Enfermeiros e psicólogos contratados por OSs no Rio entram em greve

Não para de produzir estragos a decisão que a cidade do Rio de Janeiro tomou lá atrás de implantar o modelo de gestão da saúde por meio de organizações sociais (OSs) terceirizando quase todos os serviços médicos.

Os efeitos nefastos são cumulativos e desencadeiam outros problemas em série, decorrente de um processo que hoje torna o Rio refém de empresas que cobram caro, fazem pouco e agora estão sem receber depois de anos sugando os cofres municipais.

Segundo o Jornal O Dia, cerca de mil enfermeiros ligados a OSs que administram as clínicas da Família e demais unidades de Saúde do município entraram em greve nesta segunda-feira (6). Já os psicólogos das Unidades de Atenção Básica e da Saúde Mental param a partir desta terça-feira (7).

Segundo o Sindicato dos Enfermeiros do Rio de Janeiro (Sindenfrj), a paralisação por tempo indeterminado visa cobrar a regularização do pagamento desses profissionais até o dia 5 de cada mês. Os trabalhadores também pedem o reabastecimento de medicamentos e insumos nas unidades, e as gratificações por RT (Responsável Técnico) e por Área Prioritária, como as outras categorias. Apenas 30% do efetivo estão trabalhando para cumprir a Lei.

No caso dos psicólogos são cerca de 500 profissionais, que também estão ligados à OSs.

No final de outubro foram os médicos das clínicas da família que cruzaram os braços na tentativa de receber seus pagamentos atrasados.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que estão sendo repassados R$ 36,4 milhões para as OSs, desde o dia 30 de outubro, para a regularização dos salários em atraso nas unidades de saúde. Algumas já receberam os repasses acordados e a previsão é de que as demais estejam com o dinheiro em conta até quinta-feira (9).