela quase morreu. Implorei por uma vaga de UTI e mandaram ela para o PS Central, onde nem ultrassom e nem exame de sangue tem. Com muito custo consegui que fosse transferida às pressas para a UTI de Praia Grande, em estado crítico”.

Outro que esteve na audiência pública em busca de respostas foi o José Geraldo Alves de Oliveira, da Vila Nova. Ele conta que sua mulher está com uma séria hemorragia e com anemia profunda por conta de um mioma que precisa ser operado. “Ela está até usando fraldão. Não tem forcas para andar. Fomos no PS Central de Cubatão e na UPA de Santos e não adiantou nada. Nem ultrassom eles têm. Atendem, receitam um monte de remédios e mandam ela voltar para casa”.

jose-geraldosite

José Geraldo está aflito porque não conseguiu os medicamentos na UPA santista, tão pouco no PS de Cubatão. “Eles dizem que está em falta. Até diclofenaco e remédio de pressão. Eu não tenho dinheiro para comprar e ela piora a cada dia”.

Os remédios que José não obteve para a esposa são Noripurum, Ácido Tranexâmico, Buscopan Composto e Diclofenaco Potássico.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *